11.23.2010

Uma força-tarefa na área de aids integrada pelo Brasil e mais seis países inicia em 2011 o testes do primeiro produto desenvolvido pelo bloco: uma variação do antirretroviral ritonavir,
que,ao contráriodo medicamento clássico, não precisa ser guardada na geladeira.
A droga, feita com matéria-prima da China e de laboratórios particulares brasileiros,está  sendo desenvolvida na Fundação Oswaldo Cruz com uma nova tecnologia.
Cabe ao Laboratório Federal de Pernambuco fazer a análise do material.
“É um esforço conjunto. Uma vez verificada a segurança do
produto,o Brasil repassará a tecnologia para os demais países do
bloco”
O domínio da tecnologia para fabricação do ritonavir termoestável
(como é chamada a variação do remédio que dispensa refrigeração)
é considerado estratégico para o Brasil.“
A nova apresentação traz enormes vantagens: não precisa de refrigeração,
sua conservação é mais fácil.
Sem falar que ele pode ser combinado com outros medicamentos”,
afirmou o diretor do Departamento de Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde,
Dirceu Greco. O governo brasileiro gasta por ano R$ 11,45 milhões na compra
do remédio, atualmente usado por 38.650 pacientes.“Atendência
é que a indicação do medicamento aumente nos próximos anos”, observou Greco.
O ritonavir termoestável é o primeiro de uma lista de produtos
na mira da rede de cooperação tecnológica em aids. “Há
também a intenção de desenvolver o Kaletra, outro medicamento bastante usado por pacientes
brasileiros”, contou o diretor de Farmanguinhos, Hayne Filipe da Silva.
Esforços.
A ideia da rede é pesquisar novas tecnologias para desenvolvimento de remédios,
kits de diagnóstico e outros produtos essenciais para aids. “Queremos somar esforços. Cada um entra como  que sabe fazer.
ATailândia pode ajudar no desenvolvimento de combinações de drogas pediátricas.
A Rússia pode colaborar com kits de diagnóstico,.
Uma vez dominada a técnica para a produção, a rede se encarregará
de fazer a difusão do conhecimento para países do bloco.
“É uma maneira de chegarmos mais rapidamente a um resultado
positivo para todos”, Ela afirmou que
o desenvolvimento de novas drogas – mesmo aquelas que estão
 protegidas por patentes – é fundamental.
“Umpaís capaz de fazer um produto sabe qual é o preço justo e pode negociar melhor.”
O domínio da tecnologia, disse, traz mais agilidade para
produção da droga, tão logo o prazo de patente tenha terminado.
“Ganha-se tempo e autonomia. O remédio ficana prateleira
para qualquer eventualidade.” Além do Brasil, participam da
rede de cooperação tecnológica Tailândia, Rússia, Ucrânia, Argentina,
Cuba e China.
Partilha.
No caso do ritonavir
termo estável,a maior parte do conhecimento
partirá do Brasil.
“Mesmo assim,o País ganha muito
com a rede”, afirmou Greco.“Em outro processo, em vez de
ensinar, vamos aprender. Além disso,aestratégia integra a filosofia
de partilha na área. Estamos falando de uma doença que ainda
exige muito por fazer no mundo.
Colaboração é a palavra-chave.”

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