10.14.2011

SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS: CONHEÇA MELHOR ALGUNS DELES

Suplementos nutricionais: Conheça melhor alguns deles

Saiba como cada um deles age em nosso organismo e como são encontrados no mercado.

Com certeza, você já tomou ou conhece alguém que toma algum tipo de suplemento nutricional. Mas, o que será que estes produtos têm de tão importante? Como será que eles agem em nosso organismo? E, afinal, qualquer pessoa pode tomar estes suplementos?

“Por definição, suplementos alimentares são vitaminas e minerais isolados ou combinados que não ultrapassem 100% do valor diário recomendado. Caso isso aconteça, eles passam a ser considerados medicamentos”, explica a nutricionista Lílian Assis, responsável pelo Plano de Emagrecimento Suadieta.

Sua função é complementar a ingestão diária de um determinado nutriente. De acordo com o Ministério da Saúde, suplementos são alimentos para praticantes de atividade física, e só. Vale lembrar que estes produtos devem ser consumidos com um acompanhamento médico e/ou nutricional, pois o uso indiscriminado pode trazer danos irreversíveis para alguns órgãos vitais.

Conheça alguns suplementos existentes no mercado e liberados para consumo:

Repositores hidroelétrolíticos: Com concentrações variadas de sódio e cloreto, mais carboidratos.

- Objetivo: Repor água e sais minerais perdidos durante a atividade física.
- Como são encontrados: Em pó ou prontos para beber.

Repositores energéticos: Devem conter, no mínimo, 90% de carboidratos.

- Objetivo: Manter níveis de energia retardando a fadiga.
- Como são encontrados: Em pó, líquido, barra ou gel.

Alimentos protéicos: Mínimo de 50% de proteínas hidrolisadas (mais fáceis de absorver) e com alto valor biológico.

- Objetivo: Aumentar a ingestão de proteína para suprir as necessidades dos atletas sem adicionar mais gorduras e colesterol à dieta.
- Como são encontrados: Em pó.

Alimentos compensadores: Devem conter carboidratos, proteínas e gorduras em proporções variadas.

- Objetivo: Suprir adicional de calorias e nutrientes.
- Como são encontrados: Em pó.

Aminoácidos de cadeia ramificada: Popularmente conhecidos como BCAAs.

- Objetivo: Aumentar ganho de massa muscular e reduzir a queima da mesma.
- Como são encontrados: Cápsulas.

Creatina: Proteína encontrada também em produtos de origem animal (carne, peixe, frango...)

- Objetivo: Muito popular nas academias, aumenta a força e a velocidade.
- Como é encontrada: Em pó.

Glutamina: Proteína mais presente no nosso organismo.

- Objetivo: Reduzir fadiga e aumentar a imunidade.
- Como é encontrada: Em pó.

Cafeína: Um dos mais antigos estimulantes físicos e mentais.

- Objetivo: Estimular o sistema nervoso central a aumentar a queima de gordura, circulação e batimentos cardíacos.
- Como é encontrado: Extrato, bebidas prontas (café, mate, chás...) e cápsulas.

O perigo dos suplementos alimentares para homens e mulheres

Dois estudos publicados nesta semana mostram que usar suplementos alimentares pode aumentar o risco de câncer de próstata e de morte

LAURA LOPES
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Pílulas de suplementos nutricionais podem ser pior do que o planejado. A ciência já provou que podem aumentar o risco de morte e de câncer de pulmão e próstata (Foto: SXC.hu)
Antigamente as pessoas comiam, viviam e morriam. Muitas fumavam e bebiam, inclusive na gestação, e isso não era uma preocupação. Então a ciência nos trouxe descobertas que fizeram mudar nossos hábitos cotidianos. A alimentação passou a ter importância quase vital para o bem-estar da humanidade, assim como a boa prática de exercícios físicos. A gordura trans passou de salvadora a vilã e descobrimos que consumir o bom colesterol (HDL) pode ajudar a diminuir o mau (LDL). Por muitos anos, os suplementos alimentares eram uma solução para a falta de muitos nutrientes, e ingeri-los, acreditava-se, poderia evitar doenças e aumentar a expectativa de vida. Mas dois estudos publicados no The Journal of American Medical Association (Jama) indicam que a suplementação pode ser negativa, sobretudo para pessoas mais velhas.
Eric A. Klein, da Cleveland Clinic, no Estados Unidos, liderou uma pesquisa que estudou a relação entre a ingestão, a longo prazo, de vitamina E e selênio e o risco de câncer de próstata em homens saudáveis. O grupo que tomou vitamina E teve mais casos da doença do que o do grupo controle, que recebeu placebo. O outro estudo, uma colaboração entre a Universidade Oriental da Finlândia e a Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, encontrou relação entre o uso de multivitamínicos, vitamina B6, ácido fólico, magnésio, ferro e cobre ao aumento do risco de morte em mulheres idosas.
ElesUm total de 35.533 homens acima de 50 (negros) e 55 anos (outros), de 427 diferentes locais dos Estados Unidos, Canadá e Porto Rico, foram selecionados para a pesquisa entre agosto de 2001 e junho de 2004. Parte deles recebeu selênio, parte vitamina E, outro grupo, os dois suplementos, e, por fim, um quarto grupo tomou placebo. Os últimos dados foram coletados em julho de 2011. O grupo em que mais homens desenvolveram câncer de próstata foi o de vitamina E (620). Comparado com o grupo placebo, um aumento do risco da doença de 1,6 a cada mil homens, contra 0,8 para o grupo selênio e 0,4 para a combinação dos dois suplementos.
ElasOs pesquisadores usaram dados de 38.772 mulheres que participaram do Estudo da Saúde de Mulher de Iowa, com idade média de 61,6 anos, para examinar a ligação entre suplementos vitamínicos e minerais e mortalidade. Os questionários foram aplicados em 1986, 1997 e 2004. A ingestão suplementar aumentou muito nesse período: de 62,7% em 1986 para 75,1% em 1997. Em 2004, o percentual chegou a 85,1% da população pesquisada. Do total, 15.594 mulheres morreram, ou 40,2%, ao longo de 19 anos. O uso de todos os suplementos está ligado ao aumento do risco de morte, exceto o cálcio. A associação mais forte encontrada pelos pesquisadores foi com o ferro. Diante da conclusão do estudo, eles recomendam os suplementos apenas como último recurso, em caso de doenças que causam deficiências nutricionais.
Comer para viver maisDe acordo com o estudo finlandês e americano, na última década, os suplementos alimentares contribuíram substancialmente para a ingestão total de nutrientes dos americanos, especialmente dos idosos. Eric Klein, de Cleveland, diz que toda a sorte de antioxidantes viraram moda. No entanto, nos últimos anos, muitos estudos falharam em mostrar que altas doses de vitaminas, ao menos em formato de pílulas, ajudam a prevenir doenças crônicas e a prolongar a vida. Em 2009, duas pesquisas indicaram ligação entre o consumo de beta-caroteno e câncer de pulmão. Em 2007, uma revisão do Jama de 47 pesquisas mostrou que a taxa de morte entre usuários de antioxidantes era 5% maior em relação ao grupo de controle.
No caso dos suplementos alimentares, a lógica “quanto mais, melhor” parece estar errada, sugerem pesquisadores. Sua recomendação como medida preventiva é errada, ao menos para uma população bem nutrida. Não é difícil adivinhar que se alimentar bem é a melhor solução para uma vida longeva e de qualidade.
O Globo

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