Aplicações clínicas do magnésio
O magnésio (Mg), sétimo elemento químico mais abundante na crosta terrestre, é o principal cátion intracelular. Sua principal função é a estabilização de ATP nos músculos e tecidos moles. Participa também da formação de AMPc, do transporte de íons potássio e cálcio, além de exercer funções enzimáticas e participar do controle da excitabilidade cardíaca, da pressão sanguínea e transmissão neuromuscular.
Em linhas gerais, são muitos os sintomas e sinais clínicos relacionados à deficiência de Mg, dada a sua vasta participação em processos bioquímicos no organismo. Irritabilidade, ansiedade, mialgia, cãibras, confusão mental, insônia, diminuição da memória, tontura, zumbido ininterrupto, náuseas, astenia, constipação, formigamento, intolerância a glicose e taquicardia podem estar presentes na insuficiente ingestão.
Sua deficiência promove aumento do cálcio intracelular, formação de espécies reativas de oxigênio, de agentes pró-inflamatórios e de fatores de crescimento, além de alterações na permeabilidade de membrana. Daí sua relação com o controle da pressão arterial. Ele ainda está envolvido na formação do vasodilatador óxido nítrico.
Quadros de depressão, insônia e hiperatividade também podem estar relacionados com a baixa deste micronutriente, já que o Mg é requerido para a produção de serotonina e, portanto, também de melatonina. O humor de mulheres com TPM pode ser sensivelmente melhorado com a adequada ingestão de Mg.
O Mg é essencial para o controle do pH sanguíneo. A insuficiente ingestão favorece a acidificação sanguínea e assim, a ação do paratormônio que leva a reabsorção óssea. Portanto para a prevenção da osteoporose, a ingestão de Mg mostra-se essencial.
A avaliação bioquímica mais comum do Mg é a forma sérica, todavia seus resultados sempre tendem a normalidade e, portanto deve-se dar a atenção adequada à sintomatologia e sinais clínicos apresentados. O melhor parâmetro bioquímico para avaliação deste micronutriente é o Mg eritrocitário.
Vegetais em tons verdes escuros são as melhores fontes, seguidos de legumes, produtos marinhos, nozes, cereais e derivados de leite. O consumo excessivo de magnésio proveniente de fontes não alimentares (como sais de magnésio utilizados com propósito farmacológico) pode provocar efeitos adversos, sendo a diarréia osmótica o principal efeito relacionado.
por Joana Lucyk
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