É ela quem governa
Para quem crê numa presidente tutelada, eis o argumento definitivo: ninguém manda numa mulher
Muita gente ainda não entendeu a natureza do governo Dilma Rousseff. Há quem acredite que ela será tutelada pelo presidente Lula, pelo PT, pelo PMDB, por José Dirceu, Antônio Palocci, Michel Temer e até pelo pipoqueiro da esquina. Contra essa crença, o que para alguns talvez seja uma esperança, há um argumento definitivo. Não há um único homem na face da Terra que consiga mandar numa mulher. No caso de Dilma, muito menos. Todos os sinais emitidos pela presidente eleita foram claríssimos. Será dela, e apenas dela, a autoridade presidencial. Ponto final.
No que diz respeito ao presidente Lula, a mensagem foi sutil. No discurso da vitória, Dilma disse que baterá à sua porta, na certeza de que a encontrará sempre aberta. Mas não disse que as portas do Palácio estarão abertas para Lula. O que significa que qualquer iniciativa de aconselhamento terá que partir dela – e não dele. Em relação ao PT, o recado foi mais explícito. No mesmo discurso, não citou o partido. Falou apenas na coligação que a elegeu, sinalizando que ninguém terá hegemonia na composição do governo. E para o PMDB, que já briga pela partilha do pão, como se o governo fosse uma rosquinha a ser dividida, ela falou em “equipe una”.
Dilma também tem demarcado espaços sem parecer autoritária. Seu discurso tem sido conciliador, o sorriso sai espontâneo e, felizmente, ela não demonstrou um pingo de deslumbramento com a vitória nem se derramou em choros e emoções baratas. Dilma tem encarado o poder como uma responsabilidade, que lhe dá a obrigação de servir – e não como um privilégio.
Até agora, Dilma não chutou uma única bola fora nas declarações que fez. Assumiu compromissos com a democracia, com a igualdade de oportunidades (inclusive em relação às mulheres), com os pilares da estabilidade, com a promoção dos direitos humanos no plano internacional e com a meritocracia no serviço público. Sobre os desafios econômicos, demonstrou estar atenta aos problemas globais, ao falar da guerra cambial que será discutida na próxima reunião do G-20, na Coreia do Sul, onde fará sua estreia internacional – na disputa entre China e Estados Unidos, o Brasil e Dilma terão muito a acrescentar.
Se esse início promissor permite lançar alguma luz em relação ao futuro, talvez já seja o caso de dizer que Dilma começou a edificar antes mesmo da posse um governo de oito anos. Em 2014, ela será o nome natural à reeleição – e não o do (em breve) ex-presidente Lula. O Brasil talvez tenha tido a sorte de ter uma criatura melhor do que o criador, a começar pelo estilo mais sóbrio, equilibrado e republicano nos discursos. E muitos de nós talvez tenhamos que confessar: estávamos cegos pelo preconceito.
No que diz respeito ao presidente Lula, a mensagem foi sutil. No discurso da vitória, Dilma disse que baterá à sua porta, na certeza de que a encontrará sempre aberta. Mas não disse que as portas do Palácio estarão abertas para Lula. O que significa que qualquer iniciativa de aconselhamento terá que partir dela – e não dele. Em relação ao PT, o recado foi mais explícito. No mesmo discurso, não citou o partido. Falou apenas na coligação que a elegeu, sinalizando que ninguém terá hegemonia na composição do governo. E para o PMDB, que já briga pela partilha do pão, como se o governo fosse uma rosquinha a ser dividida, ela falou em “equipe una”.
Dilma também tem demarcado espaços sem parecer autoritária. Seu discurso tem sido conciliador, o sorriso sai espontâneo e, felizmente, ela não demonstrou um pingo de deslumbramento com a vitória nem se derramou em choros e emoções baratas. Dilma tem encarado o poder como uma responsabilidade, que lhe dá a obrigação de servir – e não como um privilégio.
Até agora, Dilma não chutou uma única bola fora nas declarações que fez. Assumiu compromissos com a democracia, com a igualdade de oportunidades (inclusive em relação às mulheres), com os pilares da estabilidade, com a promoção dos direitos humanos no plano internacional e com a meritocracia no serviço público. Sobre os desafios econômicos, demonstrou estar atenta aos problemas globais, ao falar da guerra cambial que será discutida na próxima reunião do G-20, na Coreia do Sul, onde fará sua estreia internacional – na disputa entre China e Estados Unidos, o Brasil e Dilma terão muito a acrescentar.
Se esse início promissor permite lançar alguma luz em relação ao futuro, talvez já seja o caso de dizer que Dilma começou a edificar antes mesmo da posse um governo de oito anos. Em 2014, ela será o nome natural à reeleição – e não o do (em breve) ex-presidente Lula. O Brasil talvez tenha tido a sorte de ter uma criatura melhor do que o criador, a começar pelo estilo mais sóbrio, equilibrado e republicano nos discursos. E muitos de nós talvez tenhamos que confessar: estávamos cegos pelo preconceito.
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