3.24.2012

Novo medicamento pode ser eficiente no combate a infecções hospitalares

Estudo combinou droga que diminui resistência de estafilococos a antibiótico


Dois medicamentos agem em conjunto para combater infecção por estafilococos
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Dois medicamentos agem em conjunto para combater infecção por estafilococos Divulgação
RIO - Um novo estudo revela que a aplicação conjunta de um remédio com um antibiótico já disponível no mercado pode ajudar no tratamento das infecções por Staphylococcus aureus resistentes a meticilina (SARM). Comuns em hospitais, estima-se que as infecções por estafilococos sejam responsáveis por um número de mortes maior do que por Aids nos Estados Unidos, segundo informações de 2005. Até agora, a principal arma dos médicos para combater infecções bacterianas eram drogas usadas isoladamente.
Os estafilococos costumam causar infecções de pele superficiais e profundas, podendo atingir os tecidos subcutâneos e a musculatura. A resposta do sistema imunológico pode resultar no surgimento de calor, tumoração, dor no local e produção de pus. Também podem provocar conjuntivites, pneumonias, meningites, endocardites e infecções da corrente sanguínea, ou provocar uma doença generalizada, envolvendo vários órgãos.
A nova pesquisa apresenta uma abordagem que envolve a combinação de um novo remédio, chamado PC190723, com uma classe de antibióticos, os betalactamases. A junção das drogas torna as bactérias SARM novamente sensíveis através de um "efeito dominó", onde o PC19072 bloqueia a expressão da proteína FtsZ da divisão celular, que danifica uma segunda proteína chamada PBP2. Como a PBP2 é necessária para a resistência de SARM a antibióticos betalactamases, sua interferência sensibiliza novamente SARM a betalactamases.
A inativação da proteína FtsZ parece também inibir o crescimento de SARM. Os resultados apresentam evidências de que os dois antibióticos agem sinergeticamente, o que significa que seus efeitos combinados são muito maiores do que suas ações separadas. Além disso, é necessária uma quantidade bem menor de cada uma das substâncias para combater a infecção, possibilitando evitar efeitos colaterais. O estudo foi publicado na última edição da revista "Science TranslationaL Medicine" e realizado pela Universidade de Toronto, em parceria com a Universidade de Nova de Lisboa.

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