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No mês de Conscientização sobre Linfomas, celebrado em setembro, há pouco o que comemorar. Apesar de estar entre os cinco tipos mais comuns de câncer, o linfoma ainda é desconhecido por boa parte da população. De acordo com dados da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), apenas 12% dos brasileiros sabem sobre a doença.
Apesar do desconhecimento, entretanto, a doença precisa ser levada a sério: sua incidência, segunda a Abrale, praticamente dobrou nos últimos 35 anos. Nomes como o da apresentadora Hebe Camargo e da presidenciável Dilma Rousseff, estão na lista dos que já foram vítimas de linfoma. “A informação é essencial para que o paciente consiga detectar os sintomas e buscar o tratamento, aumentando suas chances de cura”, observa Marcela Regina Araújo, hematologista.
A doença
O linfoma é o câncer do sistema linfático e origina-se com a alteração de um tipo de glóbulo branco, chamado linfócito (parte da defesa natural do corpo contra infecções). Seus principais sintomas, de acordo com a hematologista, é o inchaço indolor dos linfonodos (conhecido popularmente como íngua) no pescoço, nas axilas ou na virilha, além de febre, suor intenso (geralmente à noite), cansaço, dor abdominal, perda de peso, pele áspera e coceira.
Segundo a Dra. Marcela, a grande parte dos casos da doença ocorre em indivíduos sem fatores de risco identificáveis, o que impossibilita a prevenção.
A Dra. explica também que o linfoma possui mais de 20 subcategorias, mais ou menos perigosas. De modo geral, estas subcategorias podem ser enquadradas em dois grandes grupos: os linfomas de Hodgkin e os Não-Hodgkin. Segundo dados do Instituto de Câncer (INCA), em 2009 cerca de 2.800 pessoas foram diagnosticadas com linfoma de Hodgkin, que atinge com maior frequência pessoas de 25 a 30 anos de idade, enquanto o linfoma não-Hodgkin, mais comum na infância, atingiu mais de 9 mil pessoas no mesmo ano.
Exames e diagnóstico
Diante da suspeita de linfoma, o paciente deve procurar um hematologista. Após examinar a presença de gânglios inchados por meio de palpação, o especialista solicita alguns exames laboratoriais, tais como hemograma, DHL e exames de imagem.
Com os resultados dos primeiros exames em mãos, quando necessário, o médico solicita uma biópsia, o único método seguro para identificar o distúrbio. O processo envolve uma pequena intervenção cirúrgica, geralmente sob anestesia local, em que o gânglio aumentado é removido para ser examinado ao microscópio.
Tratamentos
Apesar da gravidade da doença, os hematologistas apresentam boas novidades a quem sofre com linfoma. Segundo a especialista, a expectativa de vida dos pacientes varia de acordo com o tipo de linfoma, mas os novos tratamentos têm entusiasmado profissionais da área. “Um diagnóstico de linfoma é motivo de preocupação, mas não de desespero. Os linfomas têm tratamento e uma proporção considerável dos pacientes fica curada da doença. Outros, mesmo sem uma cura definitiva, vivem uma vida plena durante muitos anos”, explica Marcela.
A hematologista esclarece que alguns tipos da doença têm até 95% de chances de recuperação. “De modo geral”, diz ela, “o tratamento é bem tolerado”. Atualmente o tratamento que oferece a maior chance de cura para os pacientes com linfoma é a combinação de quimioterapia, radioterapia e medicamentos. Nos casos mais graves, pode ser necessário o transplante de medula óssea.
Fonte: Jornal Circuito MatoGrosso
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