Caso Bernardo: madrasta teria planejado tudo
A assistente social Edelvânia Wirganovicz contou detalhes sobre seu envolvimento na morte de Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, em abril no Rio Grande do Sul. Em vídeos publicados pelo jornal Zero Hora, a assistente contou como o assassinato foi feito e afirmou que a madrasta dele, Graciele Ugulini, teria planejado tudo com antecedência.
Em depoimento à delegada Cristiane de Moura e Silva, na cidade de Três Passos, Edelvânia disse que, junto com Graciele, foi ver o local em que o menino seria enterrado dois dias antes da morte dele. Elas começaram a cavar um buraco, mas não terminaram, e logo em seguida foram comprar instrumentos, como uma pá, para acabarem de cavar. Além da pá, a assistente social disse que a madrastra queria comprar “um produto para dissolver a pele (do menino) rápido e não dar cheiro.” Edelvânia afirma ter guardado o produto - soda cáustica - em sua casa.
Segundo a assistente, dois dias depois, Graciele Ugulini disse a Bernardo que iria levá-lo em uma benzedeira, e que lá, seria feito um procedimento, onde ele tomaria um “piquezinho na veia”. A madrasta também teria dado dois comprimidos de “remédios fortes” para Bernardo dormir, alegando que era para ele não vomitar durante a viagem de carro.
Ao chegarem no local, em Frederico Westphalen, Graciele pediu para ele deitar e aplicou uma injeção letal nele. Em seguida, as duas mulheres tiraram a roupa de Bernardo e o enterraram, jogando a soda cáustica e pedras por cima do corpo. Edelvânia disse não se lembrar se Graciele tinha checado os sinais vitais do garoto antes de o terem enterrado.
Ainda de acordo com o depoimento da assistente, logo após ter matado Bernardo, a madrasta saiu para comprar uma televisão nova. Em um outro momento do vídeo, Edelvânia também afirma que Graciele já tinha tentado matar Bernardo o sufocando com um travesseiro.
A assistente negou o envolvimento do pai do menino, Leandro Boldrini, no crime, e disse que somente ela e Graciele foram responsáveis. Perguntada sobre o motivo de ter se envolvido, ela disse que Graciele prometeu dar “muito dinheiro” para ela ajudar a “dar um sumiço no guri”. A madrasta teria prometido pagar as prestações do apartamento de Edelvânia, no valor de R$ 96 mil.
Relembre o caso
Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, em Três Passos, depois de – segundo a versão da família - dizer ao pai que passaria o fim de semana na casa de um amigo.
O corpo do garoto foi encontrado no dia 14 de abril, em Frederico Westphalen, dentro de um saco plástico e enterrado às margens do rio Mico. Na mesma noite, o pai, o médico Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini, e a assistente social Edelvânia Wirganovicz foram presos pela suspeita de envolvimento no crime.
Segundo a Polícia Civil, o menino foi dopado antes de ser morto, possivelmente com uma injeção letal. Edelvânia, Graciele e Boldrini estão presos desde 14 de abril.
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