11.14.2010

71% dos brasileiros dizem desfrutar de uma boa vida

Centro de pesquisas Philips ouviu 30.000 pessoas em 23 países. Para maioria, relações de amizade e familiares são o principal motor do bem-estar

Branca Nunes
Bem estar (Aaron Mccoy/Getty Images)
As pessoas se consideram bem do ponto de vista da saúde física – menos as mulheres, que dizem estar acima do peso
Dinheiro não compra bem-estar. Essa é uma das conclusões a que se pode chegar com a leitura do Índice Philips de Saúde e Bem-Estar: Uma Perspectiva Global, divulgado pelo Philips Center para Saúde e Bem-Estar nesta semana. Entre as conclusões intrigantes está a de que o Produto Interno Bruto (PIB) de um país e a renda individual de seus habitantes pouco influenciam na qualidade de vida da população.
O estudo, baseado em respostas de mais de 30.000 pessoas espalhadas por 23 países, pretende indicar caminhos para melhorar a qualidade de vida ao redor do mundo. A conclusão é que, de maneira geral, a população se sente melhor hoje física e emocionalmente do que há cinco anos. Enquanto ingleses, chineses e japoneses são os que responderam às perguntas de forma mais negativa, Arábia Saudita, Emirados Árabes e Índia foram os mais otimistas. O Brasil faz parte do segundo grupo: 71% dos entrevistados consideraram o seu estado de saúde e bem-estar bom ou muito bom.
Em todo o mundo, a convivência saudável com amigos e familiares mostrou ter grande influência sobre o estado de saúde e o bem-estar das pessoas - e especialmente das mulheres. Na maioria dos casos, as pessoas derivam mais satisfação desses relacionamentos que da convivência com o cônjuge ou companheiro. Australianos, coreanos e brasileiros apontam as relações pessoais como os principais motores da saúde e do bem-estar. Com exceção de italianos e turcos, que se mostraram satisfeitos nesse quesito, entrevistados de todos os outros países participantes da pesquisa gostariam de passar mais tempo em companhia de amigos e familiares.
Nem todos consideram secundárias as questões financeiras. Espanhois, franceses e alemães as puseram em primeiro lugar na lista fatores que mais contribuem para o bem-estar. Brasileiros, japoneses e taiwaneses são os mais insatisfeitos com seus salários. Já o alto custo de vida foi apontado como preocupação por entrevistados de todo o mundo, mas em especial dos Estados Unidos, Reino Unido e Japão - onde mais de metade da população está descontente.
As pessoas se consideram bem do ponto de vista da saúde física – embora as mulheres se angustiem com a questão do peso. Curiosamente, a maioria prefere desistir de doces, salgadinhos e junk food do que do álcool quando o assunto é a briga com a balança.
Grande parte dos entrevistados afirma sofrer de alguma forma de stress. O que varia são as causas. O medo do desemprego foi destacado por pessoas em países como Brasil, Singapura e Espanha. Dificuldades no sono também despontaram como um problema quase universal na pesquisa.
Há diferenças regionais com relação a medidas preventivas de saúde. Nas nações desenvolvidas é muito mais comum o check-up anual. Países como Índia, Emirados Árabes Turquia e Indonésia são os que menos consultam médicos regularmente. Nos estados Unidos e na Europa, as pessoas tendem a visitar o dentista mais frequentemente do que aqueles que vivem no Oriente Médio e em países da Ásia. Nas grandes cidades, o declínio da visão e a obesidade são apontados como as grandes ameaças a saúde nos próximos cinco anos.

De modo geral, a maioria da população acredita que vai viver por mais tempo que seus pais e poucos dizem que morrerão antes dos 70 anos. Os menos otimistas são os italianos, os japoneses e os coreanos.

Os idosos apontaram melhorias na qualidade de vida na Bélgica, nas Filipinas e no Japão e estão mais bem dispostos no Brasil, na Turquia, nas Filipinas e em Singapura. Os velhos que estão na pior situação moram na França, na Coreia e na Malásia.

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