O mais detalhado mapa do genoma
humano, publicado nesta terça-feira por uma equipe de 400 cientistas de
diversas nacionalidades, abre novas perspectivas de descobertas
científicas e tratamento para diversas doenças.
Uma das mais relevantes descobertas do estudo indica que 80% do código genético, antes conhecido como junk DNA (DNA lixo, em tradução livre), tem, sim, papel importante no desenvolvimento e na manutenção do corpo humano.
Essa parcela majoritária do código genético, segundo os cientistas, pode trazer dados mais específicos de diversas doenças, o que pode implicar em novos e mais efetivos tratamentos.
"Está claro que o genoma tem uma parte biologicamente ativa muito maior do que se pensava", afirmou o dr. Ewan Birney, do Instituto de Bioinformática em Cambridge, que liderou o mapeamento.
"Agora, o termo 'DNA lixo' é que precisa ir para o lixo." Os genes são pequenas seções do DNA que contém instruções sobre quais elementos - proteínas - devem produzir.
Interruptor
Os cientistas também identificaram nesse "lixo" quatro milhões de "interruptores", responsáveis por determinar quando e onde os genes são ligados ou desligados, conforme o tipo de célula."Isso vai nos ajudar na compreensão da biologia humana. Muitos desses interruptores que identificamos estão ligados a mudanças genéticas que podem causar desde doenças cardíacas até diabetes ou distúrbios mentais", afirma Birney.
Além dessas doenças, o estudo mostra que esses "botões" também estão ligados a diversas outras, como esclerose múltipla, lúpus, artrite reumatóide e doença celíaca.
"Essa descoberta dá aos pesquisadores um novo mundo a ser explorado e, em última instância, vai levar a novos tratamentos."
Os especialistas envolvidos no super mapeamento pertencem a 32 laboratórios espalhados por cinco países: Grã-Bretanha, Estados Unidos, Espanha, Cingapura e Japão.
O projeto - batizado de Enciclopédia de Elementos do DNA (Encode) - foi lançado em 2003 com o objetivo de identificar todos os elementos funcionais do genoma humano.
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