REV BRAS ANESTESIOL 1997; 47: 4:
281-282 EDITORIAL
José Roberto Nociti
De maneira genérica, são três os componentes da qualidade assistencial em Medicina1:
1) efetividade ou obtenção dos melhores resultados assistenciais possíveis;
2) eficácia ou obtenção destes resultados com o menor gasto;
3) aceitação ou satisfação do paciente.
A qualidade é um conceito inseparável da Anestesiologia enquanto especialidade médica.
O processo de controle de qualidade e a auditoria em anestesia possibilitam a avaliação da situação assistencial de um Serviço/Departamento bem como indicam as soluções para os problemas detectados. Os objetivos são a diminuição da morbimortalidade anestésica, o bom aproveitamento dos recursos, a segurança e o bem-estar do paciente.
A qualidade do serviço oferecido em anestesia depende de diversos fatores:
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Padronização de cuidados, incluindo:
determinação periódica de pressão
arterial e freqüência cardíaca, eletrocardiografia
contínua, oximetria, monitorização da
ventilação, monitorização de
desconexão de componentes do sistema respiratório,
analisador de oxigênio.
-
Padronização do aparelho de anestesia e do equipamento.
Um relatório apresentado à Comissão de
Saúde da Câmara dos Deputados norte-americana, em 1989,
concluiu que os aparelhos de anestesia ocupam o terceiro lugar entre
os dispositivos médicos que com maior freqüência
apresentam mau funcionamento, atrás apenas dos ventiladores de
pulmão e dos marcapassos
Antes da realização de uma anestesia, devem ser efetuados uma série de testes que assegurem que o aparelho está funcionando perfeitamente. Em 1986, a FDA (Food and Drug Administration) norte-americana publicou uma sistemática para verificação do funcionamento do aparelho de anestesia e do equipamento correlato, antes da administração da anestesia. Em 1992, a Sociedade Brasileira de Anestesiologia encaminhou a todos os seus membros uma sistemática ou check list similar, elaborada pela sua Comissão de Normas Técnicas. Sistemáticas como estas podem ser criticadas pela sua complexidade. Na realidade, não há obrigatoriedade para o anestesiologista em adotá-las integralmente. O importante é que adote uma rotina de inspeção do aparelho de anestesia, que pode ser inclusive a sistemática pré-operacional do próprio fabricante. Só assim ele poderá minimizar os riscos de mau funcionamento destas máquinas, garantindo a segurança e, portanto, a qualidade do serviço.
-
Avaliação pré-operatória do paciente,
indispensável ao planejamento do ato anestésico,
à adequação de custos com exames laboratoriais,
à redução da taxa de suspensão de cirurgias.
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Existência de Sala de Recuperação
Pós-Anestésica com estrutura adequada para reverter
rapidamente alterações das funções
respiratória, hemodinâmica, neuromuscular, bem como
proporcionar controle da dor pós-operatória4.
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Fator humano, que inclui algumas características inatas do
anestesiologista, formação profissional,
educação continuada, erros de conduta e performance
inadequada devida a sobrecarga de trabalho, fadiga e indutores de
estresse ambientais.
José Roberto Nociti
Editor Associado da RBA. Membro do Comitê Executivo da WFSA
Rua Ayrton Roxo 870. 14025-270 Ribeirão Preto - SP
Editor Associado da RBA. Membro do Comitê Executivo da WFSA
Rua Ayrton Roxo 870. 14025-270 Ribeirão Preto - SP
REFERÊNCIAS
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Munoz-Ramón JM - Control de
calidad en anestesiología. Rev Esp Anestesiol Reanim, 1995;42: 91-95.
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Eichhorn JH - The Role of Standards
of Care. Problems in Anesthesia, 1991; 5(2):188-204.
-
Lees DE - Anesthesia Machine and
Equipment Standards. Problems in Anesthesia, 1991;5: 2:205-218.
-
Andrews IC - The Role of Recovery
Room Care. Problems in Anesthesia, 1991;5:2:246-264.
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