Mulher é baleada em confronto no Alemão. Soldado do Exército também é atingido
Rio - Um intenso tiroteio na Rua Paranhos e Avenida Itararé, principais acessos ao Complexo do Alemão, na Penha, Zona Norte, deixou uma mulher baleada na tarde desta sexta-feira. Luiza de Moraes, de 61 anos, foi atingida dentro de casa e o socorro não consegue chegar devido à troca de tiros.Um soldado da Brigada de Paraquedistas do Exército foi ferido durante confronto no Alemão. Walbert foi atingido por estilhaços na coxa, socorrido por um Caveirão, e levado para o Hostital Getúlio Vargas, onde chegou lúcido. No fim da tarde, os confrontos se concentram na localidade conhecida como Paranhos, dentro do Complexo do Alemão.
Paraquedista baleado é levado ao Hospital Getúlio Vargas | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
A chegada dos militares do Exército ao Morro do Alemão aumentou a tensão na favela. Desde as 15h, os criminosos fazem disparos em direção às ruas que dão acesso ao complexo de favelas. Os disparos deixaram a Estrada do Itararé e a rua Paranhos vazias, ocupadas apenas pelos paraquedistas, policiais federais e militares. O revide ainda é apenas uma resposta, sem o avanço característico das incursões policiais, como se viu na Vila Cruzeiro na quinta-feira. Um paraquedista foi ferido por um disparo.
A polícia, que usou na quinta-feira o elemento surpresa, recorre agora à estratégia de ‘cozinhar’ os criminosos em sua própria apreensão. “O tempo é favorável a nós, desfavorável a eles”, resume o releções públicas da PM, coronel Lima Castro. Segundo o oficial, a dificuldade de obter alimentos, munição e até água, para os que tenham optado por esconderijo em áreas de mata, eleva o desespero dos bandidos.
“Sob o efeito de drogas, eles podem resistir um bom tempo”, alerta Lima Castro, que acredita na permanência de alguns bandidos na Vila Cruzeiro. “Os que não foram fichados pela polícia tentam ficar, para passar informações para o resto do bando”, explica.
A troca de tiros da tarde atrapalhou o serviço de contrução de barricadas, que chegou a ser iniciado por funcionários da prefeitura. O secretário de Conservação do município, Luis Roberto Osório, percorreu o entorno do Alemão em um veículo blindado – Caveirão – para avaliar a situação. No momento em que as equipes foram até o ponto onde deveriam ser instaladas 25 barricadas, foram atacadas com tiros de fuzil e tiveram de interromper o trabalho.
“Cheguei a pensar que um homem na encosta estava com uma vassoura”, contou um funcionário, depois que soube que ficou sob a mira de um fuzil.
Nesta sexta-feira, policiais da Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (DRAE) prenderam um traficante do Morro da Mangueira, que estava escondido no Complexo do Alemão. Anderson Roberto da Silva Oliveira, conhecido como Dande, já foi preso por tráfico de drogas e tinha um mandado de prisão por roubo.
Às 18h10, a Secretaria Estadual de Saúde divulgou um boletim com quatro feridos – sendo um paraquedista do Exército e um PM – e dois mortos. A idosa Maria Luisa de Moraes, 61 anos, chegou ao Hospital Getúlio Vargas às 17h20, com um tiro de bala perdida no abdômen, e foi direto para o centro cirúrgico; Leonardo Rodrigues da Silva, 36, chegou com um corte na mão direita, passou por sutura e foi liberado; Thiago Ferreira da Silva, 24, baleado na região torácica, chegou morto; Um homem de cerca de 25 anos, atingido no tórax, chegou morto do Morro do Juramento; Rafael Querido, 28, foi atingido de raspão na panturrilha esquerda; e Walbert Rocha da Silva, 19 anos, com um tiro na coxa direita. Desde a quarta-feira, deram entrada na unidade 35 pacientes. Destes, seis morreram, seis permanecem internados e os demais tiveram alta.
>> FOTOGALERIA: Guerra no Complexo da Penha
No total 800 soldados do Exército e 40 viaturas vão cercar os 40 acessos do conjunto de favelas, locais mapeadas pel Polícia Militar. Apenas quatro acessos serão liberados para a circulação de veículos. A polícia ainda conta com cinco blindados Urutus, que tem metralhadoras .50 acopladas. O uso dessas armas, no entando, está proibido.
Ataques começaram no domingo ao meio-dia
A onda de ataques violentos no Rio e Grande Rio começou no domingo 21 de novembro, por volta do meio-dia, na Linha Vermelha, quando seis bandidos armados com cinco fuzis e uma granada fecharam a pista sentido Centro, altura de Vigário Geral. Os criminosos, em dois carros, levaram pertences de passageiros e queimaram dois veículos, após expulsarem os ocupantes. Para o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, as ações criminosas são uma reação contra a política de ocupação de territórios do tráfico, por meio das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e a transferências de bandidos para presídios federais em outros estados.
Guerra declarada: tanques da Marinha e reforço de policiais para combater os criminosos na Vila Cruzeiro | Foto: Fábio Gonçalves / Agência O Dia
Na manhã da segunda-feira, cinco bandidos armados atacaram motoristas no Trevo das Margaridas, próximo à Avenida Brasil, em Irajá, também na Zona Norte. Os criminosos roubaram e incendiaram três veículos. No mesmo dia, criminosos armados com fuzis atiraram em uma cabine da PM na rua Monsenhor Félix, em frente ao Cemitério de Irajá. A PM acredita que o incidente tenha sido provocado pelos mesmos bandidos que haviam incendiado os três carros na mesma manhã. À noite, traficantes incendiaram dois carros na Rodovia Presidente Dutra, na altura da Pavuna. Foi o quinto ataque a motoristas em menos de 48 horas. Na Zona Norte, outra cabine da Polícia Militar foi metralhada.No dia seguinte, as polícias Militar e Civil se uniram para reforçar o patrulhamento pelas ruas do Rio. O efetivo foi redobrado para controlar os ataques dos bandidos. A operação, que se chamou 'Fecha Quartel', suspendeu todas as folgas dos policiais militares do Rio de Janeiro. Mais de 20 favelas foram invadidas e armas e drogas foram apreendidas. Bandidos foram presos e alguns criminosos mortos em confronto com agentes.
Na quarta-feira 24 de novembro, novos ataques: ônibus, van e carros foram incendiados na Zona Norte do Rio, Baixada Fluminense e Niterói. Sérgio Cabral, governador do Rio, desafiou os bandidos: 'Não há paz falsa. Não negociamos'. Em uma reunião de cúpula da Segurança Pública do Estado, ficou decidido que a Marinha daria apoio logístico às operações de resposta aos ataques de bandidos.
Em mais um dia de veículos incendiados espalhados pela cidade, mais de 450 homens - entre polícias Militar e Civil e fuzileiros da Marinha, com o apoio de blindados de guerra da força naval, tomaram a Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Emissoras de tv mostraram, ao vivo, centenas de bandidos armados fugindo para comunidades vizinhas. Cenas históricas que mostram a atual situação do Rio de Janeiro
Balanço da PM: Quatro mortos em confronto nesta sexta-feira
Rio - A Polícia Militar divulgou o terceiro balanço parcial das operaçãos realizadas pelos Batalhões da PM em diversas localidades do Estado, nesta sexta-feira. No total, quatro pessoas foram mortas nesta sexta, dois ficaram feridos e duas pessoas foram presas. Foram apreendidas cinco armas de porte (pistolas e revolveres), oito coquetéis molotov e uma garrafa de gasolina. Além disso, oito veículos foram incendiados desde a madrugada.
>> FOTOGALERIA: Guerra no Complexo da Penha
A emergência do Hospital Getúlio Varvas, na Penha, Zona Norte, que está com atendimento exclusivo para os confrontos na região, já atendeu 36 pessoas desde quarta-feira. Destes, seis morreram, nove permanecem internados e os demais tiveram alta.
Ataques começaram no domingo ao meio-dia
A onda de ataques violentos no Rio e Grande Rio começou no domingo 21 de novembro, por volta do meio-dia, na Linha Vermelha, quando seis bandidos armados com cinco fuzis e uma granada fecharam a pista sentido Centro, altura de Vigário Geral. Os criminosos, em dois carros, levaram pertences de passageiros e queimaram dois veículos, após expulsarem os ocupantes. Para o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, as ações criminosas são uma reação contra a política de ocupação de territórios do tráfico, por meio das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e a transferências de bandidos para presídios federais em outros estados.
Na manhã da segunda-feira, cinco bandidos armados atacaram motoristas no Trevo das Margaridas, próximo à Avenida Brasil, em Irajá, também na Zona Norte. Os criminosos roubaram e incendiaram três veículos. No mesmo dia, criminosos armados com fuzis atiraram em uma cabine da PM na rua Monsenhor Félix, em frente ao Cemitério de Irajá. A PM acredita que o incidente tenha sido provocado pelos mesmos bandidos que haviam incendiado os três carros na mesma manhã. À noite, traficantes incendiaram dois carros na Rodovia Presidente Dutra, na altura da Pavuna. Foi o quinto ataque a motoristas em menos de 48 horas. Na Zona Norte, outra cabine da Polícia Militar foi metralhada.
No dia seguinte, as polícias Militar e Civil se uniram para reforçar o patrulhamento pelas ruas do Rio. O efetivo foi redobrado para controlar os ataques dos bandidos. A operação, que se chamou 'Fecha Quartel', suspendeu todas as folgas dos policiais militares do Rio de Janeiro. Mais de 20 favelas foram invadidas e armas e drogas foram apreendidas. Bandidos foram presos e alguns criminosos mortos em confronto com agentes.
Na quarta-feira 24 de novembro, novos ataques: ônibus, van e carros foram incendiados na Zona Norte do Rio, Baixada Fluminense e Niterói. Sérgio Cabral, governador do Rio, desafiou os bandidos: 'Não há paz falsa. Não negociamos'. Em uma reunião de cúpula da Segurança Pública do Estado, ficou decidido que a Marinha daria apoio logístico às operações de resposta aos ataques de bandidos.
Em mais um dia de veículos incendiados espalhados pela cidade, mais de 450 homens - entre polícias Militar e Civil e fuzileiros da Marinha, com o apoio de blindados de guerra da força naval, tomaram a Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Emissoras de tv mostraram, ao vivo, centenas de bandidos armados fugindo para comunidades vizinhas. Cenas históricas que mostram a atual situação do Rio de Janeiro.
>> FOTOGALERIA: Guerra no Complexo da Penha
A emergência do Hospital Getúlio Varvas, na Penha, Zona Norte, que está com atendimento exclusivo para os confrontos na região, já atendeu 36 pessoas desde quarta-feira. Destes, seis morreram, nove permanecem internados e os demais tiveram alta.
Guerra declarada: tanques da Marinha e reforço de policiais para combater os criminosos na Vila Cruzeiro | Foto: Fábio Gonçalves / Agência O Dia
O serviço do Disque-Denúncia está sendo bastante utilizado pela população do Rio. Desde domingo até hoje, mais de 1500 ligações foram recebidas, com detalhes sobre locais onde os traficantes estão escondidos. As denúncias são anônimas.Ataques começaram no domingo ao meio-dia
A onda de ataques violentos no Rio e Grande Rio começou no domingo 21 de novembro, por volta do meio-dia, na Linha Vermelha, quando seis bandidos armados com cinco fuzis e uma granada fecharam a pista sentido Centro, altura de Vigário Geral. Os criminosos, em dois carros, levaram pertences de passageiros e queimaram dois veículos, após expulsarem os ocupantes. Para o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, as ações criminosas são uma reação contra a política de ocupação de territórios do tráfico, por meio das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e a transferências de bandidos para presídios federais em outros estados.
Na manhã da segunda-feira, cinco bandidos armados atacaram motoristas no Trevo das Margaridas, próximo à Avenida Brasil, em Irajá, também na Zona Norte. Os criminosos roubaram e incendiaram três veículos. No mesmo dia, criminosos armados com fuzis atiraram em uma cabine da PM na rua Monsenhor Félix, em frente ao Cemitério de Irajá. A PM acredita que o incidente tenha sido provocado pelos mesmos bandidos que haviam incendiado os três carros na mesma manhã. À noite, traficantes incendiaram dois carros na Rodovia Presidente Dutra, na altura da Pavuna. Foi o quinto ataque a motoristas em menos de 48 horas. Na Zona Norte, outra cabine da Polícia Militar foi metralhada.
No dia seguinte, as polícias Militar e Civil se uniram para reforçar o patrulhamento pelas ruas do Rio. O efetivo foi redobrado para controlar os ataques dos bandidos. A operação, que se chamou 'Fecha Quartel', suspendeu todas as folgas dos policiais militares do Rio de Janeiro. Mais de 20 favelas foram invadidas e armas e drogas foram apreendidas. Bandidos foram presos e alguns criminosos mortos em confronto com agentes.
Na quarta-feira 24 de novembro, novos ataques: ônibus, van e carros foram incendiados na Zona Norte do Rio, Baixada Fluminense e Niterói. Sérgio Cabral, governador do Rio, desafiou os bandidos: 'Não há paz falsa. Não negociamos'. Em uma reunião de cúpula da Segurança Pública do Estado, ficou decidido que a Marinha daria apoio logístico às operações de resposta aos ataques de bandidos.
Em mais um dia de veículos incendiados espalhados pela cidade, mais de 450 homens - entre polícias Militar e Civil e fuzileiros da Marinha, com o apoio de blindados de guerra da força naval, tomaram a Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Emissoras de tv mostraram, ao vivo, centenas de bandidos armados fugindo para comunidades vizinhas. Cenas históricas que mostram a atual situação do Rio de Janeiro.
Estado terá helicópteros e blindados das Forças Armadas à disposição
Nesta sexta-feira, Cabral ressaltou a união das esferas de poder para ressaltar os pontos positivos da operação na Vila Cruzeiro
Rio - Em reunião, realizada nesta sexta-feira, ficou definido que o estado do Rio de Janeiro terá à disposição três helicópteros da Aeronáutica e 10 blindados do Exército para a utlização em operações nos Complexos da Alemão e da Penha, na Zona Norte.
>> FOTOGALERIA: Guerra no Complexo da Penha
De acordo com o general De Nardi, Chefe do Estado-Maior Conjunto, a missão dos 800 homens convocados pelo Exército será fazer a segurança no entorno dos acessos ao Conjunto de Favelas do Alemão. Para o militar, a maioria dos soldados empenhados na função serviu no Haiti e têm experiência em conflito urbano.
Os homens do Exército vão trabalhar ocupando cerca de 40 pontos próximos do Alemão e da Vila Cruzeiro. Eles serão divididos em grupos e turnos, mas as equipes estarão sempre acompanhadas de policiais civis, militares ou federais. Eles terão autonomia para abordar, revistar e pender suspeitos.
Cabral: 'Estamos virando uma página muito importante na história do Rio'
No início da tarde, o governador Sérgio Cabral afirmou que Rio de Janeiro encerra um capítulo sangrento na história do estado. Cabral esteve reunido com o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, e do Secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame.
"Estamos virando uma página muito importante na história do Rio de Janeiro. Mais do que nunca, a população está percebendo que a conquista da lei e da ordem são direitos básicos", disse Cabral.
Para o governador do estado, o sucesso da retomada de territórios vem de muito trabalho. "A retomada da paz não tem mágica. É 90% de transpiração e 10% de inspiração, disse o governador.
O governador ressaltou a união das esferas de poder para ressaltar os pontos positivos da operação na Vila Cruzeiro. "Para aqueles que não acreditam na lei, podemos dizer que o estado de direito democrático se uniu para resolver uma questão em que todos ganham", afirmou.
Um agradecimento especial foi feito às forças responsáveis pela retomada do território. "Muito obrigado à Polícia Militar, Civil e Federal, assim como as três forças armadas, pelo empenho com o único objetivo de trazer a paz", completou.
Ataques começaram no domingo ao meio-dia
A onda de ataques violentos no Rio e Grande Rio começou no domingo 21 de novembro, por volta do meio-dia, na Linha Vermelha, quando seis bandidos armados com cinco fuzis e uma granada fecharam a pista sentido Centro, altura de Vigário Geral. Os criminosos, em dois carros, levaram pertences de passageiros e queimaram dois veículos, após expulsarem os ocupantes. Para o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, as ações criminosas são uma reação contra a política de ocupação de territórios do tráfico, por meio das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e a transferências de bandidos para presídios federais em outros estados.
Na manhã da segunda-feira, cinco bandidos armados atacaram motoristas no Trevo das Margaridas, próximo à Avenida Brasil, em Irajá, também na Zona Norte. Os criminosos roubaram e incendiaram três veículos. No mesmo dia, criminosos armados com fuzis atiraram em uma cabine da PM na rua Monsenhor Félix, em frente ao Cemitério de Irajá. A PM acredita que o incidente tenha sido provocado pelos mesmos bandidos que haviam incendiado os três carros na mesma manhã. À noite, traficantes incendiaram dois carros na Rodovia Presidente Dutra, na altura da Pavuna. Foi o quinto ataque a motoristas em menos de 48 horas. Na Zona Norte, outra cabine da Polícia Militar foi metralhada.
No dia seguinte, as polícias Militar e Civil se uniram para reforçar o patrulhamento pelas ruas do Rio. O efetivo foi redobrado para controlar os ataques dos bandidos. A operação, que se chamou 'Fecha Quartel', suspendeu todas as folgas dos policiais militares do Rio de Janeiro. Mais de 20 favelas foram invadidas e armas e drogas foram apreendidas. Bandidos foram presos e alguns criminosos mortos em confronto com agentes.
Na quarta-feira 24 de novembro, novos ataques: ônibus, van e carros foram incendiados na Zona Norte do Rio, Baixada Fluminense e Niterói. Sérgio Cabral, governador do Rio, desafiou os bandidos: 'Não há paz falsa. Não negociamos'. Em uma reunião de cúpula da Segurança Pública do Estado, ficou decidido que a Marinha daria apoio logístico às operações de resposta aos ataques de bandidos.
Em mais um dia de veículos incendiados espalhados pela cidade, mais de 450 homens - entre polícias Militar e Civil e fuzileiros da Marinha, com o apoio de blindados de guerra da força naval, tomaram a Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Emissoras de tv mostraram, ao vivo, centenas de bandidos armados fugindo para comunidades vizinhas. Cenas históricas que mostram a atual situação do Rio de Janeiro.
>> FOTOGALERIA: Guerra no Complexo da Penha
De acordo com o general De Nardi, Chefe do Estado-Maior Conjunto, a missão dos 800 homens convocados pelo Exército será fazer a segurança no entorno dos acessos ao Conjunto de Favelas do Alemão. Para o militar, a maioria dos soldados empenhados na função serviu no Haiti e têm experiência em conflito urbano.
Vista aérea da Vila Cruzeiro: centenas de policiais e veículos ocupam a favela | Foto: Carlos Eduardo Rodrigues / Agência O Dia
"Entraremos em conflito se houver necessidade. Se caso for, 60% dos homens estiveram em missões no Haiti e têm experiência", afirmou Di Nardi.Os homens do Exército vão trabalhar ocupando cerca de 40 pontos próximos do Alemão e da Vila Cruzeiro. Eles serão divididos em grupos e turnos, mas as equipes estarão sempre acompanhadas de policiais civis, militares ou federais. Eles terão autonomia para abordar, revistar e pender suspeitos.
Cabral: 'Estamos virando uma página muito importante na história do Rio'
No início da tarde, o governador Sérgio Cabral afirmou que Rio de Janeiro encerra um capítulo sangrento na história do estado. Cabral esteve reunido com o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, e do Secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame.
"Estamos virando uma página muito importante na história do Rio de Janeiro. Mais do que nunca, a população está percebendo que a conquista da lei e da ordem são direitos básicos", disse Cabral.
Para o governador do estado, o sucesso da retomada de territórios vem de muito trabalho. "A retomada da paz não tem mágica. É 90% de transpiração e 10% de inspiração, disse o governador.
O governador ressaltou a união das esferas de poder para ressaltar os pontos positivos da operação na Vila Cruzeiro. "Para aqueles que não acreditam na lei, podemos dizer que o estado de direito democrático se uniu para resolver uma questão em que todos ganham", afirmou.
Um agradecimento especial foi feito às forças responsáveis pela retomada do território. "Muito obrigado à Polícia Militar, Civil e Federal, assim como as três forças armadas, pelo empenho com o único objetivo de trazer a paz", completou.
Ataques começaram no domingo ao meio-dia
A onda de ataques violentos no Rio e Grande Rio começou no domingo 21 de novembro, por volta do meio-dia, na Linha Vermelha, quando seis bandidos armados com cinco fuzis e uma granada fecharam a pista sentido Centro, altura de Vigário Geral. Os criminosos, em dois carros, levaram pertences de passageiros e queimaram dois veículos, após expulsarem os ocupantes. Para o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, as ações criminosas são uma reação contra a política de ocupação de territórios do tráfico, por meio das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e a transferências de bandidos para presídios federais em outros estados.
Na manhã da segunda-feira, cinco bandidos armados atacaram motoristas no Trevo das Margaridas, próximo à Avenida Brasil, em Irajá, também na Zona Norte. Os criminosos roubaram e incendiaram três veículos. No mesmo dia, criminosos armados com fuzis atiraram em uma cabine da PM na rua Monsenhor Félix, em frente ao Cemitério de Irajá. A PM acredita que o incidente tenha sido provocado pelos mesmos bandidos que haviam incendiado os três carros na mesma manhã. À noite, traficantes incendiaram dois carros na Rodovia Presidente Dutra, na altura da Pavuna. Foi o quinto ataque a motoristas em menos de 48 horas. Na Zona Norte, outra cabine da Polícia Militar foi metralhada.
No dia seguinte, as polícias Militar e Civil se uniram para reforçar o patrulhamento pelas ruas do Rio. O efetivo foi redobrado para controlar os ataques dos bandidos. A operação, que se chamou 'Fecha Quartel', suspendeu todas as folgas dos policiais militares do Rio de Janeiro. Mais de 20 favelas foram invadidas e armas e drogas foram apreendidas. Bandidos foram presos e alguns criminosos mortos em confronto com agentes.
Na quarta-feira 24 de novembro, novos ataques: ônibus, van e carros foram incendiados na Zona Norte do Rio, Baixada Fluminense e Niterói. Sérgio Cabral, governador do Rio, desafiou os bandidos: 'Não há paz falsa. Não negociamos'. Em uma reunião de cúpula da Segurança Pública do Estado, ficou decidido que a Marinha daria apoio logístico às operações de resposta aos ataques de bandidos.
Em mais um dia de veículos incendiados espalhados pela cidade, mais de 450 homens - entre polícias Militar e Civil e fuzileiros da Marinha, com o apoio de blindados de guerra da força naval, tomaram a Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Emissoras de tv mostraram, ao vivo, centenas de bandidos armados fugindo para comunidades vizinhas. Cenas históricas que mostram a atual situação do Rio de Janeiro.
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