Dilma Rousseff: “Olha, se tirarem os médicos estrangeiros, o Mais Médicos acaba hoje.
Porque os estrangeiros, especialmente os cubanos, são a grande maioria
dos profissionais que participam do programa. Por que nós fizemos o Mais
Médicos? Porque a nossa quantidade de médicos per capita era e ainda é
muito baixa. Bem abaixo de países vizinhos como Argentina e Uruguai. E
quando se compara com países como a Inglaterra, aí nem se fala. Um dos
objetivos do governo é ampliar as escolas de medicina, e não apenas nas
capitais. Mas leva-se muito tempo para formar um médico”
Na noite de ontem, domingo (17), o blog “Socialista Morena” deu um tremendo furo de reportagem ao apresentar a nota oficial do ministério da Saúde do governo cubano, Raul Castro convocou 1672 médicos cubanos que atuam no programa Mais Médicos para que retornem à ilha. O governo de Cuba já estabeleceu inclusive um cronograma. Leia a reportagem e a nota do governo cubano.
Dilma Rousseff – Olha, se tirarem os médicos estrangeiros, o Mais Médicos acaba hoje. Porque os estrangeiros, especialmente os cubanos, são a grande maioria dos profissionais que participam do programa. Por que nós fizemos o Mais Médicos? Porque a nossa quantidade de médicos per capita era e ainda é muito baixa. Bem abaixo de países vizinhos como Argentina e Uruguai. E quando se compara com países como a Inglaterra, aí nem se fala. Um dos objetivos do governo é ampliar as escolas de medicina, e não apenas nas capitais. Mas leva-se muito tempo para formar um médico.
247 – Não é possível continuar o programa apenas com médicos brasileiros?
Dilma – Não. Antes do Mais Médicos, tínhamos mais de 700 municípios brasileiros sem um único médico. O médico formado no Brasil, muitas vezes, não ia para a periferia de grandes cidades. Aliás, o estado de São Paulo, o mais rico do País, foi o que mais demandou profissionais do programa. Tínhamos mais de 20 milhões de habitantes mal atendidos. Não estamos falando do Cafundó do Judas, mas de São Paulo.
247 – Muitos consultórios médicos foram departamentos de propaganda do impeachment, a senhora sabe?
Dilma – Bom, mas aí meu querido… Como a oferta de médicos é pequena, médicos não iam para a periferia das grandes cidades, para o Amazonas, para os departamentos de saúde indígena. Nós temos pesquisa. Mais de 90% das pessoas beneficiadas aprovam. E mais de 60 milhões de pessoas são atendidas pelo Mais Médicos. São 63 milhões de pessoas.
247 – Mas este governo toma muitas decisões de natureza ideológica. Isso por determinar a saída dos cubanos?
Dilma – Eu não acredito, especialmente depois que os Estados Unidos buscaram uma reaproximação com Cuba, isso perdeu força, ficou fora de moda. Mas eu preciso dizer uma coisa. Viva o médico cubano! Viva o médico cubano! O médico cubano segura no paciente, ele olha você, ele te toca, ele olha o seu histórico, ele vai na sua casa, se for necessário. Eles têm uma visão da medicina que é muito importante para os médicos brasileiros. Por outro lado, eles também elogiam muito o médico brasileiro, que é muito bem preparado e muito bem formado. Eu acredito que há uma complementariedade. Outro ponto interessante é que os médicos cubanos elogiam muito a qualidade das nossas enfermeiras.
Na noite de ontem, domingo (17), o blog “Socialista Morena” deu um tremendo furo de reportagem ao apresentar a nota oficial do ministério da Saúde do governo cubano, Raul Castro convocou 1672 médicos cubanos que atuam no programa Mais Médicos para que retornem à ilha. O governo de Cuba já estabeleceu inclusive um cronograma. Leia a reportagem e a nota do governo cubano.
Abaixo você tem a íntegra da entrevista da presidente Dilma Rousseff sobre o programa Mais Médicos, concedida ao Brasil247.247 – O governo interino já fala em tirar os estrangeiros do programa Mais Médicos. Quais seriam as consequências?
Dilma Rousseff – Olha, se tirarem os médicos estrangeiros, o Mais Médicos acaba hoje. Porque os estrangeiros, especialmente os cubanos, são a grande maioria dos profissionais que participam do programa. Por que nós fizemos o Mais Médicos? Porque a nossa quantidade de médicos per capita era e ainda é muito baixa. Bem abaixo de países vizinhos como Argentina e Uruguai. E quando se compara com países como a Inglaterra, aí nem se fala. Um dos objetivos do governo é ampliar as escolas de medicina, e não apenas nas capitais. Mas leva-se muito tempo para formar um médico.
247 – Não é possível continuar o programa apenas com médicos brasileiros?
Dilma – Não. Antes do Mais Médicos, tínhamos mais de 700 municípios brasileiros sem um único médico. O médico formado no Brasil, muitas vezes, não ia para a periferia de grandes cidades. Aliás, o estado de São Paulo, o mais rico do País, foi o que mais demandou profissionais do programa. Tínhamos mais de 20 milhões de habitantes mal atendidos. Não estamos falando do Cafundó do Judas, mas de São Paulo.
247 – Muitos consultórios médicos foram departamentos de propaganda do impeachment, a senhora sabe?
Dilma – Bom, mas aí meu querido… Como a oferta de médicos é pequena, médicos não iam para a periferia das grandes cidades, para o Amazonas, para os departamentos de saúde indígena. Nós temos pesquisa. Mais de 90% das pessoas beneficiadas aprovam. E mais de 60 milhões de pessoas são atendidas pelo Mais Médicos. São 63 milhões de pessoas.
247 – Mas este governo toma muitas decisões de natureza ideológica. Isso por determinar a saída dos cubanos?
Dilma – Eu não acredito, especialmente depois que os Estados Unidos buscaram uma reaproximação com Cuba, isso perdeu força, ficou fora de moda. Mas eu preciso dizer uma coisa. Viva o médico cubano! Viva o médico cubano! O médico cubano segura no paciente, ele olha você, ele te toca, ele olha o seu histórico, ele vai na sua casa, se for necessário. Eles têm uma visão da medicina que é muito importante para os médicos brasileiros. Por outro lado, eles também elogiam muito o médico brasileiro, que é muito bem preparado e muito bem formado. Eu acredito que há uma complementariedade. Outro ponto interessante é que os médicos cubanos elogiam muito a qualidade das nossas enfermeiras.
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