7.24.2013

Papa pede que jovens protagonizem mudanças no mundo

Papa também alertou contra os "ídolos passageiros"


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Durante sua homilia na missa celebrada na basílica de Aparecida (SP), o papa Francisco voltou a ressaltar a importância de que se transmitam aos jovens valores morais para a construção de um mundo mais justo, solidário e fraterno. No discurso, o Papa se baseou em três pilares: conservar a esperança, deixar-se surpreender por Deus e viver na alegria. Uma vez mais, pediu que os jovens sejam agentes de transformação do mundo. "Encorajemos a generosidade que caracteriza os jovens, acompanhando-lhes no processo de se tornarem protagonistas da construção de um mundo melhor".
O pontífice fez questão de afirmar que a inspiração da Igreja deve ser na simplicidade e lembrou que o documento de Aparecida, fruto da 5ª Conferência Episcopal da América Latina e Caribe (Celam), em 2008, quando o então cardeal Bergoglio foi o responsável pelo texto final, teve influência direta da cidade paulista. "Nós bispos fomos inspirados pelos milhares de peregrinos que vinham aqui diariamente confiar sua vida a Nossa Senhora. O documento nasceu justamente desse encontro entre o trabalho dos pastores e a fé simples dos romeiros, sob a proteção maternal de Maria", disse, lembrando que veio bater à porta de Maria, e que ela abriu a porta e aponta Jesus e diz: "fazei o que ele vos disser".

O papa Francisco pediu que as pessoas não percam nunca a esperança, porque Deus sempre caminha ao lado delas. "Quantas dificuldades na vida de cada um, no nosso povo, nas nossas comunidades, mas por maiores que possam parecer, Deus nunca deixa que sejamos submergidos", afirmou, pedindo que se tenha sempre uma visão positiva da realidade, e fez um alerta sobre a sensação de vazio e solidão que por vezes toma conta de alguém. "E conduz à busca de compensações, destes ídolos passageiros", alertou, em referência clara às drogas.

A história de perseverança dos três pescadores que encontraram no rio Paraíba do Sul a imagem de Nossa Senhora Aparecida depois de um dia infrutífero de pescas, dando origem ao santuário, foi utilizado pelo Papa para pedir às pessoas que se deixem surpreender por Deus. "Deus sempre nos reserva o melhor. Mas pede que o deixemos surpreender pelo seu amor e que acolhamos as suas surpresas", disse, pedindo que se confie em Deus, citando a passagem do Evangelho das Bodas de Caná, onde Cristo, a pedido da mãe, transforma água em vinho como o melhor exemplo da surpresa de Deus. "Se nos aproximamos d'Ele, aquilo que parece água fria, aquilo que é dificuldade, aquilo que é pecado, se transforma em vinho novo de amizade com Ele."

Para finalizar, o Papa pediu que os fiéis vivam na alegria e ressaltou a importância de Maria, a quem fez questão de visitar em Aparecida, para pedir pelo sucesso da Jornada Mundial da Juventude que começou ontem no Rio. "O cristão não pode ser pessimista! Não pode ter uma cara de quem parece em constante estado de luto", disse. Antes de terminar, citou seu antecessor, Bento XVI, em seu discurso de abertura da Celam de 2008. "O discípulo sabe que sem Cristo não há luz, não há esperança , não há amor, não há futuro."

Papa alerta contra 'ídolos passageiros'
O papa Francisco denunciou nesta quarta-feira os "ídolos passageiros", como o dinheiro e o poder, em sua primeira missa pública na América Latina, realizada no maior santuário católico do Brasil, dedicado à padroeira do país, Nossa Senhora Aparecida.

"É verdade que, hoje em dia, em certa medida, todos, incluindo nossos jovens, se sentem atraídos por tantos ídolos que se colocam no lugar de Deus e parecem dar esperança: o dinheiro, o sucesso, o poder, o prazer", afirmou o Papa argentino, de 76 anos, diante de cerca de 200.000 fiéis.

"Frequentemente, uma sensação de solidão e de vazio entra no coração de muitos e conduz à busca de compensações, destes ídolos passageiros", continuou.

A igreja católica enfrenta uma fuga de fiéis na América Latina, enquanto assiste o grande crecsimento das igrejas evangélicas, que prometem a obtençãp de riqueza e sucesso, asism como o aumento do número de pessoas sem religião.

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