Racismo, agressão e vandalismo: terror para os tricolores na Argentina
Jogadores e torcedores sofrem após classificação heroica em Buenos Aires. Dirigentes e atletas do Argentinos Jrs tentaram invadir vestiário do Flu
Jornais argentinos dão destaque à confusão
(Foto: Edgard Maciel de Sá / GLOBOESPORTE.COM)
Uma noite de alegria e medo. Assim os tricolores, sejam eles jogadores ou torcedores, descrevem a vitória por 4 a 2 sobre o Argentinos Juniors, no Estádio Diego Armando Maradona, que garantiu a heroica classificação do Fluminense para as oitavas de final da Libertadores. Depois do jogo, os brasileiros sofreram dentro e fora do estádio. Retratos das provocações antes e durante a partida decisiva.(Foto: Edgard Maciel de Sá / GLOBOESPORTE.COM)
No domingo, o técnico do time da casa, Pedro Troglio, disse que milagres aconteciam apenas uma vez na vida, em alusão ao fato de o Fluminense ter escapado do rebaixamento no Campeonato Brasileiro de 2009 mesmo chegando a ter 98% de chances de descenso. Na Libertadores, a situação também era muito complicada. Mas, outra vez, o time de guerreiros provou que nada é impossível no futebol. O triunfo e a consequente eliminação do Argentinos Juniors, porém, desencadeou uma série de atos de vandalismo, dento e fora do Diego Armando Maradona.
Durante o jogo, o clima já era hostil. Quando foi cobrar um lateral, ainda no primeiro tempo, Mariano foi atingido por um objeto lançado pela torcida local. Membros da comissão técnica foram ainda vítimas de racismo, sendo chamados de macacos a todo o tempo. Pilhas, isqueiros, e até mesmo cuspe, voavam a todo instante em direção ao banco de reservas tricolor. Um isqueiro chegou a atingir as costas do meia Willians.
O apito final foi a senha para o início da confusão. Segundo o jornal "Olé", o maior especializado em esportes da Argentina, a briga começou quando Marquinho, eleito pela publicação o ganhador do prêmio Maradona, destinado ao melhor em campo, foi pedir para trocar de camisa com um adversário. Nesse momento, o goleiro Navarro e outros jogadores foram tirar satisfação sobre gestos feitos em uma das quatro comemorações de gols.
Depois de praticamente ignorar a partida nos últimos dias, em sua edição desta segunda-feira o "Olé" destina duas páginas ao jogo com os seguintes título: "Un piñazo" (em português, "Um nocaute") e "Una vergonha". A foto principal mostra o zagueiro Gum e o ala-esquerdo Escudero, ex-Corinthians, trocando socos. Nos comentários sobre a atuação do árbitro, a nítida defesa ao time da casa: o jornal elogia a marcação do pênalti de Gum em Salcedo e critica o de Navarro em Edinho. As duas penalidades foram duvidosas. No fim, a briga generalizada contrastou com a atitude de parte dos torcedores argentinos, que chegaram a aplaudir a classificação do Fluminense.
Os momentos de tensão, no entanto, não terminaram no gramado. Quando os primeiros jogadores chegaram ao vestiário, uma placa publicitária de ferro foi arremessada na direção dos brasileiros e quase atingiu o supervisor do clube. Depois de grande parte da delegação tricolor entrar no local, pelo menos quatro jogadores do Argentinos Juniors e mais um dirigente ficaram socando e chutando a porta trancada. Uma sacola com três conjuntos de calças e agasalhos oficiais do Fluminense, que estava no banco de reservas da equipe, sumiu após a confusão.
Torcedores são assaltados e feridos. Familiares de Conca são resgatados
Torcedor do Flu é ferido no braço (Foto: Edgard
Maciel de Sá / GLOBOESPORTE.COM)
Na saída do estádio os torcedores também foram alvos dos vândalos argentinos. Assim que a partida acabou, um grupo de torcedores do Argentinos Juniors saiu correndo em direção à rua que dava acesso à entrada tricolor para brigar. Chegaram a encontrar alguns brasileiros que já deixavam o local da partida. Houve troca de socos, e um torcedor do Fluminense foi ferido no braço esquerdo por um pedaço de vidro. Em seguida, a polícia local chegou atirando balas de borrachas na direção dos donos da casa e mandando todos voltarem para dentro do estádio.Maciel de Sá / GLOBOESPORTE.COM)
A diretoria do Fluminense teve ainda de arrumar um jeito de resgatar familiares e amigos de Conca, entre eles sua mãe, Dora, e seu irmão Daniel, que não quiseram ficar no camarote e assistiram ao jogo no meio da torcida tricolor. A dificuldade para conseguir um táxi nas redondezas do Diego Armando Maradona acabou gerando alguns assaltos. Pelo menos quatro torcedores tiveram de fugir da perseguição de argentinos e um deles teve um casaco do Fluminense roubado
G1.com
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