Os novos caminhos para a longevidade
Descobertas revelam a influência da personalidade, do relógio biológico e da quantidade de alimentos ingerida para garantir uma vida mais longa e saudável
AMINOÁCIDOS NO PRATO
O primeiro filho da apresentadora Adriana de Castro, 42 anos, tem oito meses. Antes e depois da gestação, ela enriqueceu a alimentação diária com frutas e grãos, para obter substâncias como a metionina, composto que atua naregeneração dos
tecidos. “Meu paladar mudou e tenho mais energia”
Já se caminhou bastante nesse sentido, com a descoberta de alguns mecanismos capazes de nos levar a uma vida mais longeva. Recentemente, no entanto, a ciência trouxe à luz três novos fatores decisivos para um envelhecimento saudável: o tipo de personalidade, quanto e o que se deve comer e por que se deve respeitar o relógio biológico para que se possa viver mais. Estes achados estão entre os avanços mais importantes obtidos nos últimos anos na área da ciência da longevidade.
Há dez anos, por exemplo, quem imaginaria que a personalidade teria o poder de influenciar a rapidez do envelhecimento cerebral? Mas foi exatamente isso o que constataram cientistas da Universidade de Washington, nos Estados Unidos. O grupo, considerado um dos mais conceituados nos estudos sobre o tema, verificou que os indivíduos de temperamento irritadiço, mais propensos a neuroses, estão sujeitos a perder mais neurônios do que os tranquilões e extrovertidos. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores avaliaram imagens do cérebro de 79 voluntários com idade entre 44 e 88 anos. “As pessoas ansiosas e aquelas que tendem a reagir de modo negativo aos acontecimentos do dia a dia têm menos massa cinzenta nas regiões ligadas à atenção, às emoções e à memória”, disse à ISTOÉ a professora de psicologia Denise Head, uma das autoras do trabalho.
A massa cinzenta é formada pelo conjunto dos neurônios, as células nervosas do cérebro. Na juventude, ter menos neurônios nas áreas apontadas pelo estudo pode não implicar grandes prejuízos ao raciocínio e ao processamento dos sentimentos, por exemplo. Isso porque, nessa fase da vida, o cérebro pode compensar a menor quantidade de neurônios em uma região usando outros circuitos, em outras áreas, para que exerçam as funções. Porém, com o passar dos anos, essa capacidade do cérebro, chamada de neuroplasticidade, diminui. Em indivíduos com personalidade mais neurastênica, que já apresentam menos células nervosas, a perda dessa habilidade será sentida mais rapidamente. “E o declínio da massa de neurônios será mais acentuado naqueles que não tinham uma boa reserva”, diz o geriatra Almada. Isso significa que, para eles, os primeiros sinais de desgaste cerebral – como as falhas de memória ou dificuldade para processar as emoções – chegarão mais cedo.
O PODER DO SONO
O executivo José Melo Neto, 43 anos, foi ao geriatra cinco anos atrás. Queria saber
o que deveria fazer para ter saúde quando ficasse velhinho. Primeiro mudou aspectos
da rotina para regular o sono, que não era satisfatório. Uma das providências foi não
entrar mais na internet depois do jantar e relaxar na cama antes de pegar no sono
A VIDA À NOITE
O advogado Ricardo Rodrigues, 25 anos, sabe que seu desempenho é melhor depois
do meio-dia. Por isso, procura respeitar seu relógio biológico. Sempre que pode,
reserva a manhã para resolver tarefas burocráticas e que exijam menor esforço mental.
“Minha mente está mais rápida à tarde e à noite”, diz
COMER MENOS PARA VIVER MAISA executiva Ana Paula Gaiotti, 32 anos, decidiu reduzir a quantidade de alimentos no prato paraperder peso e também aumentar a sua expectativa de vida. E conseguiu fazer issomelhorando também a qualidade do que ingere. Acrescentou castanhase mais fibras ao cardápio. Não sente mais tanta fome
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