Segundo o governo estadual, o índice médio foi de 11,5 óbitos por mil nascidos vivos, o menor já registrado em São Paulo
Guilherme Rosa
Em 2000, o índice era de 16,9 óbitos para cada 1.000 crianças nascidas vivas
(Photo.com/ Thinkstock)
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a mortalidade infantil é o principal indicador de saúde pública. Ela mede a quantidade de crianças que morrem antes de atingir um ano de idade. A taxa de São Paulo é menor do que a média registrada no país, que foi de 15,6 mortes por mil em 2010. No entanto, países desenvolvidos como Islândia, Japão e Suécia registram taxas de 3 mortes por mil nascimentos. No Brasil, somente Santa Catarina possui um índice melhor que São Paulo: em 2010, o índice de mortalidade infantil registrado foi de 11,2 mortes por mil nascidos.
Para realizar o estudo, o governo dividiu o estado de São Paulo em 17 regiões. A que apresentou o menor índice foi a de Barretos, com 8,1 óbitos por mil nascidos vivos. Em seguida vieram São José do Rio Preto, com 9,1 por mil, e Presidente Prudente, com 9,9 por mil. A maior taxa do estado foi registrada na região da baixada santista, que teve 16,9 óbitos a cada mil nascidos vivos.
A cidade de São Paulo registrou 11,4 mortes por mil nascidos vivos. Dos outros 644 municípios do estado, 322 apresentaram índices de mortalidade abaixo de 10, comparáveis aos de países desenvolvidos. "Nosso objetivo é que o estado inteiro atinja esse padrão de um dígito no índice", disse o governador Geraldo Alckmin.
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Das 17 regiões do estado, 12 tiveram redução da taxa em relação ao ano anterior, e 10 atingiram os menores índices de sua história. Segundo o governo, essa queda se deve a avanços na área da saúde pública. "Aumentamos os atendimentos pré-natais das grávidas e a disposição de UTIs neonatais, além de ampliar o acesso ao diagnóstico", disse Giovanni Guido Cerri, secretário de saúde do estado de São Paulo.
Programa — No mesmo evento, o governo do estado e o Hospital das Clínicas anunciaram o programa "Diagnóstico Amigo da Criança", que pretende diminuir os riscos dos diagnósticos aplicados aos mais novos, sem afetar sua precisão. Alguns exames podem expor os bebês a riscos futuros, como a anestesia, os raios-x e as coletas de sangue. Como os bebês têm uma quantidade pequena de sangue, comparados a um adulto, qualquer retirada um pouco maior pode colocá-los em risco. O objetivo do projeto é reduzir em até 75% o volume de sangue coletado das crianças para análise laboratorial. "A retirada de sangue em bebês é a principal causa de transfusões de sangue nessa idade", disse Magda Carneiro-Sampaio, professora do Departamento de Pediatria do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas.
O projeto também pretende diminuir o uso de anestesia e a exposição a radiação ionizante, que pode trazer riscos como o desenvolvimento de câncer. Para isso, o Hospital adquiriu um novo aparelho de tomografia que reduz em até 70% a exposição à radiação. O governo pretende que o projeto se torne modelo para o atendimento em outros hospitais do estado.
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