7.22.2013

Botox pode ser um aliado no tratamento de pessoas que tiveram AVC

Botox tem outras funções além daquelas já conhecidas - que envolvem a amenização de marcas de expressão e rugas? Isso mesmo, ele pode ser um aliado para aqueles que sofreram com algum problema neurológicos, AVC, paralisia cerebral, paraplegia, entre outros.


Substância ajuda na reabilitação da musculatura paralisada

A toxina botulínica tipo A, conhecia popularmente como Botox, é famosa entre as pessoas quando o assunto é estética, - ou melhor, na correção de rugas e demais marcas de expressão que aparecem com o tempo. No entanto, poucas pessoas sabem que essa substância pode ser utilizada em causas médicas, como em pacientes que sofrem com enxaquecas ou que têm ou tiveram doenças neurológicas, acidente vascular cerebral (AVC), paralisia cerebral, trauma medular, paraplegia, entre outros.
"A substância é aplicada no músculo que está com rigidez devido à alguma lesão do sistema nervoso central. Dessa forma, ela faz com que a liberação da acetilcolina seja inibida, o que diminui o estímulo nervoso e relaxa a musculatura em questão", de acordo com o especialista Alexandre Cercal , esse tratamento associado à fisioterapia melhora muito a capacidade de readaptação às atividades cotidianas dos pacientes com deficiências neurológicas.
Este tratamento que vêm apresentando melhor resultado é aquele em pessoas que sofreram com um AVC. A toxina botulínica tem sido usada com eficiência para tratar a espasticidade, rigidez muscular que provoca dificuldade no movimento, principalmente nos braços e pernas, que afeta a mobilidade da maioria das vítimas que sofreram com esse mal.
 
O AVC hemorrágico, conhecido como a forma mais fatal da doença, pode levar mais da metade aos pacientes à morte em até 30 dias. Aqueles que sobrevivem, sofrem grandes riscos de ficarem com sequelas motoras e cognitivas graves, o que os torna dependentes de terceiros para simples atividades cotidianas.
 
Após algum derrame, pode ocorrer, além de fraqueza em algum membro, uma rigidez involuntária. “E é justamente para amenizar esse sintoma que a toxina é utilizada. Na dose certa e nos locais selecionados, o produto ajuda a relaxar a musculatura, ajudando o paciente a realizar os movimentos necessários”, diz Cercal. Segundo o especialista, o tratamento de reabilitação do paciente após um AVC deve ser feito com todos os recursos possíveis para alcançar uma melhoria da funcionalidade e da qualidade de vida da pessoa, e se existir espasticidade intensa, limitante e localizada, a toxina botulínica deve sim ser discutida. “É uma opção segura e eficiente para casos específicos”.
 
Aliado ao processo da toxina botulínica, o paciente pode precisar de trabalho fisioterápico, fonoterapia e psicoterapia. “Cada paciente precisa de um tratamento específico voltado para sua recuperação e para evitar novos AVC’s. Para isso, deve ser instituída uma equipe muldisciplinar com um foco comum: devolver ao máximo a qualidade de vida ao paciente”.
 
Após a aplicação do Botox, o paciente começa a perceber os efeitos da toxina entre 24 e 72h após sua aplicação, mas o pico de melhoria é sentido em 15 dias. Os efeitos clínicos duram cerca de 4 meses, e entre eles estão a melhoria da postura, do equilíbrio, do desempenho sexual e da qualidade do sono. “Esse tratamento também facilita na realização das atividades do dia-a-dia, como se alimentar e se vestir, por exemplo, além de diminuir de forma considerável a dor”, Conclui Cercal, que lembra que a toxina pode ser aplicada novamente em um intervalo mínimo de 90 dias.

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