4.01.2011

Pílula do dia seguinte, em uma dose menor, pode ser seguro e efetivo como método anticoncepcional regular.


Arquivo/AE

Pílula do dia seguinte já é usado regularmente por mulheres na África e Ásia
Nos Estados Unidos a pílula do dia seguinte custa entre US$10 e US$70 e está disponível para compra sem receita para qualquer um que tenha mais de 17 anos. No entanto, seu uso só foi aprovado para emergência após sexo sem proteção e o governo desencoraja a utilização como contraceptivo regular.
O novo estudo, publicado na revista Obstetrícia e Ginecologia é baseado em revisões de estudos anteriores sobre o levonorgestrel, hormônio sintético usado na maioria das pílulas do dia seguinte.
Os pesquisadores descobriram que doses de levonorgestrel é comparável com preservativos e espermicidas em relação às taxas de gravidez indesejada. O estudo, no entanto, não comparou o método a outras formas de controle de natalidade de forma direta.

As mulheres que usam a pílula quando fazem sexo tem 5% de chance de engravidar enquanto que aquelas cujo parceiro usa camisinha tem 16% de chance de ficarem grávidas.
Para a Dr. Deborah Nucatola, que faz parte de uma associação de planejamento familiar e esteve envolvida com o estudo, o uso de levonorgestrel não é uma forma efetiva de contracepção no longo prazo. Nucatola diz que há razões para que a mulher prefira usar o levonorgestrel antes e depois do ato sexual ao invés de tomar o anticoncepcional comum todos os dias, como nos casos em que a mulher não faz sexo frequentemente.
Nos 15 estudo revistos, houve 267 casos de gravidez entre as 8.400 mulheres observadas. Na maioria dos estudos, as mulheres tomaram apenas a metade da dose de levonorgestrel que há na pílula do dia seguinte. O efeito colateral mais comum observado foi sangramento irregular.
Mas a maioria das mulheres não entendem isso como uma razão para descontinuar o uso do hormônio, de acordo com Nucatola. "Quase 70% das mulheres acham o risco aceitável, mesmo que exista chances de ter um sangramento", disse.
Levonorgestrel faz a ovulação parar, assim como algumas pílulas anticoncepcionais comuns. De acordo com o novo estudo, ele é usado por algumas mulheres na África e Ásia como método contraceptivo e não apenas em casos de emergência.
No entanto, os pesquisadores não sabem quantos mulheres fazem isto ou quantas querem fazer. "Quantas mulheres vai querer usar este método se ele for disponível, isso seria muito bom saber", disse a autora do estudo, Dr. Elizabeth Raymond, que é consultora e recebe fundos para pesquisas de empresas farmacêuticas que produzem pílulas anticoncepcionais com levonorgestrel.
Nucatola acredita que as novas descobertas são promissoras, mas que ainda é preciso um estudo de longa duração para se ter certeza dos efeitos do hormônio.
Estadao 

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