O Fashion Rio, que terminou na sexta-feira (19/04), foi alvo de
polêmica na imprensa internacional pela excessiva magreza e pelas
celulites e flacidez apresentada pelas modelos. Em uma fotografia da
Agência Efe, as nádegas da gaúcha Shirley Mallman causaram impacto e
foram motivo de questionamento sobre a imposição de padrão, que
ultrapassa o limite do aceitável para uma condição saudável.
Em entrevista, a modelo mineira Bárbara Fialho, 25, explicou, "é
praticamente impossível que um estilista em uma semana prepare 30 looks
para um grupo de modelos com corpos diferentes. É preciso um padrão e,
além disso, as roupas ficam mais bonitas e mais soltas em mulheres
magras, assim como as fotos também".
Em relação aos exercícios, a mineira afirmou que quase todas as modelos
praticam corridas e esportes como a ioga. Para ela, "tem que se levar
em consideração que algumas modelos são muito novinhas, eu, por exemplo,
quando tinha 16 anos pesava 54 quilos com esta mesma altura que tenho
hoje, e não fazia regime, era magrinha mesmo", disse.
O jornal inglês "Daily Mail" destacou os hábitos alimentares das
modelos em geral, repletos de dietas rígidas, falta de exercícios
físicos, cigarros e cafeína. O fato é verdadeiro. No backstage do
Fashion Rio, várias jovens fumavam seus cigarros, momentos antes do
desfile. Segundo o veículo inglês, o problema da saúde das modelos ficou
mais evidente quando elas vestiram os biquínis das grifes.
A estilista da marca Salinas, Jacqueline Di Biase, declarou que se
pudesse escolher as modelos que iriam vestir suas criações, optaria por
mulheres mais encorpadas. "Eu prefiro muito mais as meninas que têm um
aspecto mais saudável, porém, existe um padrão, já que elas não desfilam
só para a moda praia. São as agências que selecionam essas modelos e
oferecem aos estilistas as opções, ou seja, não temos muita escolha com
relação a isso", explica a estilista.
Em Israel, entrou em vigor uma lei que exige um índice de massa
corporal mínima de 18/5. E para desfilar, as modelos devem apresentar um
atestado médico que comprove que elas mantiveram esse índice por três
meses.
No Brasil não existe ainda uma lei que regulamente um padrão saudável
para as modelos, o que torna o assunto preocupante, já que as tops
brasileiras são figuras públicas e têm o poder de influenciar milhares
de jovens.
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