10.10.2010

Iniciação e Precocidade sexual

Até o início do século 20, as moças iniciavam a vida sexual por volta dos 13, 14 anos ou até antes. Por questões econômicas, se casavam cedo e o objetivo do sexo era apenas gerar filhos. O prazer praticamente só existia para o homem. Por ser desnecessário à procriação, para a mulher não era nem cogitado. Na década de 60, com a pílula, pela primeira vez o sexo foi dissociado da procriação e passou a se relacionar com o prazer. Entretanto, o controle sobre o prazer continua a ser exercido. Os rapazes são incentivados a ter logo a primeira experiência sexual, não importando com quem.

A sociedade patriarcal exige deles essa prova de virilidade. Devem estar sempre dispostos, não recusar nenhuma oferta, e o mais importante, nunca falhar. A moça, ao contrário, dever reprimir seus impulsos sexuais, ocultar seus desejos, fingir que não se interessa muito pelo assunto. Num discurso pseudoliberal, muitos pais passam às filhas uma dupla mensagem. São tantos conselhos e advertências, que em raros casos o sexo é vivido com tranqUilidade.

“Não tenho nada contra você ter relações sexuais com seu namorado, desde que esteja certa de poder assumir as responsabilidades, de que é um namoro sério, de que tem certeza de que o ama, de que ele não a esteja usando, e se o namoro terminar você não vai ficar mal, que não vai se arrepender..”

Alguém, mesmo aos 80 anos, pode ter tantas certezas? E aos 14, 17, ou 18? As mães há 40 anos não tinham discurso dúbio. Tudo era proibido mesmo. Facilitavam, assim, a opção das jovens quanto à própria vida sexual. Seus valores eram passados com clareza, sendo mais fácil percebê-los como ultrapassados. Acredito que o jovem deve iniciar sua vida sexual quando desejar. Os pais e a sociedade devem cuidar para que isso ocorra da forma mais natural e prazerosa possível. A saúde mental e social das pessoas depende disso. Certamente muitos casos de disfunção, assim como diversos tipos de agressão sexual, seriam evitados. Um estudo publicado em 1975 nos EUA, feito em 400 sociedades pré-industriais, concluiu que, nas culturas não repressoras da atividade sexual de seus adolescentes, o índice de violência é mínimo. Só mais um detalhe: o uso da pílula e da camisinha deveria fazer parte da educação, como o ato de tomar banho e de escovar os dentes.POR REGINA NAVARRO LINS

Pesquisadores da Universidade de Oregon, nos Estados Unidos, analisaram a vida de mais de mil jovens americanos para entender como fatores genéticos podem influenciar na iniciação sexual. 
Genes podem influenciar na precocidade sexual, diz estudo
Pesquisa realizada com mais de mil jovens americanos diz que fatores genéticos, além dos sociais, influenciam na iniciação sexual
O estudo, publicado na revista Child Development, examinou a vida de mais de mil adolescentes, de 14 anos ou mais, que eram primos. Quanto mais genes os adolescentes tinham em comum, mais próxima a idade em que eles tiveram a sua primeira relação sexual, independentemente da presença ou não dos pais na infância, concluiu a pesquisa.


Integrado com uma análise social, o estudo comparou a média de idade da primeira relação sexual entre crianças cujos pais estavam sempre ausentes, parcialmente ausentes ou sempre presentes durante toda a infância.

Isso, segundo os pesquisadores, mostra que fatores genéticos, assim como fatores sociais como pobreza, oportunidades para educação e religião, contribuem para o início da vida sexual. 
Segundo Jane, o peso genético aparece em pais que apresentam características como impulsividade, que fazem o uso de drogas e naqueles que tendem a brigar ou buscar “emoções fortes”.
Entre os jovens que tiveram pais ausentes, 63,2% disseram ter tido relações sexuais. Já no caso de pais ocasionalmente ausentes, esse índice foi menor, 52,5%. O número é bastante diferente entre os adolescentes que tiveram pais presentes durante a infância. Apenas 21% deles afirmam já ter vivido uma relação sexual. 

A média de idade para a primeira relação sexual para crianças com pais sempre ausentes foi de 15,28 anos. No segundo grupo, a média foi de 15,36 e no terceiro, 16,11. 

Apesar do estudo apontar para uma influência dos fatores sociais, os pesquisadores afirmam que a relação entre a ausência do pai e a sexualidade das crianças é melhor explicada pelas influências genéticas do que apenas por teorias ambientais. 

"Claramente não existe um 'gene da ausência do pai', mas há fatores genéticos vindos de mães e pais que aumentam a probabilidade de um comportamento sexual mais precoce em seus filhos”, afirma Jane Mendle, chefe do estudo.

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