9.19.2010

Substância protege orgãos transplantados

Ingleses criam composto que facilita transplantes
Substância evita que corpo ative defesas contra órgão transplantado

Atualmente, menos de 50% dos órgãos transplantados ainda funcionam depois de uma década no corpo do paciente
Uma equipe de cientistas britânicos desenvolveu uma substância que pode ajudar a superar vários problemas presentes em transplantes de órgãos, como a rejeição do receptor, a curta vida dos órgãos fora do corpo humano e inclusive sua escassez.

O composto, desenvolvido pelos pesquisadores do Centro de Transplantes do Conselho de Pesquisa Médica (MRC na sigla em inglês) do King's College de Londres, simula a própria capa protetora dos órgãos. O procedimento requer recobrir os órgãos com a substância para protegê-los, manter sua qualidade e evitar que se danifiquem antes do transplante.

Os detalhes da pesquisa foram apresentados durante o Festival de Ciência celebrado em Birmingham, na Inglaterra. "Esperamos que essa técnica duplique a vida dos órgãos", afirmou o professor Steve Sacks, do MRC. Apesar dos mais de 50 anos desde que foi realizado o primeiro transplante de um órgão no mundo, estes procedimentos ainda apresentam sérios desafios para os cientistas.

Rejeição — Ao problema da escassez dos órgãos doados se somam as dificuldades para manter a qualidade de um órgão fora do corpo humano enquanto ele é transportado até o centro cirúrgico. E também existe o risco de que o paciente rejeite os tecidos, seja imediatamente depois do transplantes ou nos anos seguintes.

Atualmente, menos de 50% dos órgãos transplantados ainda funcionam depois de uma década no corpo do paciente. A nova substância criada pelos pesquisadores do King's College é utilizada para "lavar" o órgão durante a transferência entre doador e receptor.
Uma vez que se enxerta o tecido, o composto limita a atividade de parte do sistema imunológico – chamado sistema de complemento – que normalmente atacaria e tentaria destruir as células de qualquer organismo externo, inclusive as células de um órgão doado. O sistema de complemento também tem como função apoiar o ataque dos próprios glóbulos brancos do paciente contra o novo órgão. Em circunstâncias normais, a resposta do complemento está regulada por moléculas de proteína que se localizam sobre a superfície das células renais, mas essas moléculas se perdem nos órgãos doados devido ao estressante processo de transferência.

Resultados animadores — Para solucionar esse problema, os cientistas do MRC criaram em laboratório um composto a base de proteínas, que chamaram de Mirococept. E também desenvolveram um tratamento adicional para assegurar que a substância permaneça "fixada" depois de cobrir o órgão.

O professor Martin Drage, especialista em transplantes, disse que "uma das coisas que se deve fazer quando é extraído o rim de um doador é lavar todo o sangue do órgão antes que ele se coagule e destrua o órgão". O processo é realizado antes de colocar o rim no gelo para transportá-lo até onde está o receptor. "O Mirococept se torna parte da solução utilizada no processo de lavagem", explicou.

Até agora, foi realizado apenas um teste com o composto para demonstrar que não prejudica o órgão ou o paciente. Mas já está em execução um ensaio clínico para comprovar sua efetividade. Os pesquisadores afirmam que os estudos de laboratório foram alentadores. Se tudo correr bem, o tratamento pode chegar aos pacientes em cinco anos.
BBC (AFP)

Um comentário:

Ministério disse...

Olá blogueiro,
É muito importante também incentivar a doação de órgãos e conscientizar as pessoas sobre a importância deste gesto de solidariedade.
Para ser doador de órgãos não é preciso deixar nada por escrito. O passo principal é avisar a família sobre a vontade de doar. Os familiares devem se comprometer a autorizar a doação por escrito após a morte. Divulgue a ideia e salve vidas!
Para mais informações: comunicacao@saude.gov.brOlá blogueiro,
É muito importante também incentivar a doação de órgãos e conscientizar as pessoas sobre a importância deste gesto de solidariedade.
Para ser doador de órgãos não é preciso deixar nada por escrito. O passo principal é avisar a família sobre a vontade de doar. Os familiares devem se comprometer a autorizar a doação por escrito após a morte. Divulgue a ideia e salve vidas!
Para mais informações: comunicacao@saude.gov.br
Ministério da Saúde