Estudantes aprovam ocupação da reitoria da Universidade Federal
do Rio de Janeiro para o dia 7 de novembro em assembleia deliberativa
com mais de mil pessoas presentes; contra a PEC 55 que tramita no Senado
Federal.
Em entrevista à Mídia NINJA, Raphael Almeida, membro do DCE da UFRJ, afirmou:
"Nossa avaliação é que nesse período de uma série de um
processo de lutas a mobilização se intensificou em nosso país contra o
golpe, contra a reformulação do ensino médio, contra a escola sem
partido, contra a PEC241 [agora PEC 55]. Ela tomou um âmbito nacional,
desde a mobilização dos secundaristas à mobilização dos universitários e
as greves enfim dos setores da educação, como a dos técnicos
administrativos. E nós, do DCE da UFRJ, que hoje é a maior universidade
federal do país, entendemos como luta central a mobilização contra a
PEC, a mobilização contra a retirada de direitos da juventude e contra a
perseguição aos movimento social. Hoje de manhã a ENFF foi invadida
e o processo de criminalização dentro da nossa universidade tem se
intensificado, então a PEC 241, ela vem com um processo de sucateamento
pra futuramente privatizar a universidade, cobrar mensalidade. O
retrocesso é muito mais intenso do que o FHC, o PSDB, impôs ao nosso
país nos anos 90. Esse processo de mobilização contra a PEC significa um
processo de democracia dentro das universidades e das escolas, onde os
estudantes, o movimento estudantil, o movimento unificado decide tomar
aquilo que é seu de fato. E fala “não! Isso aqui que está sendo feito tá
errado”, no momento em que mais de mil estudantes se juntam na reitoria
e definem ocupação desse espaço é um processo democrático que precisa
ser respeitado e o nosso caminho agora é intensificar a mobilização nos
cursos, intensificar a mobilização nas salas de aula para fazer crescer
esse processo."
Outro membro do DCE que estava presente, Gabriel Henrici, conta porque os estudantes decidiram pela ocupação
Principalmente
por causa da PEC, que vai acentuar a precarização, principalmente das
políticas de permanência estudantil, aumentando a evasão dos estudantes
na universidade. Os alunos da principal universidade federal do país só
poderiam fazer pressão política agora sobre o MEC e o Governo Federal
contra esse desmonte rumo à privatização. As ocupações são muito mais
eficientes que a greve, pois o que fazemos são ações diretas dentro da
nossa própria universidade.
A estudante Julia Aguiar, do
Levante Popular da Juventude, conclui: “A gente está apostando nas
ocupações no Brasil inteiro para fortalecer essa luta. É importantíssimo
que a UFRJ tenha aderido às ocupações”.
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