"O estopim do desembarque foi uma ameaça direta de Cunha ao
presidente Michel Temer. O recado, em tom de ameaça, era sobre a
possibilidade de Cunha contar 'a quem quisesse ouvir' detalhes das
reuniões mantidas com Temer para afinar a aceitação do impeachment de
Dilma Rousseff", diz reportagem do jornalista Fábio Serapião, do Estado
de S. Paulo, que confirma o que todos sempre souberam: Eduardo Cunha e
Michel Temer conspiraram juntos para afastar a presidente eleita Dilma
Rousseff
Uma
reportagem do jornalista Fábio Serapião, sobre os bastidores da cassação
de Eduardo Cunha, traído por Michel Temer e pelo Palácio do Planalto,
revela um segredo de Polichinelo: os dois conspiraram juntos para
afastar a presidente eleita Dilma Rousseff do cargo para o qual foi
eleita com 54 milhões de votos.
Cunha esperava que
"Michel" fizesse gestos para protegê-lo, mas acabou sendo abandonado.
Pouco antes da votação, ele prometeu contar, "a quem quisesse ouvir",
detalhes da conspiração que feriu de morte a democracia brasileira.
Leia, abaixo, a reportagem de Serapião:
BASTIDORES: Planalto abandonou Cunha após ameaça direta a Temer
Por Fábio Serapião, no Estado de S. Paulo
Os desdobramentos de duas
reuniões iniciadas na noite de domingo, 11, resultaram no placar de 450
deputados a favor da cassação de Eduardo Cunha e apenas 10 contra. O
resultado foi se consolidando após o Planalto abandonar Cunha e liberar a
base para votar pelo fim de seu mandato. O Estado apurou que o estopim
do desembarque foi uma ameaça direta de Cunha ao presidente Michel
Temer. O recado, em tom de ameaça, era sobre a possibilidade de Cunha
contar “a quem quisesse ouvir” detalhes das reuniões mantidas com Temer
para afinar a aceitação do impeachment de Dilma Rousseff.
Enquanto o presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM), reunia políticos e jornalistas na residência
oficial, aliados de Cunha conversavam no escritório do advogado Renato
Ramos. Estavam presentes, além de Maia, Moreira Franco, Geddel Vieira
Lima e outros políticos. Todos comiam pizza quando o telefone de Maia
tocou. A ligação partia de um dos convivas da outra reunião.
Convicto de que a reunião
de Maia era um sinal do que o esperava na votação do dia seguinte,
Cunha pediu para que dois de seus aliados fossem até a residência
oficial para saber se o presidente da Câmara manteria a palavra de abrir
a sessão somente com 420 deputados presentes. Maia confirmou que daria
seguimento à votação apenas com esse quórum, mas informou que, em caso
de tentativa de postergação, iniciaria a sessão com mais de 300
presentes.
Ao saber do
posicionamento de Maia, já na madrugada da segunda-feira, 12, Cunha
teria ficado nervoso. Na manhã de segunda, o clima piorou. Segundo
aliados, Cunha fez a ameaça direta a Temer e acabou abandonado pelo
Planalto.
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