Sabe aquele dia em que você acorda, sai para o trabalho
ou para seus compromissos e tem a nítida sensação de
que deveria ter ficado em casa, dormindo? Definitivamente,
você pensa, este não é o seu dia! Tudo o que gostaria é
de não ter que resolver problemas nem manter as aparências
com ninguém. Pois é... saiba que você não é o único
privilegiado. Todos nós experimentamos dias assim.
E é justamente nesses dias, que tudo o que gostaríamos
é que nos dessem um desconto ou, melhor ainda, um crédito.
Que esperassem nosso mau-humor passar e pegassem
leve, não é? Então, faça o mesmo quando se deparar
com uma situação em que uma pessoa é grosseira
com você do nada, sem motivos. Dê um crédito a ela.
Pense: bem, hoje não deve ser o melhor dos dias para ela,
então, vou deixar passar, vou relevar! E assim, certamente
estará praticando a gentileza e evitando
aborrecimentos desnecessários!
Durante algum tempo de minha carreira, tratando
dos temas relacionamento e comunicação, insisti que
não existe melhor maneira de resolver um conflito do
que conversando. Mas terminei descobrindo, com meus
próprios clientes, que pela palavra diálogo entendia-se,
sobretudo, falar. Acontece que só falar, embora já seja um
ótimo começo, resolve bem pouco. Mais eficiente é realmente
escutar o que o outro tem a dizer. Ouvir com o coração
aberto e a intenção real de solucionar o problema. Afinal,
só quando compreendemos o que o outro está pensando e
sentindo é que podemos tomar uma atitude mais certeira.
Note que estou sugerindo que você escute ‘melhor’ e não
escute ‘mais’. O que conta é a qualidade da escuta! Escutar
ignorando, fazendo outra coisa, sem olhar nos olhos, é péssimo.
Só faz com que o outro se sinta totalmente desconsiderado
e a situação piore. Escutar fingindo, sem realmente dar atenção,
também é lastimável, porque a pessoa termina percebendo que
você não se envolveu e que ela foi tratada como se não tivesse
a menor importância. Escutar seletivamente é típico dos casais
em crise ou de colaboradores que só fazem o que querem.
Já escutar com atenção é muito bom, mas existe uma qualidade
de escuta ainda melhor. É a empática. Aquela em que você
consegue se colocar no lugar do outro enquanto ele vai falando
sobre o que pensa, sente e quer. Esta sim, faz com que a pessoa
se sinta acolhida e compreendida. E possibilita a você uma mudança
de atitude que faz toda a diferença!
Muita gente pensa que ser gentil é estar sempre disponível
e levar aquela bendita fama de bonzinho. Não, não e não!
Ser gentil não é isso e também não é ser feito de bobo.
Pessoas gentis sabem reconhecer seus próprios limites e
respeitar o outro tanto quanto a si mesmo. E isso significa
que, muitas vezes, terá de negar um pedido do outro, para
que esteja sendo coerente consigo mesmo, com seus
compromissos e até com seus valores. Pessoas que não
sabem dizer não certamente apresentam uma questão
mal resolvida com sua autoestima. Usam o sim para,
talvez inconscientemente, conseguir a aprovação ou
o amor do outro. Não funciona! Resultado? Sentem-se
frustradas, vítimas das relações e muito insatisfeitas
com suas vidas. Saber dizer não quando necessário é
sinal de maturidade e equilíbrio. E nem é preciso alterar
o tom de voz ou ser grosseiro. Um não dito com firmeza
e coerência é muito eficiente e, quase sempre, mais
produtivo do que supomos.
Por :: Rosana Braga
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