Artrose atinge 10% da população de 30 a 50 anos
Exercícios físicos feitos com excesso de peso ou postura incorreta podem ser a causa
Rio - Quem pensa que só idosos têm artrose está enganado. A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) alerta que cada vez mais pessoas entre 30 e 50 anos têm sofrido com dores provocadas pelo desgaste das articulações de joelhos, quadris, tornozelos e coluna — consequência de esforço exagerado na malhação ou esportes radicais na juventude. Cerca de 10% da população nesta faixa etária apresenta o problema de saúde.
O tema foi debatido no 42º Congresso Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia (CBOT). Segundo o presidente do CBOT, Paulo Lobo, a artrose, que atinge 60% das pessoas na terceira idade, é diferente daquela que vem sendo encontrada nos adultos mais jovens. “O desgaste na articulação destes é causado por trauma, uma carga extra de exercícios. Já em idosos é um desgaste comum devido à idade”, descreve.
O importante, segundo os especialistas, é o diagnóstico precoce. O desvio do eixo de um membro que dói e a dificuldade de movimentá-lo possivelmente significam artrose. “Quanto antes diagnosticar, mais cedo será possível mudar a rotina de exercícios pesados”, afirma Lobo.
Para não ter o problema
Segundo o médico, natação e pedalada, assim como fisioterapia, medicamentos e até cirurgia para corrigir a lesão podem minimizar o incômodo e evitar a progressão da doença, que não tem cura. Se o objetivo é evitar a artrose precoce, o ortopedista José Luiz Runco dá as dicas: “Na musculação, evite o excesso de peso e o posicionamento errado. Em qualquer esporte, se o músculo tremer ou queimar, há sobrecarga. Se há cãibra ou dor, é sinal de cansaço e assim o músculo não protegerá adequadamente a articulação, que passa a receber mais peso que deveria”.
Já sinalizando dor na coluna e nas pernas e diante da possibilidade de, no futuro, ter artrose, a balconista Tereza Minôr, 38 anos, seguiu a orientação médica: entrou, há 3 anos, na hidroginástica. “É uma atividade leve, e não sinto mais dores. Com a musculatura forte e preparada, já não acho que vou ter artrose. Me cuido”, diz.
SAIBA UM POUCO MAIS SOBRE ARTROSE:
O tema foi debatido no 42º Congresso Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia (CBOT). Segundo o presidente do CBOT, Paulo Lobo, a artrose, que atinge 60% das pessoas na terceira idade, é diferente daquela que vem sendo encontrada nos adultos mais jovens. “O desgaste na articulação destes é causado por trauma, uma carga extra de exercícios. Já em idosos é um desgaste comum devido à idade”, descreve.
O importante, segundo os especialistas, é o diagnóstico precoce. O desvio do eixo de um membro que dói e a dificuldade de movimentá-lo possivelmente significam artrose. “Quanto antes diagnosticar, mais cedo será possível mudar a rotina de exercícios pesados”, afirma Lobo.
Para não ter o problema
Segundo o médico, natação e pedalada, assim como fisioterapia, medicamentos e até cirurgia para corrigir a lesão podem minimizar o incômodo e evitar a progressão da doença, que não tem cura. Se o objetivo é evitar a artrose precoce, o ortopedista José Luiz Runco dá as dicas: “Na musculação, evite o excesso de peso e o posicionamento errado. Em qualquer esporte, se o músculo tremer ou queimar, há sobrecarga. Se há cãibra ou dor, é sinal de cansaço e assim o músculo não protegerá adequadamente a articulação, que passa a receber mais peso que deveria”.
Já sinalizando dor na coluna e nas pernas e diante da possibilidade de, no futuro, ter artrose, a balconista Tereza Minôr, 38 anos, seguiu a orientação médica: entrou, há 3 anos, na hidroginástica. “É uma atividade leve, e não sinto mais dores. Com a musculatura forte e preparada, já não acho que vou ter artrose. Me cuido”, diz.
SAIBA UM POUCO MAIS SOBRE ARTROSE:
ARTROSE
Sinonimos e Nomes Populares:
Osteoartrose, doença articular degenerativa. Os pacientes com freqüência referem-se à Osteoartrite como artritismo.
O que é?
É a doença articular mais freqüente e a cartilagem é o tecido inicialmente alterado. A cartilagem está aderida à superfície dos ossos que se articulam entre si. É formada por um tecido rico em proteínas, fibras colágenas e células.
Como se desenvolve?
A Osteoartrite (OA) tem início quando alguns constituintes protéicos modificam-se e outros diminuem em número ou tamanho. Há tentativa de reparação através da proliferação das células da cartilagem mas o resultado final do balanço entre destruição e regeneração é uma cartilagem que perde sua superfície lisa que permite adequado deslizamento das superfícies ósseas.
Este processo acompanha-se de liberação de enzimas que normalmente estão dentro das células cartilaginosas. A ação destas enzimas provoca reação inflamatória local a qual amplifica a lesão tecidual. Aparecem erosões na superfície articular da cartilagem que fica como se estivesse cheia de pequenas crateras. A progressão da doença leva ao comprometimento do osso adjacente o qual fica com fissuras e cistos.
Ao mesmo tempo, aparentemente como uma tentativa de aumentar a superfície de contato e procurando maior estabilidade, o osso prolifera. Mas não é um osso normal, sendo mais rígido e mais suscetível a microfraturas que ocorrem principalmente em articulações que suportam peso.
Aparentemente devido à reação inflamatória local todos os elementos da articulação sofrem hipertrofia: cápsula, tendões, músculos e ligamentos. As articulações sofrem aumento de volume e podem estar com calor local.
O grau de comprometimento é bastante variado. A doença pode evoluir até a destruição da articulação ou estacionar a qualquer momento. Há indivíduos que têm deformidades nos dedos e que nunca sentiram dor e outros que terão dor e progressiva piora da doença com conseqüentes deformidade e diminuição da função articular.
Não se conhece o gatilho inicial da Osteoartrite. Acredita-se que mecanismos diferentes levem às mesmas alterações na função e composição das estruturas articulares.
Freqüência
A doença torna-se evidente a partir dos 30 anos de idade. Estima-se que 35% das pessoas já tenha Osteoartrite (OA) em alguma articulação nesta idade, sendo a grande maioria sem sintomas. Joelhos e coluna cervical são os locais mais atingidos. Aos 50 anos aumenta muito a prevalência e a partir da década dos 70 anos 85% dos indivíduos terão alterações ao RX.
Fatores de risco
Osteoartrite (OA) nos dedos das mãos é mais freqüente em mulheres e tem grande incidência familiar, favorecendo um mecanismo genético.
Osteoartrite em articulações que recebem carga, como quadris e joelhos, são mais freqüentes em obesos o mesmo podendo acontecer com a coluna vertebral.
Defeitos posturais como pernas arqueadas ou pernas em xis favorecem Osteoartrite de joelhos. Posição inadequada do fêmur em relação à bacia leva à degeneração cartilaginosa em locais específicos da articulação coxo-femural.
Do mesmo modo, defeitos nos pés levarão à instalação de Osteoartrite, sendo o joanete o melhor modelo. Entretanto, há pacientes que sofrem outro tipo de OA no dedo grande do pé que não se relaciona com defeito postural.
Hiperelasticidade articular, mais comum em mulheres, pode permitir que as superfícies articulares ultrapassem seus limites anatômicos e a cartilagem, deslizando em superfícies duras, sofre erosão. Osteoartrite OA entre fêmur e rótula (femuropatelar) é um exemplo comum.
Doenças metabólicas como diabete e hipotireoidismo favorecem o desenvolvimento de Osteoartrite.
Outras doenças que afetam a cartilagem como artrite reumatóide, artrite infecciosa e doenças por depósitos de cristais (gota e condrocalcinose) podem apresentar-se com o mesmo tipo de lesão e são rotuladas como Osteoartrite (OA) secundária.
Manifestações clínicas
O que se sente?
Antes da dor, os pacientes com OA podem reclamar de desconforto articular ou ao redor das articulações e cansaço. Posteriormente, aparece dor e, mais tarde, deformidades e limitação da função articular. No início, a dor surge após uso prolongado ou sobrecarga das articulações comprometidas.
Mais tarde, os pacientes reclamam que após longo período de inatividade como dormir ou sentar-se por muito tempo em Osteoartrite de quadrís ou joelhos, há dor no início do movimento que permanece alguns minutos.
São exemplos a dor discreta com rigidez que dura alguns minutos nos dedos pela manhã e nos joelhos também de manhã ou após algum tempo sentado. Nos pacientes que têm piora progressiva a dor fica mais forte e duradoura e as deformidades acentuam-se.
Na Osteoartrite de quadrís e joelhos, subir e descer escadas fica mais difícil assim como caminhadas mais longas.
A inflamação pode produzir aumento do líquido intra-articular. Nestas situações a dor aumenta, os movimentos ficam mais limitados e a palpação articular evidencia calor local além da presença do derrame.
Acredita-se que só o fato de uma articulação estar comprometida já é suficiente para que se desenvolva atrofia muscular, mas certamente a falta de movimentos completos e a inatividade são fatores coadjuvantes importantes. Em casos extremos, os pacientes necessitam fazer uso de bengalas ou muletas. Raramente um paciente com Osteoartrite de quadris ou joelhos vai para cadeira-de-rodas.
Osteoartrite (OA) das mãos.
É mais freqüente em mulheres. Pode haver comprometimento exclusivo das articulações próximas às unhas (interfalangianas distais). Após lenta evolução que não obrigatoriamente acompanha-se de dor e vermelhidão estas articulações ficam com proeminências ósseas duras e de distribuição irregular.
Com menor freqüência, podem ocorrer lesões semelhantes nas articulações interfalangianas proximais. A capacidade de preensão pode ficar bastante comprometida.
Local comumente envolvido é a articulação abaixo do polegar (trapéziometacarpiana). Com freqüência esta articulação, em ambas mãos, é a única envolvida.
A gravidade é bastante variável. Pode não afetar a função das mãos mas há casos de deslocamento do polegar para a região palmar e dor forte ao segurar-se objetos.
Osteoartrite (OA) dos pés
É comum o joanete. É o resultado de um defeito da posição dos ossos que formam a articulação do grande artelho com o médio-pé.
A Osteoartrite é conseqüente ao desgaste da cartilagem e do osso adjacente e conseqüente proliferação óssea anormal. Atrito provocado pelo uso de calçados forma uma bursa (cisto abaixo da pele) que inflama e dói.
Vários defeitos posturais ou da mecânica dos pés que não são corrigidos com calçados apropriados, exercícios, palmilhas ou cirurgia levam a lesões cartilaginosas e conseqüente OA. Os pés podem ficar bastante deformados e rígidos, dificultando a marcha e o uso de calçados.
Osteoartrite (OA) dos quadris (coxartrose)
A grande maioria das coxartroses é secundária a defeitos da bacia ou fêmur congênitos ou adquiridos precocemente.
Quando as duas articulações estão envolvidas, obesidade deve ser um fator importante. A dor pode localizar-se na virilha, nádega, parte externa ou interna da coxa e, menos freqüentemente, irradiar-se ou ser unicamente no joelho. Em todas as situações haverá progressiva limitação dos movimentos da coxa, sendo comum dificuldade para colocar calçados e vestir calças.
Perguntas que você pode fazer ao seu médico
Esta doença tem cura?
Qual a finalidade do tratamento?
O tratamento é esta receita somente ou devo repetí-la?
Há interferência com outros remédios que estou usando?
Quais os efeitos colaterias? Devo fazer exames de controle?
Existem problemas com obesidade e dieta?
Qual a importância de exercícios e repouso?
Nenhum comentário:
Postar um comentário