9.12.2016

A promiscuidade de uma pátria


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Suponhamos que não houve um Golpe de Estado muito bem arquitetado contra a Presidente Dilma Rousseff e a incipiente Democracia brasileira.
Imaginemos que a cassação do mandato da Presidente é apenas fruto exclusivo da vontade de uma parcela da população que se manifestou nas ruas recentemente.
Na via desse imaginário, regozijam-se agora aqueles que bradaram "Fora Dilma", "Fora PT", todos estes gozando no momento, ejaculações espetaculares, sêmens e líquidos das glândulas de Skene inundam o solo e poluem fetidamente o ar de nossa Pátria, hoje mais próxima talvez ao promíscuo velho Egito de Cleópatra, cada qual onipotente pelo triunfo vingativo do orgasmo masturbatório exercitado desde outubro de 2014, quando o 'ato derradeiro sexual' teve que ser interrompido (Coitus Interruptus), obrigando os manifestantes sexuais a retornarem às preliminares (perversões polimorfas sexuais infantis).
O orgasmo só era possível para estes obstinados sexuais mediante a cópula com o 'candidato derrotado Aécio Neves', cego objeto exclusivo de suas pulsões acéfalas com as suas múltiplas fantasias desejantes. Apenas o "Super-Aécio" poderia fazê-los gozar na suposta via do prazer.
Entretanto, não sendo possível gozar prazerosamente com a bunda ou com o pinto do 'garoto sexual Aécio', foram necessários aos membros dessa orgia sexual conterem e represarem momentaneamente as suas libidos sexuais.
A esses manifestantes frustrados em suas fantasiais sexuais não lhes eram permitidos gozar senão com Aécio, o 'super-herói sexual tupiniquim derrotado', contudo, pouco tempo depois do Coitus Interruptus de outubro/2014, como é próprio da pulsão sexual não se conter, o desejo sexual era transbordante, haja vista a fragilidade impotente do Ego reflexivo. Foi-lhes inevitável a pena impositiva sintomática – e aqui não faltaram aos manifestantes sexuais o ódio e o ressentimento incontidos, a verborragia querelante obscena e vil decorrentes da insatisfação sexual objetal, pois Aécio não os fizeram gozar satisfatoriamente.
Assim sendo, entra em cena outros objetos sexuais. Não obstante, a satisfação orgástica busca outra via de obtenção do prazer, porém na perigosa trilha do desprazer através do recrudescimento da pulsão de morte. O garoto propaganda sexual derrotado Aécio já não tesa tanto aos manifestantes da orgia sexual rebelada, já se podia gozar com o Marquês de Sade cara-pálida, o 'Marquês Eduardo Cunha' com as suas chibatadas bombas no tecido epitelial, suscitando orgasmos parciais oceânicos banhados por sangue e fezes nas peles dos manifestantes incontentes sintomáticos.
Concomitantemente a esse carnaval extemporão sexual infindável, a nação se prostitui, agora goza-se com quaisquer perversos intencionais. Orgasmos parciais sob a égide da pulsão de morte são vistos por toda à parte. Goza-se com a 'caneta deliberada seletiva de Moro' e a sua "operação enfia a jato" ... Para quem estava sedento da descarga de prazer, qualquer objeto satisfaz, até os "murmurinhos ululantes sonoros descontextualizados" dos palhaços teatrais parlamentares vomitados na sessão de abril/2016 na Câmara dos Deputados já molhavam as calcinhas e as cuecas dos manifestantes libertinos insatisfeitos. São orgasmos parciais múltiplos não disfarçados nos lábios e nos sorrisos sarcásticos de uma parcela popular animal desenfreada.
Goza-se até com Temer!
Ademais, imagina essa parcela comandada pela mortal pulsão de morte (pleonasmo intencional) que o 'orgasmo final' será com a possível prisão do 'indesejável sexual Lula', antigo 'parceiro sexual' dessa mesma 'tropa libertina desvirtuada', com o qual mantiveram por vários anos os mais incríveis gozos, nos mais diversos lugares: shoppings, faculdades, aeroportos, veículos populares ... gozavam-se até em cima da mesa farta de alimentos. No entanto, também é próprio da pulsão a infidelidade. A pulsão sexual sem um mínimo de contenção possível é a libido em estado bruto – coisa bastante animal. Há que se existir uma certa castração do desejo onipotente ao custo de certo' mal-estar em nossa civilização'. Não se pode comer e dar para todo mundo ao mesmo tempo agora, à revelia do ego e tão somente refém da anárquica e amoral pulsão sexual.
Entretanto, a pulsão se utiliza de seus objetos sexualizados simplesmente para a descarga do prazer represado a partir de fontes internas estimuladas, e, conforme cada sujeito vivencia essas sensações junto ao Outro, dar-se-ão as suas fantasias sexuais, às vezes pela via perigosa da pulsão de morte.
Neste momento, Thanatos triunfa sobre Eros aliado à força de Afrodite, a sexualidade constrói e destrói a realidade mundana. O gozo mortal segue impassível, mesmo violentando a nossa Pátria. Goza-se com qualquer um e de qualquer forma num país prostituído, escancaradamente com as pernas abertas ...
Não conseguis vós gozar diferente?
Com quem ireis gozar nas eleições de outubro próximo?

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