Katy Hayward descobriu problema ao tentar ficar grávida
A britânica Katy Hayward reclama da demora para diagnosticar o problema
Foto: BBC Brasil
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Uma britânica que descobriu que estava na menopausa aos 28 anos contou à BBC sua história e afirmou que mulheres jovens que enfrentam o problema recebem pouco apoio das autoridades de saúde.
Hoje com 30 anos, Katy Hayward, moradora do condado de Lancashire (norte da Inglaterra), disse que começou a desconfiar de que havia algo estranho quando tentou engravidar, há cerca de dois anos.
Ela então procurou um clínico geral, que disse que ela estava bem de saúde. "Eu sabia que tinha algo errado", disse. "Eu tinha ondas de calor e menstruação irregular, e o clínico geral apenas me receitou terapia de reposição hormonal."
Mesmo assim, a britânica decidiu pressionar para ser atendida por um especialista. Só depois dessa consulta, a britânica descobriu que, com apenas 28 anos, tinha iniciado a menopausa.
"Fiquei chocada", afirmou. "Ter um filho é um rito de passagem para uma mulher. Esta foi uma das coisas mais difíceis que enfrentei."
Óvulos
Estima-se que apenas uma em cada mil mulheres com menos de 30 anos passe pela menopausa. Aos 40, a proporção passa para uma em cada cem e, aos 45, cinco em cada cem.
Além de impedir a gravidez, a menstruação precoce aumenta a chance de as mulheres sofrerem fraturas e terem ataques cardíacos e derrames.
Depois de diagnosticada,Katy pediu a um especialista para verificar se era possível salvar seus óvulos, mas já era tarde demais.
Agora, sua única esperança de engravidar é uma doação de óvulos, mas ela pode enfrentar uma fila de até cinco anos.
A britânica adiou seus planos, mas afirma que ainda quer ter um filho. De acordo com Katy, mulheres jovens como ela não recebem muita ajuda do sistema público de saúde britânico e nem aconselhamento sobre como lidar com o problema e seus efeitos colaterais.
Projeto
Um projeto da Unidade de Pesquisa sobre Menopausa do Hospital Guy's, de Londres, espera esclarecer os problemas ligados à menopausa precoce.
Beth Cartwright, médica desta unidade, explicou que se sabe tão pouco a respeito do problema que os médicos ainda não sabem qual o melhor regime de tratamento.
Em casos de falência ovariana precoce, o nível do hormônio feminino estrogênio é muito baixo e a reposição hormonal, por meio de terapia ou pílula anticoncepcional, é recomendada para aliviar os sintomas da menopausa e proteger contra osteoporose e problemas cardiovasculares.
"Não sabemos qual é o melhor tratamento, ou quais os efeitos de não se fazer nenhum tratamento", disse a médica. "Precisamos saber se a terapia de reposição hormonal ou a pílula é melhor. Ninguém examinou isto antes."
A médica afirma que, no momento, a recomendação é que as próprias mulheres decidam qual tratamento fazer.
Mas Cartwright espera que o estudo mude isto.
"Por meio de uma série de exames e questionários durante um período de dois anos, vamos comparar os efeitos de tratamentos diferentes e de não aplicar nenhum tratamento na saúde dos ossos, cardiovascular, funcionamento sexual, controle de sintomas, bem-estar psicológico e qualidade de vida geral", afirmou.
Katy Hayward, que agora faz tratamento com Cartwright e sua equipe, afirma que está recebendo a ajuda que precisa.
"O estudo vai ajudar outras e, com o tempo, haverá um melhor programa de atendimento, e os ginecologistas vão ficar mais alertas", disse.
"E não vão apenas nos dar um papel com detalhes de grupos de apoio, que é o que aconteceu comigo."
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