Acusado é diretor da Match Services, empresa associada à Fifa e que tem direitos exclusivos a venda de pacotes para os jogos da Copa do Mundo
Barucke e o promotor Marcos Kac
cumpriram mandado de busca e apreensão em uma suíte do Copacabana
Palace, onde o acusado foi preso. Eles realizaram uma varredura no local
à procura de objetos que comprovassem a participação do diretor da
Match no esquema de repasse. Whelan ficou sob a a guarda de um inspetor
que impediu sua fuga, no hall do hotel.
O acusado e o delegado saíram pela
porta dos fundos e seguiram para a 18ª DP. O nome de Whelan bateu com um
dos nomes que constam na lista de credenciados pela Fifa para a Copa do
Mundo no Brasil. A informação foi divulgada também nesta segunda-feira
pelo delegado da distrital.
A lista com os credenciados foi
enviada pela entidade máxima do futebol, que colabora com as
investigações. O delegado irá pedir a delação premiada ao advogado
paulista assim que sua prisão temporária vencer, o que deve acontecer em
cinco dias. Segundo ele, a colaboração de José Massih foi essencial
para a investigação. "Não posso adiantar nada, mas ele ajudou demais.
Vou pedir para que ganhe o benefício da delação premiada. Ele indicou a
pessoa que estávamos procurando. A Fifa enviou uma lista dos
credenciados e o nome que ele deu bate com o que está na lista",
revelou.
Máfia do ingresso fez 900 ligações para celular da Fifa
O celular do francês de origem
argelina Mohamadou Lamine Fofana, apreendido pela Polícia Civil quando
ele foi preso na terça-feira, tinha 900 registros de ligações feitas
para aparelhos oficiais de uso da Fifa no Brasil nos últimos dois meses.
Segundo o ‘Fantástico’, o telefone de Lamine possui vários contatos com
o nome “Fifa”. Na quinta-feira, a polícia pediu à entidade organizadora
da Copa uma lista com todos os números e nomes de usuários.
Apontado como o chefão da máfia dos
ingressos, capaz de movimentar R$ 200 milhões por Mundial, Lamine Fofana
tinha 25 ingressos VIP para a decisão. As entradas tinham custo de R$
51 mil cada e poderiam render até R$ 1,3 milhão para a quadrilha só na
decisão.
Em escuta obtida com exclusividade pelo DIA , o
franco-argelino foi flagrado em uma conversa com o empresário Roberto
de Assis Moreira, irmão e empresário do jogador Ronaldinho Gaúcho,
interessado em ingressos para dois amigos. “Ele (amigo de Assis) me
perguntou e eu disse: ‘Escuta, eu tenho um amigo que tem seu preço, sua
maneira”, disse Assis.Em escuta revelada pelo ‘Fantástico’, Lamine deixa clara sua importância no esquema: “Quem tem 50 (ingressos) da final na mão? Ninguém. Eu tenho”.
Antônio Henrique de Paula Jorge, comparsa de Lamine preso, fala, em outra escuta, com um cambista que diz ter acesso a três seleções da Copa. Segundo a polícia, um dos fornecedores estaria na concentração da seleção brasileira.
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