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Publicado na revista científica Ophthalmology,
da Academia Americana de Oftalmologia, estudo populacional comprovou a
tese de que níveis mais altos de escolaridade resultam em uma
prevalência maior de miopia, o que demonstra que quando se trata do
assunto, fatores ambientais superam a genética.
A miopia tem se tornado cada vez mais
frequente no mundo, causando impacto na saúde e na economia. Os quadros
mais graves são a principal causa de deficiência visual, e estão
associados a risco de descolamento na retina, degeneração macular,
catarata precoce e glaucoma.
Só nos EUA, 42% da população sofre de
miopia. E o aumento do número de casos em países desenvolvidos da Ásia
chegou a quase 90% nos últimos anos, o que reforça a tese de que fatores
ambientais - como hábito mais frequente de leitura e uso do computador –
exercem um papel importante. Tanto que, na China, um método nada
convencional está sendo utilizado para combater a miopia nas crianças,
conforme mostramos nesta matéria.
Os pesquisadores, do Centro Médico da
Universidade de Mainz, avaliaram a ocorrência de miopia em mais de 4.600
alemães com idades entre 35 e 74 anos, excluindo aqueles que tiveram
catarata ou passaram por cirurgia refrativa.
Os resultados do trabalho, batizado de
Estudo de Gutenberg, mostram que a miopia foi mais frequente nos
indivíduos com melhor nível de escolaridade: 53% dos indivíduos formados
em universidades apresentaram o problema. Já entre aqueles que não
chegaram a cursar faculdade, a prevalência foi de 35%. E entre os que
não terminaram o colégio, de apenas 24%. A equipe também descobriu que
cada ano a mais de estudo aumenta o risco de miopia.
Além disso, os autores do estudo
analisaram o impacto de 45 marcadores genéticos associados à miopia na
mesma população, mas concluíram que o nível de escolaridade teve um
impacto mais forte na ocorrência do problema.
O antídoto para o aumento dos casos pode ser simplesmente estimular atividades ao ar livre,
segundo os oftalmologistas. Nos últimos anos, estudos feitos com
crianças e adultos jovens na Dinamarca e em países asiáticos mostraram
que a maior exposição à luz natural foi associada a um risco menor de
ter miopia, enquanto que, no Reino Unido, o percentual de míopes não
chega a 30%.
(Fonte: UOL/Blog Jairo Bouer)
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