Um dos principais articuladores do golpe parlamentar de 2016, o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já demonstra insatisfação com os
rumos do governo Michel Temer; segundo ele, até agora, Temer não tem
demonstrado capacidade de liderar o País; "Agora, vamos ver se ele dá um
salto. Está faltando no Brasil uma voz. A política precisa de palavra,
quem fale. O verbo", afirma FHC; como a ação movida pelo PSDB movida
contra a chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral ficou para
2017, há quem aposte no "golpe dentro do golpe", com o próprio FHC se
apresentando para uma eleição indireta no Congresso
Em sua edição deste fim de semana, a revista Veja, mais uma vez,
celebra (antes da hora) a morte do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, numa capa sem título, que apenas derrama seu sangue e o petróleo
da Petrobras, expressando, assim, os desejos de seus editores;
internamente,a publicação traz uma pequena entrevista com juiz Sergio
Moro, feita após uma palestra nos Estados Unidos; "Vou repetir a palavra
que o senhor mais ouve na rua: o ex-presidente Lula será preso?",
questionou o repórter de Veja; "Sem comentários", respondeu Moro;
afinal: Lula está morto?
Em mais um depoimento de sua colaboração judicial, o executivo Léo
Pinheiro, ex-presidente da OAS, confirmou que a empreiteira pagou
propina durante as obras do Rodoanel, em São Paulo, na gestão de José
Serra, atual ministro das Relações Exteriores de Michel Temer; segundo
Pinheiro, foram transferidos pelo menos R$ 4,8 milhões à empresa Legend,
de Adir Assad, com a finalidade de gerar propinas para integrantes do
governo de São Paulo;
"O espanto com a denúncia da Lava Jato contra Lula tem a ver com a
forma, pois há algum tempo ficou claro que a destruição política e o
banimento do ex-presidente da vida pública tornara-se o alvo claro do
aparelho policial-judicial de Curitiba. O que espantou foi o tom
estrepitosamente político e a leviandade jurídica", avalia Tereza
Cruvinel; "Por isso, e não por apreço ao processo legal, é que até vozes
anti-Lula criticaram o espetáculo de quarta-feira", diz a
jornalista; ela recorda da "evolução da narrativa da Lava Jato em
direção ao ex-presidente" e conclui que "atribuir a Lula o papel de
chefe de um esquema de corrupção que sempre existiu na Petrobras é o
caminho para levá-lo mais rapidamente a uma condenação e à exclusão da
disputa presidencial de 2018. Mas é também é uma forma de atenuar as
responsabilidades dos empresários"
"Fernando Henrique Cardoso se perpetuou no poder graças a um dos mais
escandalosos delitos da história política do país: a compra de votos
para a emenda da reeleição", diz o procuador Márcio Sotello Felippe, em
artigo publicado neste fim de semana; "Nunca vimos nem veremos um
powerpoint reproduzindo esse esquema sórdido, com cobertura em tempo
real da mídia, à semelhança do que foi apresentado ao melhor estilo
Goebbels por procuradores da República contra Lula"
Em entrevista ao portal Sputnik Brasil, o advogado Cristiano Zanin
Martins, que defende o ex-presidente Lula, reafirma, sobre a denúncia
apresentada pela força-tarefa da Lava Jato, que "sequer era atribuição
destes procuradores examinar a questão da organização criminosa, assim
como ela não era objeto da denúncia que eles se propuseram a anunciar";
os investigadores afirmaram que Lula era o "comandante geral" do esquema
de corrupção na Petrobras; "Fora isto, a forma como se deu aquela
entrevista coletiva com a utilização de recursos públicos, exagero no
uso de adjetivos contra o ex-presidente, buscando claramente macular a
sua honra e integridade, saíram do nível de conduta que os procuradores
deveriam ter demonstrado, além de neutralizar o princípio da presunção
de inocência"
Maior empreiteira brasileira, a Odebrecht tenta um acordo simultâneo
no Brasil e nos Estados Unidos para voltar a operar sem maiores
transtornos judiciais; para isso, a empresa de Marcelo Odebrecht, que
está preso em Curitiba, contratou o advogado William Burck e alega que o
bloqueio de recursos coloca em risco a própria continuidade da empresa
A denúncia gasta mais de uma dezena de páginas para dizer que ele foi
o grande comandante do Mensalão, da Lava Jato... São acusações levianas
porque não há provas e porque sequer fazem parte da denúncia.
Tecnicamente, é evidente que isso enfraquece uma denúncia. O mundo do
direito é técnico", diz Eloisa Machado, da FGV; "Será que algo que é
simplesmente uma denúncia é merecedor de tamanha atenção e divulgação?",
questiona ainda Maíra Zapater
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