2.24.2012

Composto produzido a partir do óleo de peixe pode levar a cura para leucemia


D12-PGJ3 é capaz de atacar e matar células-tronco da leucemia mielóide crônica presentes no baço e na medula óssea

Robert Paulson, professor de Veterinária e Ciências Biomédicas na Penn State
Um composto produzido a partir do óleo de peixe que ataca células-tronco da leucemia pode levar a uma cura para a doença, segundo pesquisadores da Pennsylvania State University, nos Estados Unidos.
Resultados de um ensaio clínico realizado em camundongos revelaram que o composto, delta-12 protaglandin-J3, ou D12-PGJ3, é capaz de atacar e matar células-tronco da leucemia mielóide crônica presentes no baço e na medula óssea, ativando o gene p53, que programa a morte das células doentes. "P53 é um gene supressor de tumor que regula a resposta ao dano no DNA e mantém a estabilidade genômica", explica o pesquisador Sandeep Prabhu.
D12-PGJ3 é produzido a partir de EPA, ácido eicosapentaenóico, um ácido graxo Omega-3 encontrado nos peixes e no óleo de peixe.
Segundo os pesquisadores, matar as células-tronco na leucemia é importante porque elas podem se dividir e produzir mais células de câncer, bem como criar mais células-tronco.
"A terapia atual para a doença prolonga a vida dos pacientes, mantendo o número de células de leucemia baixa, mas as drogas não conseguem curar completamente a doença, porque elas não têm como alvo as células-tronco da leucemia. Os pacientes devem tomar os medicamentos de forma contínua. Se eles param, eles têm recaídas da doença , porque as células-tronco são resistentes às drogas", afirma o coautor da pesquisa, Robert Paulson.
As células-tronco podem se esconder do tratamento, e uma pequena população de células-tronco dão origem a mais células de leucemia. Assim, a equipe afirma que ter como alvo as células-tronco é essencial para curar a leucemia.
Durante os experimentos, os pesquisadores injetaram em cada camundongo cerca de 600 nanogramas de D12-PGJ3 cada dia durante uma semana. Os testes mostraram que os camundongos foram completamente curados da doença. O hemograma foi normal, e o baço voltou ao tamanho normal. A doença não teve recaída.
Os pesquisadores se concentraram em D12-PGJ3 porque o composto matou as células-tronco da leucemia, mas teve o menor número de efeitos colaterais. Eles estão atualmente trabalhando para determinar se o composto pode ser usado para tratar a fase terminal da doença, conhecido como crise blástica. Atualmente não há medicamentos disponíveis que podem tratar a doença quando ela avança para esta fase.
A equipe também está se preparando para testar o composto em testes em humanos.

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