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Você não é colaborador! Você é trabalhador! Se ligue!
Uma
colega da Petrobras me enviou seu texto que achei interessante colocar
aqui no Blog. Nele a gente percebe a consciência de classe que vai
aflorar em algum momento na vida de um trabalhador ou trabalhadora.
Aconteceu com ela. Aconteceu comigo e pode acontecer com você.
Tenho debatido em vários lugares esse
assunto. Falta ao trabalhador brasileiro a consciência de classe de que
ele é um trabalhador. Ele não assume que é um assalariado que troca por
dinheiro suas horas de trabalho. Não quer ser chamado de trabalhador ou
trabalhadora. Vive falando mal dos sindicatos sem se dar ao trabalho de
ao menos uma vez ir numa reunião ou conhecer o que o sindicato dele faz
por ele. Normalmente, ele conhece o sindicato quando o patrão, da
empresa que ele idolatra e acha que é legal com ele manda ele embora. Aí
que cai a ficha, quando já não dá mais para fazer muita coisa.
Ou seja, além do mascaramento da
realidade social que a mídia brasileira ajuda a construir em sua mente,
com mentiras e bobagens veiculadas em todos os momentos nas TV´s,
Revistas e Jornais, o trabalhador brasileiro vive outro grande fator de
alienação. Ao fazer uma faculdade, ao conseguir obter uma formação
universitária ele passa a se enxergar como se fosse uma outra coisa,
onde a força do seu diploma é maior que o fato dele ser um assalariado.
Ele se torna administrador, engenheiro, psicólogo, etc, e,
subjetivamente, deixa de ser um trabalhador incorporando o papel de um
profissional liberal.
Juntando isso aos programas de
alienação corporativos, que as empresas promovem para tirar deles tudo
que podem em troca de quase nada, a ambição e competição em cada um que
estimulam e as variadas estratégias de torná-los robôs corporativos que
tudo fazem pela empresa sem questionar, vamos vendo também trabalhadores
e trabalhadoras cada vez mais adoecidos, medrosos e infelizes, sem um
objetivo nobre para si e sem se enxergar enquanto cidadão e ser humano.
Assim, fica muito mais fácil ao sistema
com suas incongruências e contradições adaptá-los ao que se quer, sem
que eles percebam o enredamento em que se colocam. Vestem a camisa da
corporação e se iludem com migalhas.
Pois essa colega saiu dessa rede. Saiu
do sistema. Saiu da Matrix que não enxerga o todo. E nos brinda com esse
texto bem simples. Espero que ele ajude outros a saírem também. Boa
leitura!
Boas discussões geram consciência, amigos, e consciência tem que ser compartilhada.
Sabe aquele discurso
liberalista que você ouve diariamente e que te posiciona no papel de
“colaborador” e não de “trabalhador”? Então, minha gente… ele não é
inocente. Ele tem a função de iludir a sua percepção e diminuir a imagem
do “trabalhador”, do “trabalho”, te fazendo acreditar que você é um
diferencial, quando na verdade, você é apenas mão de obra contratada.
Apenas isso.
Esse discurso vai além da
percepção. Ele vai nas suas raízes de luta, de percepção de si mesmo
como fonte de lucro, e te dá o alento de estar num patamar superior na
hierarquia funcional. Mas você NÃO está.
Quando você troca a identidade
de “trabalhador” pela identidade de “colaborador”, você está
inconscientemente excluindo a sua participação no sindicato, a sua força
de resistência e a sua disposição de união.
É nesse exato momento que você adere ao modelo ideal do empresariado.
É nesse discurso que você se
perde, achando que a meritocracia vai te resguardar, sem perceber que a
vida é uma caixinha de surpresas, e que você pode se tornar inútil da
noite para o dia, que você vai ficar velho e seu potencial será medido
na comparação com os mais novos e que a cada minuto o capital se move
com a intenção de diminuir o seu valor…
Portanto, caros colegas trabalhadores, assumam seu status de trabalhador. E lutem por ele, porque:
-
Nenhum empregador lutará por você;
-
Nenhum sindicato será forte sem a sua participação;
-
As próximas gerações precisam do seu apoio para se manter minimamente operantes.
E embora você possa achar que é
diferente aos olhos do “capital”, saiba que iguais a você existem
milhares. Melhores do que você, existem centenas…
Mas com “medo” da sua
conscientização, poder de união e capacidade de condução de regras e
afins, existem poucos… sim, esses mesmos, que esperam que você vista a
farda da guerra contra si mesmo…
Caro amigo, você é TRABALHADOR. Nada mais do que isso.
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