A exagerada
preocupação com a forma corporal que hoje se verifica vem provocando o
incremento de toda uma gama de novas doenças reconhecidas como
transtornos do comportamento alimentar (TCA), destacando-se a anorexia
nervosa, a bulimia nervosa, o transtorno da compulsão alimentar
periódica, este último referente à modalidade transtornos alimentares
não especificados.
Devido à maior valorização da
aparência física e, em conseqüência, a verdadeira obsessão que,
principalmente, as mulheres têm desenvolvido com relação às dietas e a
magreza, verifica-se um significativo aumento da doença nos dias de
hoje, pois os especialistas afirmam que as dietas rigorosas desempenham
papel fundamental (embora não seja o único) no desencadeamento dos transtornos do comportamento alimentar.(Andrade, 2000;SBPC, 1993).
Muito se tem estudado e
divulgado sobre os efeitos do excesso de peso na saúde porém, o mesmo
não se verifica com relação ao efeito da adoção indiscriminada de dietas
restritivas e do quão arriscada essa prática pode ser. Embora
originalmente o termo dieta tenha significado “hábitos diários de
alimentação” , nos dias de hoje é quase sinônimo de privação de
alimentos.
A vergonha que alguns pacientes sentem em expressar sintomas, e mesmo o desconhecimento de que tais sintomas representam alguma doença, colabora com a ausência de informações mais precisas sobre a incidência dos TCAs. Sabe-se, porém, que mais de 90% dos casos ocorrem com as mulheres.
No Brasil em
estudo de base populacional realizado por Nunes na cidade de Porto
Alegre, foram investigadas a prevalência de comportamentos alimentares
anormais e práticas inadequadas de controle de peso em 513 mulheres
adolescentes e adultas jovens de 12 a 29 anos. Os resultados são
apresentados no quadro abaixo:
30,2% dessas mulheres apresentaram comportamento de risco para desenvolver um TCA;
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11,3%
apresentaram comportamento alimentar patológico, correspondendo a
quadro subclínico de desordem da conduta alimentar, os quais se
enquadram nos critérios diagnósticos
|
8,5% fazem uso de laxantes.
|
Nem todas as pessoas que fazem
dieta desenvolvem um transtorno do comer, porém, diferentes pesquisas
realizadas em diferentes países apontam para o seguinte:
Adolescentes do sexo feminino que realizaram dieta severa têm dezoito vezes mais chances de desenvolver TCAs em relação àquelas que não fizeram dietas e as que realizaram uma dieta moderada tiveram cinco vezes mais chances. Os pesquisadores ainda concluíram que o comportamento dietante é o mais importante preditor para o
desenvolvimento de TCAs (Andrade, 2000, p. 22).
Em um estudo clássico teve como objetivo estudar as conseqüências psicofisiológicas da fome em pessoas inicialmente saudáveis e emocionalmente estáveis. Trinta e seis militares se voluntariaram para esta experiência. Esses voluntários foram submetidos a uma dieta restritiva prolongada em que a ingestão calórica foi reduzida à metade (prática comum entre mulheres que querem emagrecer rápido).
Observaram-se as seguintes mudanças no comportamento desses voluntários, após terem perdido 25% de seu peso corporal:
Estavam cada vez mais preocupados com comida e o comer.
Colecionaram receitas e livros de culinária
Desenvolveram hábitos novos na ingestão de alimentos
Utilizavam um tempo desmedito em planejar as refeições
Bebiam mais chá, café e outros liquidos
Mastigavam mais chicletes
Aumentavam o consumo de cigarros
Faziam combinações estranhas de alimentos;
Todos desenvolveram depresao , indecisão , ansiedade, isolamento social , variedade de humor, Perda do interrese sexual.
Apresentaram episódios de bulimia.
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