11.11.2014

Medo do fracasso


No trabalho e na vida, fracassos fazem parte do cotidiano - e é a sua atitude diante de cada tropeço que pode transformá-lo em sucesso.
Ter expectativas irrealistas. Muitas vezes esperamos ter sucesso logo na nossa primeira tentativa e, se não o obtivermos, pensamos que fracassámos. Quão realista isto é? Só porque não conseguimos passar num teste, ser preterido para uma promoção, ou não conseguir um “sim”, ao pedir o número de telefone a uma linda garota/rapaz,  não quererá certamente dizer que é um falhado ou que não irá conseguir? Não mesmo! Mas o medo da rejeição ou da falha percebida, faz com que muitas pessoas não tentem mais nenhuma vez.
O mesmo se aplica no esporte competitivo. Os atletas devem aprender a aceitar a perda, antes de descobrirem o que é necessário fazerem para vencer. Em qualquer esporte, se os atletas estiverem à espera de ganhar desde o início ou com pouco treino e dedicação, será certamente, totalmente irrealista. Na vida como no esporte a melhoria e o desenvolvimento faz-se avançando e recuando, sendo que a persistência direciona-nos o ímpeto e o desejo de sucesso.
De acordo com Malcolm Gladwell e a sua conhecida “regra das 10.000 horas“, na qual ele afirma que a chave para o sucesso em qualquer campo, é principalmente uma questão de praticar uma tarefa específica num total de cerca de 10.000 horas. Escusado será dizer que 10.000 horas de prática de qualquer coisa que possamos fazer, muito provavelmente incluirá muitas ocorrências de falhas e erros, alguma frustração e ficar aquém nalguns resultados.

Perfeccionismo. Alguns de nós temos medo do fracasso, pois acreditamos que devemos ser perfeitos. Se fizermos uma tentativa para realizar algo que queremos, e depois falharmos, podemos ter a sensação de que corremos o risco de parecermos tolos e, portanto, sentirmo-nos de alguma forma como um derrotado e incapaz.
Para um perfeccionista, tudo deve ser feito a um nível elevado, sem margem para erros. Eles acreditam que se não podem fazer algo com perfeição ou na perfeição, preferem não fazê-lo. Infelizmente, esse tipo de pensamento priva a pessoa perfeccionista da aprendizagem real e dos benefícios e valor da experiência adquirida.

Baixa auto-estima. Ter uma baixa auto-estima é um problema comum, que está associado ao medo de fracassar ou falhar. A realidade é que cada um de nós é único, especial, talentoso, e como tal capaz de construir e/ou desenvolver a sua própria noção de sucesso. No entanto, alguns de nós perante a dificuldade, incerteza e experiências falhadas colocamos todas estas coisas em questão, ficamos afetados pelos resultados negativos e entramos num período de alguma instabilidade emocional. Passamos a ter uma tendência para nos focarmos naquilo que percepcionamos como ameaça, erros, falhas e fraquezas.
Uma baixa auto-estima pode levar-nos a aceitar maus tratos dos outros, infligir danos a nós mesmos, usar drogas ou álcool, ser mais ansioso ou deprimido, ou tomar decisões prejudiciais. Podemos sentir que nem sequer sabemos quem somos ou para onde é que nossa vida está a caminhar. Quando melhoramos a auto-estima, muitas novas oportunidades se abrem para nós: podemos decidir tentar algo novo e excitante, podemos sentir-nos mais confiantes, encontrar novas soluções, ou procurar melhores condições para trabalhar noutros problemas (se tivermos algum). Uma melhor auto-estima é a chave para uma vida mais satisfatória.

Baixa auto-confiança. A auto-confiança é extremamente importante em quase todos os aspectos das nossas vidas, sendo igualmente um fator importante na contribuição para virmos a ser bem sucedidos. Ao invés, a falta de auto-confiança pode ser um círculo vicioso: as pessoas que têm uma auto-confiança diminuída, podem ter dificuldades para atingirem o sucesso desejado. A boa notícia é que você pode fazer algumas coisas para construir a sua auto-confiança que consequentemente irá contribuir também para a construção do seu sucesso.

Ansiedade. Para muitos de nós, o medo é uma emoção incapacitante, tolda-nos o raciocínio e faz-nos afastar de algumas coisas importantes na nossa vida. De repente, sentimos que o nosso ritmo cardíaco acelera e a nossa respiração tornar-se mais rápida. Sentimos sensações desconfortáveis ​​percorrendo o nosso corpo e fazendo com que aquilo que tememos seja ainda mais medonho. Ficamos tão consumidos pelas manifestações físicas da nossa ansiedade ou ataque de pânico que não temos por vezes tempo para analisar de forma positiva e construtiva as situações que consideramos ameaçadoras, ou as coisas que receamos ou julgamos não ser capazes de realizar.Porque nos sentimos dessa forma, porque é que a ansiedade se vira contra nós, porque é que ficamos tão preocupados? E mais importante, serão os nossos medos baseados nas probabilidades ou em possibilidades remotas de poderem vir a acontecer? Provavelmente, na grande maioria das vezes os nossos medos são infundados, irracionais e baseados em factos construídos por nós mesmos, o que consequentemente faz com que façamos uma auto-sabotagem ao possível sucesso que poderíamos vir a atingir.
Por Miguel Lucas em Psicologia Comportamental

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