Presidenta Dilma diz estar 'bastante satisfeita' com votação sobre meta fiscal
Texto-base foi aprovado.
De óculos escuros, presidente chegou a Quito para Cúpula da Unasul.
A presidenta desembarcou na capital equatoriana usando óculos escuros e se justificou afirmando que "estava com olheiras". Ela não teve nenhum compromisso oficial nesta quinta, mas nesta sexta (5) participa da reunião com os presidentes dos países do bloco, além da inauguração da sede da Unasul - um edifício moderno que teria custado ao governo equatoriano US$ 38 milhões e se chamará Nestor Kirchner, em homenagem ao ex-presidente argentino morto em 2010.
O Congresso Nacional encerrou na madrugada de quinta-feira (4), depois de mais de 18 horas de debates, a sessão destinada a votar o projeto enviado pelo governo federal que ajusta a meta fiscal prevista para 2014. Os parlamentares aprovaram o texto-base da proposta, mas, por falta de quorum, o último destaque (proposta de alteração ao texto principal) não foi votado e uma nova sessão foi convocada para a próxima terça-feira (9).
A sessão foi marcada por troca de acusações entre os parlamentares, obstrução dos oposicionistas e confusão entre manifestantes pagos pelo DEM que tentaram entrar nas galerias do plenário do congresso. Alguns parlamentares chegaram a dormir em suas poltronas e outros dividiram pacotes de bolachas,
O texto-base foi aprovado por volta de 3h45, mas quatro destaques ficaram pendentes. Três deles foram rejeitados em votações simbólicas, sem a contagem de votos. No momento em que o último destaque estava sendo discutido, parlamentares da oposição pediram votação nominal, quando foi detectado que não havia o quórum mínimo de 257 deputados.
No total, apenas 192 deputados marcaram presença na votação do último destaque. O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou, então, que uma nova sessão para discutir o texto deverá ocorrer na próxima terça-feira.
O que prevê o texto
O projeto discutido pelo Congresso, considerado prioritário pelo Palácio do Planalto, ajusta a meta fiscal e permite ao governo fechar as contas públicas sem a obrigação de cumprir o superávit primário (economia para pagar os juros da dívida pública) estabelecido para 2014. No início do ano, a previsão de superávit era de R$ 116 bilhões. Com a aprovação do projeto, passa para R$ 10 bilhões.
Apesar da ampla base de apoio ao governo na Câmara e no Senado, o Congresso fez cinco tentativas até conseguir a aprovação do texto. O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), chegou a colocar o projeto em pauta na semana passada, mas, antes, os parlamentares tiveram de analisar 40 vetos presidenciais e um projeto de lei que estavam à frente da meta fiscal na ordem do dia.
A oposição classificou o projeto como uma “anistia” à presidente Dilma Rousseff pelo descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Já o governo pediu “consciência” e afirmou que a mudança na meta fiscal busca “estabilizar” a política econômica do país, melhorando as contas públicas e continuando com a política social do atual governo e lembra também que governos anteriores fizeram estes ajustes nas metas, sem essa confusão aprontada pela oposição.
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