Fique esperto: Saiba como escapar dessas armadilhas para aliviar gasto diário com almoço na rua
Rio - Bifes de carne com cortes
grandes, saladas com muitos molhos, peixes com espinhas e porções de
frituras fazem parte do cardápio que alguns restaurantes a quilo
oferecerem para pesar no prato, e no bolso, do cliente. O DIA consultou
especialistas em defesa do consumidor e explica como identificar e
escapar dessa estratégia no dia a dia.
Consultor do grupo Azo, Marco
Quintarelli diz que a moderação tem que vir do cliente: “Os restaurantes
sabem que muitos consumidores não resistem a um prato mais pesado, como
salgadinhos, e aproveitam disso.”
Não resistir é que o engenheiro Odair
Picin faz. O homem de 47 anos não planeja o prato e pega os alimentos
conforme a vontade. “Faço isso sabendo que a consequência não é boa.
Geralmente fica pesado na balança e no bolso”, Massas, lasanha pesam muito (evite).
Para combater esse hábito,
Quintarelli aconselha a olhar todos os alimentos antes de iniciar a
escolha do prato. “O ideal é pensar no que vai comer e não pegar tudo o
que o cliente gosta sem critérios”, diz.
Outra dica do especialista para economizar é
não ir faminto ao restaurante. Dessa forma é possível economizar até 20%
no valor total. “A pessoa com muita fome quer comer tudo que vê, então a
consequência é um prato com alimentos pesados e muita diversidade.”A administradora Bárbara Freitas, 28 anos, sabe disso e faz lanches antes do almoço. “Como alguma fruta, pelo menos, duas horas antes de almoçar e isso me faz poupar cerca de R$ 5.”
Outra atitude sugerida por Quintarelli, e que a administradora adota, é não comprar bebida na refeição. “Geralmente os preços são abusivos e eleva muito a conta do restaurante.”
Bárbara conta, ainda, que reconhece as “pegadinhas” dos restaurantes e geralmente não volta quando as opções são limitadas. “Vejo carnes cheias de ossos, bifes maiores do que eu comeria e sei que é estratégia para a gente pagar mais”, relata.
RUIM PARA O NEGÓCIO
Além da conduta adotada por alguns estabelecimentos não ser positiva para o bolso do cliente, também não é boa para o próprio negócio, explica Jarbas Modesto, da Besser Consultoria.
“Os donos dos restaurantes pensam que o consumidor não percebe essa fraude, mas é um erro achar isso”, argumenta. Ele acrescenta, ainda, que o empreendedor que age dessa forma perde o cliente que fez a compra e, pelo menos, outros cinco.
“O marketing boca a boca é muito mais forte do que a própria publicidade, ainda mais quando é uma experiência negativa”, afirma.
O especialista também explica que essas atitudes não fidelizam o consumidor, mas o afasta. “É provável que esse negócio não tenha sucesso e acabe até fechando”, conclui.
Bebida representa 17% do valor total da refeição
Se uma refeição completa, com sobremesa e bebida, em um self service custa cerca de R$ 28,10 no Rio, de acordo com pesquisa da Alelo, a bebida representa cerca de 17% desse valor.
No Centro da cidade, uma lata de refrigerante, 300 ml, custa entre R$ 4 e R$ 5 nos restaurantes. Enquanto um suco natural da fruta é vendido entre R$ 4 e R$ 6.
Nos estabelecimentos que comercializam comida a quilo, até a água encarece o prato. Uma garrafa com 510 ml do líquido, com gás ou sem gás, pode chegar a R$ 4.
Comer fora consome até R$ 663 do orçamento
Os consumidores brasileiros precisam arcar sozinhos com R$ 663,08 mensais com a refeição de segunda à sexta no horário do almoço, de acordo com a pesquisa Refeição Assert Preço Médio 2014. Esse valor, que equivale a 91,6% do salário mínimo nacional, é o custo do consumo diário de uma refeição completa na hora do almoço — um prato mais bebida, sobremesa e café — considerando-se a semana com cinco dias de trabalho.
Mas para quem mora no Rio de Janeiro, essa conta pode ser ainda mais salgada. O valor médio da cidade é de R$37,16, acima do preço médio da refeição no Brasil, que é de R$ 30,14.
Macaé, Nova Iguaçu e Niterói acompanham essa tendência, com R$34,98, R$ 34 e R$32,22, respectivamente. São Gonçalo, Duque de Caxias e Nilópolis, por sua vez, oferecem preços abaixo da média nacional: R$ 29,63, R$26,98 e R$ 17,71, respectivamente.
DIETA TAMBÉM DIMINUI O PESO NO BOLSO
REEDUCAÇÃO
Além de fazer bem para a saúde, a reeducação alimentar também ajuda o orçamento mensal, é o que diz Adriana Leal, professora do curso de Nutrição do Centro Universitário Celso Lisboa.
De acordo com ela, um prato saudável pesa de 400 a 500 gramas, enquanto uma pessoa que escolhe alimentos mais gordurosos ingere de 700 gramas a 1 quilo.
“Alimentos bons são mais leves, como saladas, bifes assados, comidas sem molhos, então a consequência é um alívio no bolso”, justifica.
Mas ela alerta: não pode faltar nada. “É importante ingerir alimentos de cada classe. Mesmo assim um prato saudável vai sair mais barato.”
No entanto, as pegadinhas permanecem. Geralmente os pratos de saladas estão separados dos outros itens para desestimular os clientes.
O consultor Marco Quintarelli alerta que esse é um cenário comum de encontrar nos restaurantes, mas recomenda que o consumidor não deve deixar a refeição saudável de lado.
“O equilíbrio começa no prato ao escolher com cuidado cada item, então não se deixe levar pelos alimentos pesados e gordurosos”, aconselha.
HIGIENE
Outro ponto para que a nutricionista Adriana alerta é sobre a higiene dos restaurantes. Ela explica que é difícil identificar quando uma salada está contaminada ou não.
“Ninguém consegue ver as bactérias, mas alguns hábitos do estabelecimento, como deixar os alimentos em uma temperatura inadequada, dão dicas para o cliente.”
Ela recomenda que sejam consumidos alimentos cozidos no lugar dos crus por serem mais seguros. Além disso, alguns itens como a maionese também devem ser evitados.
Outra dica da especialista é que o consumidor observe a mesa de alimentos do restaurante. “As pessoas conversam enquanto pegam a comida, então uma proteção é necessária para que saliva, cabelo e resíduos em geral não caiam na refeição.”
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