Casa de samba de São Carlos proíbe beijo na boca para garantir o respeito
Cartazes e seguranças da Toca da Criola alertam para o impedimento.
Nem mesmo no Dia do Beijo, celebrado neste sábado, carinho é permitido.

Os cartazes que alertam para a proibição, entretanto, nem sempre são suficientes, então, seis seguranças da casa ficam de olho e, quando percebem que o clima começa a esquentar, abordam os 'beijoqueiros'. “Tem gente que se beija, a gente avisa, eles não acreditam e perguntam se o que está nos cartazes é verdade mesmo”, disse Vivian. As placas viraram souvenir. “Tirar foto delas é fato, mas tem gente que leva embora”, falou.

Carlos, SP (Foto: Felipe Turioni/G1)
“Um selinho é até insignificante, o que não pode é pegada”, resumiu Carmem Oliveira, a Criola de 65 anos, que dá nome ao bar instalado há quatro anos na casa da família dela.
Devido à relação com o ambiente e para evitar que o beijo evolua para algo mais quente, a família decidiu proibi-lo. “Nas baladas, por exemplo, tem muita 'periguete' que faz até sexo no salão, então não pode deixar”, argumentou o dono do bar, de 69 anos, Geraldo Leite. “Nossa família teve uma educação diferente, então queremos respeito, porque quem entra aqui faz parte da mesma família”, completou a gerente.

Entre os clientes, a proibição divide opiniões. Há quem não goste e até quem acredita que a impossibilidade de beijar ajuda na paquera. “Volta o romantismo, a troca de telefone e ajuda a ter algo mais sério”, disse o educador físico Marcelo Maurício, de 28 anos, que levou a namorada para conhecer o lugar pela primeira vez. “A gente está junto e poderia se beijar, mas temos que respeitar porque é norma e está certo, porque tem gente que não fica só nisso”, afirmou a funcionária pública Daiane Giacomeli, de 28 anos.
Para a psicóloga Jeisiane Valério, de 29 anos, a proibição do beijo dificulta a paquera para o homem. “Sem o beijo, precisa haver uma compensação no olhar, no sorriso, na conversa, o que acaba exigindo mais do homem”, analisou. O adolescente Ronaldo Mancia, de 15 anos, não concordou com a proibição. “Não reclamo tanto porque estou com a minha namorada, mas se estivesse sozinho acharia ruim porque tem que saber se o beijo é bom primeiro antes de trocar o celular”, protestou.
O autônomo Germano Frutuoso, de 37 anos, considera que a proibição do beijo aumenta a segurança no local. “Todo mundo é mais comportado. Eles até servem a cerveja em garrafa de vidro, com copo de vidro porque sabem que não vai ter confusão, então isso ajuda”, opinou.

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