Especialista alerta sobre as consequências deste problema.
A Oniomania, doença que atinge milhares de brasileiros, é o ato de comprar por compulsão, pelo simples prazer de comprar, não importando o que está sendo comprado. Os sintomas, geralmente, são ansiedade e depressão. A pessoa simplesmente tem que gastar e não consegue se controlar até que faça a compra.
A doença tem se tornado mais comum por conta do aquecimento da economia brasileira, que trouxe a facilidade do crédito ao consumidor. Esta facilidade traz muitas vantagens, como as compras parceladas e a realização de projetos sonhados durante muito tempo. No entanto, para quem sofre deste mal, o benefício se torna perigoso.
Hoje em dia, todas as grandes lojas oferecem cartões próprios, que podem ser adquiridos facilmente. O acesso a tanto crédito cria uma ilusão em relação ao poder de compra e ao dinheiro que realmente se tem. Na maioria das vezes, o limite oferecido é muito mais alto do que aquele que você pode pagar e, a disponibilidade de tantos cartões torna o controle da compulsão ainda mais difícil.
Para muitos, comprar é um ato de prazer e merecimento. Dessa forma, fica difícil perceber quando uma simples comprinha pode ser um distúrbio mais sério. Segundo a psicóloga Eliane Dominguez, é difícil mensurar em números quando os gastos estão no limite de serem considerados anormais, ou seja, quando indicam a doença: “Cada um tem um bolso ou uma necessidade de compra diferente. O distúrbio começa quando problemas começam a surgir, sejam eles financeiros ou pessoais. Na maioria das vezes, o problema acaba sendo financeiro e gera problemas nas famílias.”
De acordo com Eliane, normalmente os pacientes têm algumas características de personalidade parecidas, como a desenvoltura, a agilidade e a inteligência. Ela afirma ainda que nem sempre as compras são motivadas por lacunas emocionais. Muitas vezes, são pessoas bem sucedidas emocionalmente e profissionalmente, que tentam preencher algo que não identificam o que é com as compras.
Os tratamentos para a Oniomania são, basicamente, a terapia individual ou a em grupo. A terapia em grupo existe por meio dos “Devedores Anônimos”, que seguindo a base dos 12 passos e das 12 tradições, visa tratar os pacientes através das experiências de outros compulsivos. Em ambos os tratamentos, o primeiro passo é admitir a doença. Dependendo do tratamento escolhido é possível até o uso de medicamentos controlados para amenizar alguns sintomas.
A Publicitária Raquel Stein, uma compradora compulsiva que conseguiu retomar as finanças dá a dica: Engane a sua mente. Se achar alguma coisa que quer comprar, finja que vai primeiro em casa para pensar, e, se decidir voltar para comprar, se for o caso, reserve a mercadoria. Como, na maioria das vezes, é apenas um ato impulsivo, quando você chegar em casa não vai nem lembrar o que era.
Devedores Anônimos é uma irmandade de auto-ajuda que funciona dentro dos moldes de A.A., com a sua autorização. Nela procuramos trilhar os 12 Passos e as 12 Tradições, a fim de conseguir nossa recuperação.
A exemplo do A.A., o Devedor Anônimo é portador de uma doença, endividamento compulsivo, que é incurável, todavia, que pode ser controlada com a aplicação dos preceitos dos Passos em nossas vidas. O D.A. é quase sempre uma pessoa competente, trabalhadora, com uma tendência quase incontrolável de querer agradar e ajudar a todos, muitas vezes até em detrimento próprio. O D.A., contudo, em se tratando de dinheiro, não tem controle, disciplina, preocupação em ganhar, em guardar e em pagar. Sua total falta de controle, seu desapego, excesso de confiança de que em breve colocará tudo em ordem, acabam por levá-lo, não raro, ao desespero, perda de auto-estima, com conseqüências das mais danosas, em sua maioria dos casos. A pessoa que tem medo de gastar também se encontra entre estes sofredores.
O tratamento se dá através de reuniões onde é lida literatura que aborda a doença, após o que são tecidos comentários a respeito da mesma, para depois começarem os depoimentos e relatos das experiências de cada um. Não há comunicação direta entre o depoente e outros membros da reunião, nem entre ele e a coordenação. Após a reunião, sim.
Informações quanto à abertura de novos grupos podem ser obtidas através do e-mail: contato@devedoresanonimos-sp.com.br.
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