10.15.2011

‘Indignados’ ganham o mundo

(Foto: Alessandro Bianchi/Reuters) Manifestantes atacam viatura da polícia em Roma

A onda de protestos contra o setor financeiro e a classe política, que começou na Espanha e ganhou força com o “Ocupe Wall Street” nos EUA”, se espalhou ontem pelo mundo. Apelidados de “indignados”, manifestantes saíram às ruas para gritar contra o capitalismo, a corrupção dos políticos e, em alguns países, contra medidas de austeridade fiscal.
Organizadas por meio de redes sociais, como Facebook e Twitter, as marchas tomaram mais de 900 cidades de 82 países.
Em Roma, na Itália, houve muita violência. Milhares de manifestantes se reuniram nas ruas e alguns colocaram fogo em carros e quebraram vitrines de lojas.
Ao menos setenta pessoas ficaram feridas – três estão em estado grave – e 12 foram presas. Segundo a agência Ansa, 25 pessoas foram socorridas em hospitais de campanha, montados pelos serviços de emergência em torno da basílica de São João de Latrão, e outras 45 receberam atendimento em hospitais da capital.
O objetivo do movimento, dizem os organizadores, é “unir nossa voz e dizer aos políticos e às elites financeiras que cabe a nós, o povo, decidir nosso futuro”, segundo o site da organização, 15october.net. Os protestos coincidiram com o encontro do G20 na França, em que políticos procuram enfrentar a crise da dívida que se espalha pela zona do euro.
Na cidade alemã de Frankfurt, capital financeira da Europa continental, cerca de 5 mil pessoas fizeram uma manifestação diante do Banco Central Europeu. Em Londres, 500 pessoas marcharam da Catedral de St. Paul até uma bolsa de valores nas redondezas. Em Sarajevo, capital da Bósnia, centenas de manifestantes saíram às ruas carregando fotos de Che Guevara e bandeiras comunistas com os dizeres “Morte ao capitalismo, liberdade para as pessoas.”
Lisboa, em Portugal, viveu um de seus maiores protestos. Eles se seguiram ao anúncio do governo, na quinta-feira, de uma série de novas medidas de austeridade. Mais de 20 mil pessoas protestaram da praça Marquês de Pombal até o palácio São Bento, junto à Assembleia Nacional.
Em Taiwan, onde manifestações do tipo são raras, cerca de cem pessoas se reuniram para criticar a má distribuição de riquezas. Em Hong Kong, cerca de 200 pessoas responderam ao chamado dos “indignados” e se concentraram nas imediações da Bolsa local, levando cartazes com palavras de ordem como “os bancos são um câncer.”
Em Tóquio, centenas de pessoas fizeram passeata, incluindo alguns manifestantes com palavras de ordem antinucleares.
Nos EUA mais de mil pessoas , entre elas representantes de sindicatos e defensores dos direitos civis, protestaram em Washington. Outros 2 mil manifestantes também tomaram ruas de Nova York. “Nós fomos vendidos, bancos foram resgatados”, gritaram.
Estadão

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