"O preconceit o é muito forte" O Ex-preside nte Lula em Washington na abertura da conferênci a legislativ a da United Auto Workers (UAW)
Publicado em 04-Fev-2013
"Eu falo todo dia para a minha mulher: Marisa, não espere que eu morra dentro de casa. Quando eu morrer um dia, vai ser num palanque, vai ser em algum lugar falando alguma coisa, brigando com alguém", contou o ex-presidente Lula ao falar de improviso, durante 56 minutos (e ser interrompido 10 vezes por aplausos) a sindicalistas no fim de semana (no domingo) em Washington (EUA).
O presidente Lula participou em Washington da abertura da conferência legislativa da United Auto Workers (UAW), o sindicato que representa trabalhadores da indústria automobilística, aerospacial e de máquinas agrícolas dos EUA, Canadá e Porto Rico. Antes de chegar aos Estados Unidos, o ex-preisdente esteve em Cuba e na República Dominicana.
Além de garantir o que todos nós já sabíamos, que vai continuar ativamente na política - o que saudamos -, o ex-presidente defendeu o legado de seu governo e disse ter torcido muito pela continuidade do presidente Barack Obama na Casa Branca, na reeleição de 7 de novembro do ano passado. Nesse momento, o ex-chefe do Estado brasileiro acentuou, ainda, que o presidente americano "não pode errar", porque, se isso ocorrer, um negro nunca mais vai comandar o país. Ele classificou Obama como uma "figura extremamente inteligente e competente" e assinalou que um país com a história extraordinária dos Estados Unidos precisava de um presidente negro.
"O preconceito é muito forte"
"O preconceito é muito forte", afirmou, comparando a situação de Obama com a que enfrentou em 2002, ao se eleger presidente do Brasil. "Eu tinha certeza de que não podia errar, porque, se errasse, um trabalhador nunca mais seria eleito presidente do Brasil." O ex-preisdente rememorou sua história sindical e política.
"Eu nunca pensei em virar sindicalista, e virei presidente do sindicato; nunca pensei em ser político, e criei um partido; nunca pensei em ser candidato a vereador, a síndico do meu prédio, e virei presidente. A luta fez com que eu desse passo atrás de passo", afirmou Lula. "Não há espaço na minha vida para desistir."
O ex-presidente lembrou que assumiu a a presidência, em 2003, com o país numa situação complicada, com inflação na casa de 12% e devendo ao FMI. "Hoje, é o FMI que deve ao Brasil", afirmou Lula, que enfatizou o avanço das políticas sociais em seu governo, como o Bolsa Família, a implementação do crédito consignado, do aumento de recursos para a agricultura familiar e do microcrédito. "O Brasil era um país capitalista sem capital, porque não tinha crédito", disse.
Empresa contra sindicalização de operários
Lula aconselhou os sindicalistas a participarem ativamente da vida política do país e repudiou como "inaceitável" que uma empresa como a japonesa Nissan não queira a sindicalização de trabalhadores. No Mississippi, a empresa faz pressão para que os empregados não se sindicalizem.
O ex-chefe do governo brasileiro analisou a crise econômica global quando afirmou aos sindicalistas norte-americanos que foram gastas fortunas para salvar os bancos, mas nada para os trabalhadores. Ele criticou ainda a arrogância dos banqueiros dos países desenvolvidos, que ditavam regras para países como Brasil e Bolívia, mas quebraram na crise de 2007 e 2008.
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