Na coletiva após sua cassação, Cunha deixou claro que tinha elegido seu alvo preferencial dali em diante.
“Todo mundo sabe que, na verdade, há uma articulação porque no governo hoje tem uma eminência parda. Quem comanda o governo é o Moreira Franco, que é sogro do presidente da Casa [Rodrigo Maia]”, disse.
“Então o sogro do presidente da Casa fez uma articulação que fez com que fosse feita uma aliança com o PT e, consequentemente, a minha cassação estava na cara”.
Moreira, afetando tranquilidade, devolveu que não ia ficar “zangado”. Mentira. Como apontou um parlamentar peemedebista, “quem tem cunha tem medo”. Na véspera de sua prisão, Cunha se dedicava, com força e com vontade, ao capítulo sobre o desafeto.
É uma guerra de facções que não vai deixar muito em pé.
O que faz o governo Temer, então? Demite? Jamais. Articula para Moreira Franco o cargo de ministro e, portanto, o foro privilegiado.
Oficialmente, Moreira se auto elogia afirmando que sua secretaria de Parcerias de Investimento não exige a estrutura de um ministério, “o que contribui com o enxugamento da máquina”.
Você precisa ser um idiota completo para acreditar que um homem com a folha corrida de MF está preocupado com isso.
Agora: onde está a histeria coletiva com esse ministério?
Quando Lula foi convidado para a Casa Civil, o mundo caiu. Gilmar Mendes, sempre ele, acabou concedendo liminar para impedir sua posse alegando “desvio de finalidade”. Ela conduziria a “resultados absolutamente incompatíveis” com a finalidade constitucional.
“É muito claro o tumulto causado ao progresso das investigações pela mudança de foro. E ‘autoevidente’ que o deslocamento da competência é forma de obstrução ao progresso das medidas judiciais”, declarou.
Com Moreira vai ser diferente? Pode apostar que sim
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