3.28.2011

DISFUNÇÃO SEXUAL E PORTADORES DE HÉRNIA DE DISCO

Estudo apresenta relação entre disfunção sexual e portadores de hérnia de disco
Veja como foi realizada a pesquisa.

Que a dor crônica influencia a queda de qualidade de vida, todos já sabem. Contudo, um novo estudo mostrou que as complicações podem ir além do que possa imaginar a nossa vã filosofia. Uma pesquisa realizada pela Yeditepe University Hospital, na Turquia, abordou uma especificidade dentre as patologias causadoras de dor, focando a interferência da hérnia de disco na qualidade de vida sexual.

Foram analisados 43 pacientes com idade média de 41 anos, sendo 22 homens e 21 mulheres, todos casados. O objetivo era avaliar as atividades sexuais antes de depois de seus portadores passarem por tratamento cirúrgico.

O levantamento mostrou que 55% dos homens e 84% das mulheres relataram ter problemas sexuais após o aparecimento da dor motivada pela hérnia de disco. As disfunções mais citadas pelos homens foram diminuição do desejo sexual (18%), ejaculação precoce e disfunção erétil (18%). Entre as mulheres, a diminuição do desejo sexual foi a disfunção mais citada (47%).

Após o tratamento, o estudo apontou que a frequência de relações sexuais no grupo analisado era 78% menor antes da cirurgia, quando comparado ao período em que os pacientes disseram estar sem dor.

“A conclusão do trabalho relata que as pessoas não são analisadas em todo o seu contexto e suas queixas paralelas ao quadro da dor acabam sendo relegadas ao segundo plano, quando na verdade são componentes de grande importância, inclusive para estabelecimento na sociedade”, relata o cirurgião ortopedista Rodrigo Junqueira Nicolau.

O especialista destaca ainda como o problema é passível de solução, por meio de tratamento multidisciplinar, com medicamentos, fisioterapia e cirurgia. “O procedimento cirúrgico mais comum é a fusão ou artrodese, que implica alguns riscos de complicações e recuperação longa, devido à necessidade de grandes cortes e danos em músculos, ossos e articulações. Entretanto, uma nova técnica minimamente invasiva, baseada na videoeondoscopia, consagrada nos Estados Unidos, Ásia e Europa, vêm sendo aplicada com bastante sucesso também no Brasil”, conclui.

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