Azeredo diz que abandona mandato para evitar "execração pública"
Deputado do PSDB é réu no processo conhecido como mensalão mineiro
Terra“Não vou me sujeitar à execração pública por ser um membro da Câmara dos Deputados e estar sujeito a pressões políticas. Esta sanha não quer que prevaleça a ponderação da Justiça, mas, sim, ver, pendurado e balançando no cadafalso, o corpo de alguém exemplado para satisfazer os mais baixos apetites em ano de eleição”, diz o texto. “Sem o mandato público, aguardarei o meu julgamento, certo de que, na serenidade que deve presidir os veredictos, fique definitivamente comprovado que não tenho culpa pelas acusações que sofri”, afirma.
Na carta, o tucano diz ter virado “mero alvo político” e que vive uma “tragédia” com as acusações da Procuradoria Geral da República. O texto fala que Azeredo sofreu por uma “infeliz coincidência” de ter contratado a agência SMP&B, de Marcos Valério, posteriormente envolvida no mensalão.
“A infeliz coincidência de uma agência de publicidade contratada antes mesmo do meu governo (para a campanha ao governo do Estado em 1998) ter se envolvido em rumuroso episódio de negociações suspeitas para fins políticos a nível federal fez de mim um cúmplice que não fui e nunca seria em ações que nunca participei nem participaria”, diz Azeredo na carta.
“O governador de Minas Gerais, com 20 milhões de habitantes e mais de 500 mil funcionários entre ativos e inativos, não governa sem descentralizar, sem delegar! Insisto em que as responsabilidades de um governador são semelhantes e proporcionais às de um presidente da República!", escreveu ele.
No início do texto, o tucano afirma que as versões dadas aos fatos do mensalão mineiro “estraçalham a vida pessoal como num atropelamento inesperado na travessia de uma rua”. “Uma tragédia desabou sobre mim e a minha família, arrasando meu nome e a minha reputação”, afirma.
Segundo Azeredo, as acusações de desvio e lavagem de dinheiro durante sua campanha para o governo de Minas Gerais em 1998 são baseadas em documentos e testemunhos falsos. “Volto a assegurar e repetir que não sou culpado de nenhum ato de peculato. Não fiz nenhum empréstimo fictício para a minha campanha de reeleição ao governo de Minas em 1998. Não fiz nem faria, por uma questão de princípio, nenhuma lavagem de dinheiro”, diz.
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