Cameron Diaz, 39 anos, Natalie Portman, 30, Keira Knightley,  26, Heidi Klum, 38, Scarlett Johansson, 26... Mesmo com tantas famosas de Hollywood usando suas criações, Phillip Lim, 38, abre o maior sorriso ao saber que Camila Pitanga, 34, apostou em um de seus vestidos para a festa de lançamento da novela Insensato Coração no começo do ano. Rapidamente, sua assistente busca a foto da atriz no iPad e mostra para o estilista. ''Ela é  linda! É muito famosa?'', pergunta o desginer durante um bate-papo com CoNtigo!, no Hotel Unique, na quintafeira (6), em São Paulo. ''Ficamos felizes e honrados quando celebridades usam nossas roupas, mas nunca buscamos por elas nem pagamos por isso. geralmente, são os stylists que nos procuram e eu não vejo problemas. Você pode aproveitar essa oportunidade e ajudar a promover seu sonho. Mas não faço roupas pensando em mulheres famosas, eu desenho para mulheres reais'', comenta.

Phillip esteve em São Paulo a convite do Pense Moda. Em sua quinta edição, o evento também contou com as participações de Arianne Phillips, figurinista que foi indicado ao oscar por seu trabalho em Johnny & June, e Cecile Coulot, gerente de coleções de acessórios femininos da Lanvin. ''Quando eu era jovem, nunca tive essa oportunidade. o mundo da moda era tão distante para mim... Amei a chance de poder participar e, além do mais, sempre quis vir ao Brasil. A viagem tem gosto de férias'', fala. o estilista ainda aproveitou sua estada na cidade para conhecer clientes da NK Store, loja que revende suas coleções com exclusividade no país. ''Qual o melhor modo de entender suas consumidoras e observar como elas reagem às roupas? isso me ajudar a criar melhor'', explica. ''Amei o modo como as brasileiras são confiantes. Não têm medo de suas sensualidades e usam isso de um jeito inteligente'', afirma.

Número de sorte
Com apenas sete anos de história, sua grife, a 3.1 Phillip Lim, tem flagships em cinco cidades e está presente em 400 lojas multimarcas em 50 países. o número anterior ao nome da marca faz referência à idade que ele e a sócia, Wen Zhou, tinham quando fundaram a empresa. ''Na verdade, sempre achei que um estilista deve ficar no backstage. Não queria colocar meu nome, mas ela me obrigou (risos). Então sugeri colocar o número. Pensei que assim ninguém veria meu nome'', relembra.

Nascido na Tailândia, filho de imigrantes chineses e criado em Orange County, subúrbio de Los Angeles, nos EUA, Phillip nunca sonhou em ser estilista. ''Meus pais vieram para a América para dar oportunidades aos filhos. Éramos muito humildes.

Eles queriam que eu fosse médico, advogado ou engenheiro e tivesse um trabalho respeitável. Por isso, fui fazer faculdade de administração'', relembra.

''Onde eu vivia não existiam revistas de moda, ninguém da minha família ou meus amigos trabalhava na área'', relembra. No entanto, seu DNA criativo já se fazia presente. ''Eu via MTV e reformava todas as roupas que minha mãe comprava'', conta.

Escolha difícil
Phillip confessa que foi preciso ter muita coragem para mudar de vida. ''Minha família não sabia quão grande era o mercado fashion e quantas oportunidades eu teria.

Para minha mãe, moda era costurar roupas em uma fábrica. Eu realmente destruí o coração deles quando tomei a decisão e passei a estagiar na área, mas percebi que tinha de viver a minha vida e fazer o que eu amava'', diz. Hoje, ele acumula prêmios do CFDA (Council of Fashion Designers of America).

O estilista jura não saber o segredo de seu sucesso. ''Pode ser uma combinação de ponto de vista, com trabalhar ao lado de pessoas maravilhosas e conseguir se comunicar através de seu produto. Talvez seja carma... Eu simplesmente sonho, acordo e tento transformar meus sonhos em realidade'', ensina.