Isso pode explicar a dificuldade de fazer as crianças comerem. O que mãe come na gravidez muda o líquido amniótico e influencia no paladar das crianças pelos próximos anos.
Arroz, feijão, carne e salada. Tudo preparado com muito carinho e mesmo assim as crianças dizem que não querem. É sempre assim: sem concessão. Lucas, de 3 anos, é um menino difícil de agradar quando o assunto é comida.
“Nada de salada, nada de frutas, legumes agora que ele está começando a comer um pouquinho mas também é muito difícil”, comenta a mãe de Lucas, Karen Montebelo.
Nem adianta trazer o amiguinho para comer junto. “Eu não gosto de feijão”, diz a criança.
Essa dificuldade que a criança tem em aceitar uma refeição variada pode ter explicação lá na gravidez. Especialistas afirmam que é quando começa a formação do paladar. O que a mãe come influencia no sabor que o bebê sente.
“Quando o bebê está dentro [da barriga da mãe], ele recebe o líquido amniótico, ingere esse líquido que na verdade não tem função de nutrir. O líquido pode ficar levemente mais salgado, mais adocicado, um pouquinho mais amargo e são essas pequenas variações que são extremamente discretas que para o bebê ainda intra-útero são importantes para que ele treine o seu paladar”, destaca a pediatra Fabíola Suano.
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O paladar continua se desenvolvendo durante a amamentação. Segundo os especialistas, as verduras, legumes e frutas são os alimentos que mais ajudam a alterar o sabor do leite.
“Eu comia de tudo, alimentos no geral: verdura, legumes, o arroz, o feijão, carne, carne branca”, diz a dona de casa Cláudia Lima.Parece que o cardápio variado funcionou para os filhos de Cláudia que hoje comem de tudo. Fora de casa, Mateus experimenta os lanches nem sempre tão saudáveis. Mas a mãe garante que ele costuma comer direitinho.
“A gente faz de tudo para comer no horário certo e uma alimentação saudável. Ele aceita tudo”, afirma a supervisora comercial Fabiana Ribeiro.
Saiba como ajudar as crianças a terem uma alimentação mais saudável
Segundo a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), atualmente há no Brasil crianças e adolescentes com hipertensão e diabetes tipo 2, problemas inexistentes há uma ou duas gerações. Esta geração está desenvolvendo mais fatores de risco, e um dos mais importantes é o aumento de obesidade e sobrepeso em crianças. A endocrinologista Lúcia Carraro cita três principais fatores como as causas de obesidade em crianças e adolescentes: estresse, má alimentação e sedentarismo. Cerca de 24% das crianças brasileiras estão acima do peso. A Abeso destaca que 80% dos obesos têm a síndrome metabólica, conjunto de sintomas que levam ao desenvolvimento de diabetes, hipertensão, colesterol alto. Isso aumenta diretamente o risco de infartos, derrames, tromboses e outras doenças cardiovasculares. Além disso, a obesidade está associada ao aumento do risco para alguns tipos de câncer, como o de mama e o de próstata, e de depressão, entre outros problemas.
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Saiba como ter uma alimentação mais equilibrada
Veja, a seguir, os 10 erros que não devem ser cometidos na educação alimentar da criança:
1. Dizer Sempre Sim: A criança sem limites vai abusar das calorias e das guloseimas. Devemos ter um dia por semana e situações em que podemos ser mais liberais.
2. Lanches Fora de Hora: O ideal são seis refeições diárias. Evitar as beliscadas fora desses horários.
3. Oferecer Comida Como Recompensa: Isso passa a ideia de que tomar sopa não é bom e que a sobremesa é que é o máximo.
4. Ameaçar Castigos para Quem Não Cumpre o Combinado: "Se não comer a salada, não vai ganhar presente”. Isso somente vai aumentar o ódio que a criança sente das saladas.
5. Brincadeiras na Mesa: Hora de comer é hora de seriedade, evitar fazer aviãozinho. Muito mimo é sinônimo de muita manha.
6. Ceder ao Primeiro "Não Gosto Disso": A criança tem uma tendência a dizer que não gosta de uma comida que ainda não provou. Cada um pode comer o que quiser, mas pelo menos, experimentar não custa nada.
7. Substituir Refeições: Não quer arroz e feijão, então toma uma mamadeira. Esse erro é muito comum, e se a criança conseguir uma vez, vai repetir essa estratégia sempre.
8. Ida a uma lanchonete não pode ser um Programão: A comida de casa fica meio sem graça.
9Servir sempre a mesma comida: A criança só toma iogurte, então passa o dia todo tomando iogurte. Vai enjoar, vai faltar nutrientes, vai faltar fibras. 10. Dar o exemplo: Não adianta mandar tomar sucos e somente beber refrigerantes.
Fonte: Abeso
Pediatra diz que crianças se recusam a comer para fazer chantagem com pais
O que fazer quando a criança de recusa a comer mesmo?
A pediatra do Hospital das Clínicas Ana Maria Escobar admite que é difícil fazer as crianças comerem comidas saudáveis.
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O que fazer quando a criança de recusa a comer mesmo? A pediatra do Hospital das Clínicas Ana Maria Escobar admite que é difícil fazer as crianças comerem comidas saudáveis.
A médica diz que os pais devem saber que as crianças usam a hora da refeição para fazer chantagem: “Se a criança percebe que a alimentação é motivo de preocupação para os pais, ela pode deixar de comer. A situação vai ficando cada vez mais difícil. Os pais oferecem, a criança não quer, eles entram em desespero”.
Como romper esse ciclo? “Ninguém morre de fome com comida ao seu alcance. As crianças que não comem utilizam isso para fazer chantagem. Para acabar com isso, as mães têm que conversar com o médico. Vão ser duas ou três semanas de desespero. A mãe tem que colocar o prato, deixar na mesa. Se a criança quiser comer, ela vai comer. O ideal é que a mãe não fique perto. Pode ser que nos primeiros dias a criança não coma nada. Mas depois vamos reverter esse ciclo”,
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