Para o ministro Aldo Rebelo, uma das medidas poderia ser a maior participação do Estado na gestão do futebol
TerraPara Rebelo, uma das medidas nesse sentido poderia ser a maior participação do Estado na gestão do futebol. "A Lei Pelé estabeleceu que o esporte é uma coisa privada. E isso só pode ser modificado se a legislação for modificado. Já disse que se dependesse de mim não tinha tirado completamente o Estado dessa atribuição. E, se depender de mim, uma parte dessa atribuição pode voltar. Repetindo que não é atribuição do governo nomear presidente de clube e de confederação. Agora, não pode o Estado ser excluído da competência de zelar dentro do esporte pelo interesse público dentro do esporte"
Para ele, mesmo que a humilhação não tivesse ocorrido, a mudança era necessária. Mas o resultado tornou essa transformação mais urgente. "Foi um acidente o que ocorreu. Mas precisamos examinar o motivo e a causa do acidente. É uma marca profunda. A melhor reação é ver as causas mais duradouras daquele desastre. Precisamos extrair lições para que o Brasil reponha a seleção no status que ela deve ter. As mudanças são necessárias", disse.
Aldo classificou os 7 x 1 como "uma marca muito terrível para o futebol brasileiro". O ministro pede melhoria na qualidade da gestão dos clubes, novas leis e até o impedimento da exportação de jovens craques. Ele também quer maior organização no calendário e na estrutura financeira dos times.
Nosso futebol, a CBF e a FIFA precisam de uma ampla reforma
A Copa praticamente acabou para o Brasil – nossa seleção ainda tem a partida para assegurar o 3º lugar – e apesar do travo e do amargor da situação, era esporte, era futebol e, agora, é começar as análises, tentá-las de forma desapaixonada (impossível, em se tratando de futebol no país…), com o máximo de contribuição que cada um tenha a dar para a dor e o vexame passarem ou se atenuarem o mais rapidamente possível. E para, também de forma rápida, conseguir se mudar esse quadro desanimador que ficou aí.O editorial da Folha de S.Paulo “Pátria sem chuteiras” – no título, uma inversão da célebre frase criada por Nelson Rodrigues para o Brasil “a Pátria de chuteiras”. Está interessante o editorial no que tem de sugestões, também, para a transição, a ultrapassagem do trauma e, principalmente, na forma como o Brasil deve encarar o esporte e particularmente o futebol daqui para a frente.
“Talvez se possa dizer, a partir de agora, que o Brasil é maior que seu futebol – e que tem desafios mais importantes, e maiores a vencer”, conclui a Folha neste seu editorial. Concordamos.
Aproveitar o momento e debater a forma de levar o esporte às periferias
Acreditamos que é isso, devemos aprender com a derrota e iniciar uma ampla reforma em nosso futebol, começando pela CBF – Confederação Brasileira de Futebol, mas mirando a própria FIFA, tão questionada e envolvida em polêmicas nos últimos tempos, tão necessitada, também ela, de passar por mudanças. De fundo.
É hora de mudar os próprios clubes, inclusive a forma como o futebol é financiado, não apenas com o direito de arena (estádios) e a publicidade em geral mas com o direito e a exclusividade para a transmissão dos jogos. Essa exclusividade tão absoluta precisa acabar. Não é segredo para ninguém, todos sabemos que jhá redes de TV com poder de mudar até os horários de realização de jogos para enquadrá-los de acordo com suas conveniências e interesses de grade de programação.
Esse direito e exclusividade absolutos quanto a transmissão precisam acabar. Precisam tornar-se um bem público, com acesso aberto a todos mediante pagamento igual. Então, hoje, na esteira e no calor da derrota, não basta discutir o futebol por mais importante que seja.
Temos que aproveitar para reavaliar, também, toda nossa política de esportes e lazer e ver como levá-la à juventude e às periferias. Ver como incentivar não apenas o esporte profissional que precisa de profissionalização, mas como massificar o esporte amador nas escolas e bairros. Vamos aproveitar e abrir um debate além dos erros técnicos e dos problemas da Copa que, em si, em termos de organização foi um sucesso e tanto no Brasil.
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