Colunista explica quais serviços são realmente necessários.
Saiba quando trocar filtros, limpar bicos injetores e fazer alinhamento.
Denis Marum
Especial para o G1
Fazer revisão de carro novo pode sair caro para quem não se informa antes (Foto: Denis Marun)
Ao aumentar o tempo de garantia dos carros, montadoras passaram a
exigir uma contrapartida dos motoristas: as revisões periódicas. Quem
não passa por elas acaba perdendo o benefício. Se você comprou um
veículo 0 km e está disposto a manter a garantia, precisa ir à
concessionária bem informado para não receber uma conta enorme no fim
dos serviços.
Nem todas as trocas, limpezas e correções são necessárias. É importante
ler o manual do proprietário antes de entregar o carro, para saber
quais são as exigências de fábrica. Nem todo automóvel precisa, por
exemplo, que as velas de ignição sejam trocadas a cada 20 mil km. No
entanto, boa parte das indicações são gerais.
Veja os mitos e as verdades sobre a revisão:
1. Limpar os bicos injetores antes dos 30 mil km
O filtro de combustível consegue segurar 98% das impurezas, mas
exceções podem ocorrer quando se abastece o tanque com gasolina
adulterada com solvente de borracha ou com etanol misturado com álcool
anidro, produtos que podem interferir no funcionamento do motor. O
filtro de combustível deve ser trocado a cada 10 mil km.
2. Alinhamento e balanceamento a cada 10 mil km
Ruas e estradas esburacadas acabam alterando a geometria da suspensão.
Se as correções não forem feitas, além do aumento do consumo de
combustível, a vida útil dos pneus diminuirá devido ao desgaste
irregular da banda de rodagem (parte que toca o chão). O alinhamento
corrige os ângulos das rodas, e o balanceamento equilibra o pneu e a
roda (para evitar vibração na carroceria).
Saiba como são feitos.
3. Correção de cambagem
Essa correção da geometria da suspensão, que trata da inclinação da
roda em relação ao plano vertical, não é tão comum quanto o alinhamento.
Ela é necessária quando o motorista pega um grande buraco, quando força
as rodas dianteiras na guia ou ainda quando ocorre uma colisão
dianteira.
4. Cristalização ou espelhamento da pintura antes dos 20 mil km
Todo carro sai de fábrica com uma camada de verniz suficiente para
proteger e dar brilho à pintura. A cristalização e o espelhamento
(aplicação de uma resina protetora) são indicados para pinturas
manchadas ou sem brilho. Até os 20 mil km, um enceramento a cada 2 meses
é suficiente para proteger o carro e mantê-lo brilhando.
Saiba mais sobre as técnicas.
5. Colocar aditivo na água do radiador
Uma grande parte dos problemas nos sistemas de arrefecimento se deve à
falta do uso de aditivo. Além de oferecer a proteção anticorrosiva das
peças metálicas que entram em contato com a água, ele prolonga a vida
útil de itens como sensores térmicos, válvulas termostáticas e sensores
de temperatura. Importante: não é necessário colocar aditivo sempre que
completar a água do radiador em postos de gasolina. Fazer isso nas
revisões é suficiente para carros novos.
6. Substituição das velas a cada 20 mil km
Apesar de o seu carro não falhar, as velas de ignição devem ser
trocadas, pois a faísca (arco voltaico) que elas produzem perdem
intensidade e deixam de queimar parte do combustível que entra na câmara
de combustão. Assim, elas aumentam o consumo e diminuem a potência do
motor. A regra vale para a grande maioria dos carros, mas alguns exigem a
troca aos 80 mil km – por isso, é importante consultar o manual do
proprietário.
7. Aditivo no óleo do motor
O óleo especificado pelo fabricante já tem todos os aditivos
necessários para o bom funcionamento do motor. A limpeza interna com
aditivos só é recomendada quando houver algum tipo de contaminação ou
quando o motorista se esqueceu de fazer as trocas de óleo no prazo
certo.
8. Descontaminação do motor
Se o motorista substituir o filtro de ar, óleo e combustível dentro dos
prazos estabelecidos no manual, esse serviço não será necessário antes
dos 30 mil km. Mas quem colocou combustível adulterado ou roda em
estradas de terra precisa antecipar a descontaminação.
9. Substituir o fluido de freio a cada 20 mil km
Quando não é substituído no período indicado, o fluido de freio pode
gerar oxidação (ferrugem) nas peças internas do sistema, como cilindros
de roda, cilindro mestre (câmara de pressão que alimenta os freios das
quatro rodas) e pinças de freio (peças onde se encaixam as pastilhas).
10. Higienização do ar-condicionado
Muita gente sofre com a falta de higienização do ar-condicionado e não
se lembra de substituir o filtro e higienizar os dutos. As crianças são
as principais vítimas de fungos e bactérias que se alojam nesse sistema.
A cada 10 mil km, é importante fazer a manutenção.
Dono de oficina em São Paulo, Denis Marum é formado em
engenharia mecânica e tem 29 anos de experiência com automóveis. Nesta
coluna no G1, dá dicas sobre cuidados com o carro.
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