Imunologia
Descoberto sistema de “antivírus” capaz de combater a dengue
Pesquisa pode criar proteção contra a febre amarela, dengue e SARS

A história dessa pesquisa começou há 35 anos, quando o médico Bernard Moss, do Instituto Nacional de Saúde dos EUA, reparou que alguns vírus (como o da varíola) protegiam sempre as duas mesmas partes de seu RNA com o que denominou 'capas'. O RNA é um código, produzido a partir do DNA, que comanda a produção das proteínas de um organismo. A teoria de Moss era a de que essas capas eram usadas como uma espécie de disfarce para que as células invadidas não reconhecessem o RNA do agressor e ele pudesse, assim, passar ileso pelo sistema de segurança.
Desde então, descobriu-se que a primeira capa química tinha como função estabilizar o RNA, impedindo que ele quebrasse. Porém, era mantido o mistério com relação à segunda capa, localizada no início de cada cordão de RNA, numa posição que os cientistas chamam de two prime.
O estudo liderado pelo PhD Michael S. Diamond, publicado na última edição da revista Nature, resolveu a charada. A equipe de Diamond inseriu em ratos uma versão mutante do vírus do oeste do Nilo, incapaz de incorporar a segunda capa a seu RNA. Mesmo depois de longa observação, os ratos não tinham sido infectados.
Em seguida, os cientistas injetaram o mesmo vírus em ratos impossibilitados de absorver a proteína interferon, que tem um papel muito importante na reação defensiva do organismo. Nesse caso, os ratos ficaram doentes, sugerindo que essa proteína protege as células de vírus, a não ser que eles estejam protegidos pela capa two prime.
“Agora que sabemos para que servem essas capas, talvez consigamos desenvolver inibidores que impeçam os vírus de 'encapar' o seu RNA”, explica Diamond. “E será muito mais difícil para eles se replicarem, uma vez que o sistema imunológico natural esteja ativado novamente”.
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