Ana Carolina nasceu com anomalia congênita e precisou fazer 2 cirurgias.
Exemplo de superação, ela já conquistou títulos nacionais e fora do país.
Sapateado é a modalidade que Ana Carolina mais se destaca (Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação)
Quem vê Ana Carolina Chryssocheri Mauá, de 15 anos, dando show de
sapateado, balé clássico e jazz, não imagina que nem sempre foi com tal
facilidade que ela deu cada passo. O pai, Roberto, nasceu com o pé
esquerdo torto e a mãe, Tatiana, com o pé direito, ambos portadores do
pé torto congênito.
Primeira cirurgia foi feita quando Ana ainda era bebê
(Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação)
Por isso, não foi surpresa quando a filha nasceu com a anomalia nos
dois pés. Após duas cirurgias e a sugestão do médico de, ao invés da
fisioterapia, praticar dança, a jovem que participa pela terceira vez do
Festival de Dança de Joinville descobriu que podia muito mais do que
isso.(Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação)
Ana Carolina é de Itu, em São Paulo, e conta que, ao nascer, seus pés eram virados para dentro, em uma inclinação de 90 graus. A primeira cirurgia foi realizada nos primeiros dias de vida ainda no hospital, de onde saiu com as duas pernas engessadas. O resultado permitiu que pudesse andar, mas com dificuldade. Depois, aos 4 anos, passou por uma nova operação e, conforme a mãe, a recuperação foi difícil porque a menina precisou ficar cerca de 6 meses sem andar.
Ainda com os pés tortos após a primeira cirurgia,
Ana Carolina precisou operar novamente
(Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação)
"Ela já estava andando nesta época e era difícil ficar parada. Um dia,
quando percebemos, ela estava caminhando pela sala com o gesso ", contou
Tatiana, que acompanha a filha nos festivais, eventos e ainda a leva
diariamente para Sorocaba, cidade vizinha de Itu, onde faz aulas de balé
e sapateado. Quando a mãe não pode acompanhá-la, por causa do trabalho,
é a tia-avó, Suely, a madrinha Marina ou os avós Artemis e Hercules que
percorrem o trajeto para que Ana Carolina possa fazer o que mais gosta:
dançar.Ana Carolina precisou operar novamente
(Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação)
Entre os momentos mais marcantes de toda a família, conforme Tatiana, está a primeira vez que Ana conseguiu se apresentar com uma sapatilha de ponta, aos 12 anos. "Sabemos o quando isso é difícil, um movimento que exige muito, principalmente dela. Ela conquistou tudo com garra e é impossível não se emocionar", diz a mãe.
Ana Carolina afirma que ainda tem algumas limitações no balé, em movimentos como o pliê, já que seu tendão não estica tanto. Além disso, sente dor principalmente em épocas de apresentações, quando os ensaios são mais frequentes, mas nada que seja um impeditivo para ela.
Momento mais emocionante para a família foi ver a
filha com sapatilha de ponta
(Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação)
Já no sapateado, não só é exemplo de superação, como se destaca entre
os colegas. No Festival de Dança de Joinville, em 2011, ficou em 1º
lugar no sapateado infantil, em 2012 conquistou - com as colegas - a
primeira colocação na categoria Danças Populares Júnior. Fora do país,
em 2013, conseguiu o 3º lugar na categoria sapateado em conjunto no
Youth America Grand Prix, em Nova York.filha com sapatilha de ponta
(Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação)
Até o ano passado, a adolescente ensaiava duas vezes por semana. Neste ano, treina sapateado segundas, quartas e sexta-feiras e balé clássico nas terças e quintas-feiras. Para as apresentações, os treinos são ainda mais intensos.
"Aprendi muita coisa, principalmente correr atrás das coisas que quero, sem duvidar. Sonho em talvez fazer um curso fora do país e conseguir continuar dançando", disse.
Em Joinville, Ana Carolina se apresenta na próxima sexta-feira (25) no Estímulo Mostra de Dança, no Teatro Juarez Machado. Com o grupo com o grupo Sheila's Ballet, ela participa do espetáculo 'Meus passos no chão'.
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