Diabetes
Segundo estudo americano, pacientes que precisam ter o órgão totalmente retirado não têm dificuldades para controlar o açúcar no sangue
Diabetes: Cirurgia que retira completamente o pâncreas não provoca doença incontrolável
(Thinkstock)
Opinião do especialista
Paulo Rosenbaum
Endocrinologista do Hospital Israelita Albert Einstein
Endocrinologista do Hospital Israelita Albert Einstein
"Esse é um estudo pequeno que determina que o controle do diabetes entre pacientes que tiveram o pâncreas removido foi semelhante ao de pacientes com o órgão. A pesquisa revela que os tratamentos para o diabetes tipo 1 evoluíram muito, mas não mostra algo revolucionário.
Seus resultados podem mudar o comportamento de cirurgiões mais conservadores, que optam por deixar um pedaço do pâncreas em pacientes com câncer — o que pode aumentar o risco de a doença voltar.
O pâncreas produz, além de insulina, algumas das enzimas essenciais para a digestão. Por isso, essas enzimas devem ser repostas em pacientes que tiveram o órgão removido. Essas pessoas não vivem normalmente, mas conseguem controlar as doenças que surgem com a remoção do pâncreas."
“O que tem confundido por muito tempo a cirurgia de retirada do pâncreas em casos de câncer ou cistos pré-cancerosos é a noção de que, se o órgão for removido completamente, o paciente teria uma imensa dificuldade em controlar o diabetes resultante do procedimento. Por esse motivo, muitos profissionais tentam ao máximo evitar a retirada do órgão”, diz Michael Wallace, coordenador do estudo. Para o pesquisador, esses resultados devem tranquilizar os médicos cirurgiões na hora da decisão sobre a remoção total do pâncreas de um paciente. “Nós mostramos que, devido aos avanços recentes e fantásticos da terapia com insulina, pacientes sem o pâncreas podem controlar de forma eficaz o açúcar no sangue.”
Os autores explicam que o problema de retirar apenas uma parte do pâncreas, como muitos médicos fazem, é que os pacientes podem desenvolver um câncer mais difícil de ser detectado na parte do órgão remanescente, ou então outros cistos pré-cancerosos que podem desencadear um câncer grave. "A decisão quanto à retirada do pâncreas é difícil para os cirurgiões, mas esse processo pode se tornar um pouco mais fácil agora que demonstramos que pacientes se saem bem mesmo após a cirurgia”, diz Wallace.
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